8- independente do custo

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Nikolas Black

— quê? — Hayley não crê e as lágrimas começam a cair.

— não é possível, ele estava bem ontem na festa — alec diz, tão triste quanto.

— encontraram a cabeça dele, hoje de manhã — Ivi.

— meus sentimentos, Hayley — digo e a mesma me olha, à procura de alguma mentira ou sarcasmo em meu olhar, mas depois apenas vira o rosto em prantos.

— sinto muito, Hayley — Adrian diz, logo em seguida olha para mim, desconfiado. Dou de ombros.

Não é culpa minha, se ele caçou a própria morte. Me levanto e Adrian também, com o olhar incrédulo.

— vamos deixar vocês a sós — Adrian diz e eu concordo — mas se precisarem, é só chamar! — seguimos para o meu quarto.
Fecho a porta, já à espera de um esporro, mas Adrian apenas me olha fixamente.
Diferente de todos, Adrian nunca me olhou com medo ou desconfiança, nem quando eu mostrei minha verdadeira aparência. A única coisa que ele falou, foi que os olhos pretos eram bizarros, mas não demonstrou medo.

— você está ficando maluco? — pergunta, em tom frio e calmo — você está mais possessivo do que o normal, Nikolas. Acha que ninguém nunca vai olhar para ela? — Franzo o nariz e penso na única resposta possível. Sim. Vou fazer o possível e o impossível, para que qualquer filha da puta que olhe, ou encoste nela à não ser eu, seja morto da pior forma possível.

Não é nem necessário que eu responda, para que Aid me olhe incrédulo.

— você é doente! — diz com as mãos no quadril, andando de um lado para o outro — Nikolas, você não pode matar todo mundo.

— eu não mato todo mundo! — ele me olha sério, aparentando nada surpreso com a resposta, mas bem decepcionado.

— tem razão — diz, em forma sarcástica — você só espancou e ameaçou de morte Matheus, Enzo, Felipe e Félix, mas " não matou" — diz e dou de ombros.

— ninguém mandou me desafiar, mas não matei!

— sério? — pergunta com raiva — e o que acha que ela vai fazer, quando descobrir que você mata as pessoas que ela gosta, por ciúmes doentio? — Meu sangue ferve com essa pergunta. Claro que ela não vai saber. Não quero ver o nojo e medo em seus olhos, como no dos outros. — Nikolas...Nikolas? Ei, respira porra — Adrian fala, tentando me acalmar e eu respiro fundo, já sabendo o porquê. Olho para o espelho vendo o monstro que sou, meus olhos completamente pretos e frios. Olho novamente para Adrian, que está parado em minha frente de braços cruzados.

— ela nunca vai me olhar da mesma forma, se me vê assim. Ela já me odeia sem ver — assumo. Ele continua à me olhar de forma inexpressiva — foi assim da última vez, sabe disso.

" Escuto os gritos de Ana em meu ouvido, quando a mesma me viu. Ela berra, em puro pavor. Lembro da imagem fresca em minha memória, ela chorando e pedindo socorro, para que eu não me aproximasse dela ".

— Nikolas, você tem que aprender a controlar sua raiva. É normal que as pessoas sintam medo, mas não é por isso que elas te odeiam — Sorri com desdém.

— E você acha que alguém pode me amar assim? — pergunto e o mesmo me lança um olhar tão vivo, que posso ler seus pensamentos estampados em sua testa.

Não.

•••

Domingo, um dia depois.

— Por que eu? — Me pergunto, todos os dias a mesma coisa. Eu poderia ser diferente, ou apenas normal. Minha mãe diz que eu tenho um dom, que poder: voar, controlar o fogo, falar a língua demoníaca mais antiga do mundo e abrir portais, é legal. Sei que ela falava isso só para me consolar, afinal, quando via minha aparência sempre ficava com medo do que eu poderia fazer.

Escuto um barulho de porta se abrindo e vejo Hayley entrar toda de preto e triste. Me pergunto se sinto remorso por tê-lo matado, claro.

Que não!

Ela é minha e independente do que falem, vou tê-la, haja o que houver.

— Hayley? — chamo e a mesma me olha, ainda tomada pela dor.

— se for para me encher o saco, por favor não fale nada, hoje não — diz antes que eu pudesse continuar, aperto meus lábios, me segurando. Compreensão. É disso que ela precisa. Foco!

— senta aqui — peço, ela se aproxima confusa, mas sem questionar. Realmente ela não está bem, já que não me xingou. Ainda.

Ela senta-se ao meu lado no sofá e sem muita cerimônia, abraço-a. No começo, Hayley parece surpresa e relutante, mas logo retribui em um abraço apertado e quente. Ela chora profundamente e eu apenas fico em silêncio, enquanto a mesma afunda o rosto em meu peito. Suas pequenas mãos em volta do meu abidomem, me dá uma sensação tão boa. Se eu tivesse coração, até diria que estou com dó e me arrependo, mas a realidade é que não.

O que é meu é meu, se não tenho, eu tomo. Independente do custo.

Autora onn

Pisicopatas que fazem de tudo por seus amores, é minha religião 😍

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