44-ninguém consegue, a não ser...

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Hayley Still

— Tirando o quê?

— Tirando a parte que não te interessa, Nikolas — falo de forma seca e ele retira os olhos do celular, me fitando sem expressão — Quer saber, se me dêem licença, esse papo sobre minha vida pessoal, já está sendo assunto por tempo demais. Que tal mudar o assunto ou eu mandar tomar no cú de novo? — coloco um pedaço de cachorro quente na boca.

— Calma, só perguntei!

— Por isso mesmo, não pergunte, ou melhor, não dirija a palavra a mim —corrijo, ríspida.

— Falei que não seria uma boa ideia —ele diz a Adrian e Alec, antes de levantar-se da mesa, saindo.

Continuo comendo tranquilamente, recebendo olhares criteriosos.

— O que foi em? — esbravejo, vendo seus olhares julgando.

— Podia pegar mais leve ao menos — Adrian fala e eu bufo — não tiro sua razão em estar brava e terminar, não é porque ele é meu melhor amigo, que vou defender, porém, não precisa ser tão severa.

— Concordo, só obrigamos os dois a vir aqui nesse parque, porque sabemos que ainda gostam um do outro, independente do que digam — Alec fala triste — mas não imaginava que ficar na presença um do outro, seria tão difícil.

— É mesmo, muito difícil, não quero olhar para ele e nem escutar a sua voz. Nós acabamos tudo o que tínhamos um para o outro, e isso não vai mudar.

— Hayley, ele já pediu desculpas. Ele é um demônio, não se redimir é um hábito, mas mesmo assim fez com todos nós — Adrian argumenta e eu olho-o com raiva — sei que ele errou, mas ele está tentando mudar.

— Independente, não quero! — falo seria — e se continuarem assim, vou parar de falar é com os três — eles assentem.

A única coisa que vou dar para ele agora, é o desprezo, porque a minha confiança e amor ele fez questão de estragar.

( dois dias depois )

— Você vai hoje, no último jogo? — pergunta e eu me taco para trás, na cama — Quer saber como ele está?

Suspiro fundo e nego, por mais que queira dizer que sim. Nick, pelo que me falaram está bem ruim, depressão talvez.

Sem contar que começou a exercer seu cargo com qualidade, vi os casos de tortura e assassinatos em aberto na cidade. Não devem ser boas pessoas, já que o diabo só cobra as almas ruins, mas...

— Ele está igual a você, trancado no quarto e parecendo um zumbi. Acho que se ele for hoje, é só por obrigação mesmo — comenta, mesmo que eu tenha dito contrário.

— Não estou nem aí. Pare de falar dele.

— Mas se você não for, não te julgo, não vou ficar triste. Ainda tem os outros três dias de viagem, se quiser sair para conhecer a cidade me chame — assinto.

— Tudo bem, eu vou — falo e ele me fita feliz — prometi te acompanhar, lembra? — se anima — me ajuda a esconder a cara de morta? — debocho, por ser ele quem fala assim e ele ri.

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