35- enigma.

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Hayley still

Eu estou muito ansiosa, sei que posso me arrepender, mas só se vive uma vez, não é mesmo. Escrevo meu nome no perfil privado, respiro fundo e envio. Agora já foi.

Cerca de um minuto depois recebo um enigma. — Ok, então essa é a primeira fase.

Enigma: sou divertido e as pessoas me amam, contenho um perigo, mas me ignoram, lhe tiro sorrisos e gritos de medo, alguns tem pavor de mim, já outros me amam. E ai, já adivinhou quem eu sou? Quando o relógio soar, corra, para uma plebeia você irá voltar. Barulhos de aviões e as ruínas vão se formar.

Droga, o que pode ser? Isso não faz o menor sentido. Passo as mãos em meus cabelos, raciocinando em todas as possibilidades que aparecem em minha cabeça. A única coisa que sei, é que será no próximo mês, mas que dia e onde, é o que aparenta ser minha meta pelo resto da semana.

•••

— Oi, gente — Adrian cumprimenta e eu nem sequer os olho.

— E aí — Nick fala, sentando-se ao meu lado.

— Gente, vocês...

Tá, o que me tiraria sorrisos e gritos de medo? Filme de terror? Talvez cinema seja o local, mas se for, tem muitos na cidade e além do mais, é um lugar bem peculiar para um jogo, se bem que não sei qual será o desafio.

Sinto algo apertar meu joelho e saio de meus pensamentos, movendo meus olhos para Nick.

— Hayley? — questiona, com o semblante sério.

— Hum? — murmuro, retornando os olhos para o enigma que quebra minha cabeça — o que foi?

— O que você faz tanto no celular, que não está escutando o que nenhum de nós estamos falando, nem sequer nos deu oi. Tá brava, ou nos ignorando? — questiona e eu olho para todos, que nos fitam curiosos — com quem está falando?

Miro meu olhar para Adrian, que está sentado entre Alec e Alícia.

— Oi Adrian — falo com um sorriso e o mesmo acena, retribuindo o comprimento. Me viro para Nick, que me olha fixamente, aparentando um pouco bravo e me inclino em sua direção, dando-lhe um selinho — Oi, meu amor — falo e o mesmo arqueia a sobrancelha, ainda sério, mas menos bravo agora.

Todos à nossa volta, voltam a conversar, mas ignoro, olhando para Nick que me fita sério. Ele abaixa o olhar para a tela do celular, mas apago imediatamente e ele me olha novamente, com o olhar mais frio que o polo norte. Desconfiado.

— Quem é? — pergunta, friamente.

Não quero que Nick saiba, sei que ele não vai querer que eu participe.

— Ninguém! — minto. Ele cerra os olhos, como se fareja-se minha mentira e suas orbes picam preto.

Aí caralho.

— Sabe princesa, nessa altura do campeonato já deveria saber que não deve mentir para mim — abro e fecho minha boca algumas vezes, sem ter o que falar — ou pelo menos,  saber que não consegue. Eu sou um demônio, Hayley, punir mentirosos é meu dever — seu tom é cortante. Ele me olha nos olhos, nesse momento sinto cada osso de minha mão doer, rangir em dor, estalar e em segundos, meu celular para em suas mãos.

Penso em o impedir, porém, não perderei meu tempo, tem senha e ele não vai conseguir abrir. A dor também...putz, minha mão doi. Muito. Ele cerra o maxilar e dá para ver o quanto ele está tentando se controlar para não jogar na minha cara. Tem senha, tá tranquilo.

O olho com um sorriso sínico, que é tirado de meu rosto rapidamente, quando vejo que o mesmo desbloqueou. Como ele sabe minha senha?

Antes que o mesmo leia qualquer coisa, ele me olha fixamente — Eu encontrarei algo que não vou gostar, princesa? Se sim, te dou três minutos para correr — avisa, engulo em seco.

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