HADES - Atração Perigosa (LIVRO III)

Capítulo 44 - Desconfianças

MORGANA GÜNTHER

Hades não sabe do que sou capaz, e ele não perde por esperar. E essa empregadinha, ela não me desce, a forma que ela agiu naquela noite e hoje quando me viu, parecia triste de decepcionada, não sei ao certo, mas não gostei, porque ela estaria assim? Seu chefe que vai casar, não seu... é melhor nem pensar.
Saiu do quarto dele e me aproximo do quarto da pirralha onde encontro a babá, elas conversam alguma coisa que não me importo em ouvir, apenas entro no quarto.

-Esmeralda, não é? - a pirralha se agarra a ela quando me ver.

-Sim, senhorita.

- Por pouco tempo, logo serei senhora, mulher do seu chefe. - fala afiada, e ela pisca os olhos várias vezes, as palavras parecem incomodá-la.

-Claro, felicitações pelo noivado. - diz, mas não vejo verdade, pelo contrário, uma certa tristeza em seu olhar, que não consegue sustentar o meu.

-Como veio trabalhar aqui? - indago realmente curiosa.

-Fui indicada por uma antiga empregada.

-Gosta do trabalho? - sua expressão suaviliza, porque olha para a criança.

-Sim, amo cuidar da Sofia. - sorri, e seguro a vontade de revirar os olhos, quem pode gostar de ter que lidar com essas coisinhas pequenas? Eu realmente não tenho esse negócio de instinto materno.

-E o que pode me dizer do Hades, gosta dele... como patrão? - indago e ela engole em seco.

-Sim, ele é um bom patrão. - sua voz não é firme, ah Esmeralda cada gesto seu, cada palavra deixa meu sexto sentido em alerta.

-Como a maioria? Ou é mais? - seu olhar se arregala um pouco, ela está nervosa, a pergunta é, porque? - Ficou nervosa? Te deixo nervosa, ou foi a pergunta?

-E-er, eu não sei o que a senhorita quer dizer. - engole em seco.

-Gostou da viagem? Se divertiu? - olho em seus olhos, e vejo medo, nervosismo, aposto que queria sair correndo desse quarto, ela logo desvia seu olhar.

-Morgana? O que está fazendo aqui? - questiona Atena entrando no quarto e salvando a idiota de responder minhas perguntas.

-Nada demais, eu apenas vim ver minha futura enteada e sua babá. - respondo e ela me olha desconfiada.

-Está na hora da minha neta dormi, é melhor sair.

-Claro, tchau querida. - dou tchauzinho, mas a pirralha se encolhe mais na babá, garota irritante, mimadinha.

Saiu do quarto, nem espero pela Atena, e saiu pelo corredor, por agora quero sair dessa casa. Mas está na hora de investigar sobre essa Esmeralda. Meu instinto nunca erra, e em relação a essa mulher, com certeza tem fundamento.

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HADES AMBROGETTI

Entro em sua cela pela última vez, ela só não sabe. A observo bem, antes de ligar o aparelho que está conectado em seus dedos, ela dorme na cadeira, suas estão sujas, seu cabelo todo bagunçado e soado.
Hora de acordar, vou até o aparelho e o ligo, ele dá choques, e ela desperta gritando, mas não na mesma intensidade como na vez que recebeu o choque pela primeira vez.
Seu corpo agora está cansado, assim como seus pensamentos, raciocínio que está quase inexistente. São dias em tortura, em incertezas de quando tudo acabará.

-Hades. - diz meu nome quase em um sussurro.

-Não se preocupe, não vim para tortura-lá, não mais. Agora não parece ter mais graça, seu corpo já está entregue, aprecio a relutância. - ela ri de lado.