Capítulo 6 - Transparência

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HADES AMBROGETTI

Olho em seus olhos, sua respiração está alterada, nossa à proximidade a deixa nervosa, totalmente fora de seu eixo e zona de conforto, mas aí, percebo o exato momento em que seu olhar muda, saindo de ansioso e desejoso, para curioso e ... medroso.
Mas que cazzo? Eu reconheço esse olhar, é como se ela soubesse de algo que não deveria, já vi esse olhar muitas vezes, o que é comum na vida que levo.
Retiro minhas mãos de sua cintura e dou um passo para trás, ela coloca o cabelo que outrora eu alisava atrás da orelha.

- Me desculpe, c-com licença. - pede e dou espaço para que ela passe indo para a cozinha. - O senhor precisa de alguma coisa?- questiona quando percebe que também entro na cozinha, vou até perto do balcão e puxo uma cadeira me sentando.

-Um copo de suco por favor. -peço e ela se vira indo até a geladeira.

Como um ótimo observador, percebo que ela está mais nervosa do que de costuma, o que você andou ouvindo Esmeralda? Será uma pena se abrir essa maldita boquinha pra falar o que não deve. Irritado desvio meu olhar dela.

-Aqui está. - diz vindo e colocando o copo com suco de maça na bancada, sua mão treme levemente, quase imperceptível, mas não para mim.

-Obrigado. - digo e bebo um pouco do suco, ela se afasta e pega algumas sacolas com verduras. -Muito trabalho? - pergunto puxando conversa, agora essa pequena maldita detém toda minha atenção, e é notável o quanto minha presença mesmo sem à proximidade a deixa instável, gosto disso.

-Não tenho do que reclamar. - responde tímida.

-O que faz em dias de folga? - e aí vejo um deslumbre de medo passar em seu rosto, intrigante, e louvável o quanto ela é transparente.

Sei que mamma certamente tem um dossiê sobre ela, mas ir até a fonte tem sua beleza.

-Não sou de sair muito. - diz pegando outra sacola.

-Hmm... é curiosa? - pergunto a pegando totalmente desprevenida e a sacola cai de sua mão, sorriu de lado. Ela rapidamente pega a sacola.

-Não senhor. - responde rápido, até demais.

-Que bom, porque já dizia aquele ditado, a curiosidade matou o gato. - digo sério, mas depois sorriu de lado, ela engole em seco e sorrir nervosa.

Sinto meu celular tremer em meu bolso, nova mensagem de um dos meus distribuidores, como sempre, o trabalho me chama, o que é uma pena, estava apreciando ficar aqui com ela, coloco o celular no bolso e termino de beber o suco.

-Vou deixa-la trabalhar em paz, tenha um bom dia. - digo e ela sorri de lado.

-O senhor também. - responde e vejo um certo alívio em seus olhos, ah minha cara eu estou indo, mas eu volto. Irei descobrir o que você acha que sabe, e para seu próprio bem, espero que não seja nada importante


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ESMERALDA DEL CASTRO

Dio santo! Esse homem ainda vai me fazer ter um troço. Bebo toda a água de uma vez para me acalmar, é como se ele soubesse que eu o vi, mas como? Eu saí bem rápido, ele não deve ter me visto, que droga! Mas assim, eu não fiz nada de errado, nem ouvi nada, apenas o vi com alguns homens estranhos, não cometi crime nenhum, pelo menos eu não, ele já pode ser outra história.

E que diabos de conversa foi essa? "Curiosidade matou o gato" Dio mio, me arrepiei todinha quando ele disse isso, será que foi uma ameaça? Não, devo está viajando, ou melhor eu estou totalmente paranoica, isso!

HADES - Atração Perigosa (LIVRO III) Onde histórias criam vida. Descubra agora