3- mistério

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11/07/2018.                          Nikolas Black.

A vejo sair, sem olhar para trás e o silêncio consome o lugar novamente. Não sei o porquê, mas aquela menina me deixou intrigado. Porém, agora já é tarde demais para pensar algo sobre, ela já se foi e bem provável que nunca a verei novamente.

Continuo olhando para aquela paisagem, enquanto meu celular toca sem parar.  Ignoro ao ver que é minha mãe, mas toda vez que desligo, ela retorna a ligar. Bufo ao ver a notificação de 13 ligações perdidas dela quando a mesma me liga novamente, mas dessa vez eu atendo.

Ligação onn

— Até que fim, Nikolas — soa impaciente — cadê você, filho?

Na puta que pariu.

— estou esfriando a cabeça, mãe — digo de forma seca e a mesma faz uma pausa dramática.

— tudo bem. Adrian está com você? — questiona com um tom que conheço bem, pena.

— Não.

— mas ele não ia dormir aqui? Para vocês irem ao primeiro dia de aula juntos, amanhã?

— vai ser uma festa na verdade, mas sim, ele vai. Estou só esperando ele mandar mensagem avisando que está pronto, para buscar ele. O carro dele tá para concerto.

— ah, ok então. Vê se não demora, é nosso primeiro dia aqui filho. Colabora, nem que seja por mim — reviro os olhos.

— ok mãe, vou ver com ele.

— Beijo, meu filho !

Ligação off

Respiro fundo, exalando com desdem. Apanho o aparelho, na mesma hora que iria ligar para Adrian, o celular toca novamente e seu nome aparece.

Não morre tão cedo, amém.

Ligação onn

— gostoso, já pode me pegar — franzo o nariz — vê se não demora em, deixar seu homem esperando é tortura — provoca, sorri de canto.

— vai se fuder.

— faz isso por mim — investe rindo — agora é sério, vem logo.

— já vou, gatão! — retribuo a brincadeira.

— ai vida, não fala assim que eu me apaixono — posso jurar que ele está sorrindo, igual idiota.

— puto — ataco e ouço uma risada, antes de desligar.

Ligação off

Vou em direção à minha Ferrari preta e entro na mesma. Piso fundo no acelerador, indo para casa do maconheiro de araque que intitulei meu melhor amigo.

•••

— Bom dia! — ouço Adrian dizer. Logo em seguida barulho de geladeira abrindo.

— bom dia! — uma voz familiar preenche meus ouvidos e me viro rapidamente, para ter certeza se é realmente quem estou imaginando. Olho em choque para a garota misteriosa na qual estava falando há minutos atrás para Adrian, de cropped preto e um shorts de pijama leve, da mesma cor. Ela se vira com a garrafa de água na mão, me lançando um olhar surpreso e misterioso.

Não acredito em coincidência e nem em destino, mas isso com certeza é. Há cinco minutos atrás, achei que morreria sem saber seu nome, mas agora, com certeza não é um mistério mais. Não passou pela minha cabeça que essa seria a tão falada, Hayley.

A mesma quebra os olhares e se vira para pegar algo no armário, uma cartela de remédio. Franzo o nariz ao ver, não lembro de citarem nada sobre ela ser doente ou algo do tipo, então acho que não é grave.

— liga de invadirmos sua cozinha? — Adrian pergunta, puxando assunto com sua simpatia e ela o olha tranquilamente.

— Sim. Ainda mais por não me oferecerem brigadeiro — fala com olhar superior, mas sabemos que é brincadeira.

— como sabe nosso delito?  — finge choque.

— reconheço o cheiro de longe — pisca. Ela se vira, guarda a garrafa na geladeira e retorna à ele.

Continuo olhando perplexo, enquanto a mesma finge que nem mesmo está me vendo. O que não me surpreende.

— não quer se juntar a nós? Garanto que assalto a geladeira dos outros é nossa especialidade.

— agradeço, mas passo — diz balançando um pote de sorvete em suas mãos — até mais...? — faz uma pausa, perguntando seu nome.

— Adrian — diz galante. Olho fixamente para ele. Esse filho da puta está flertando com ela?

— Hayley — diz, retribuindo e me olha em forma provocativa, sabendo que seu mistério acabou. E logo sai da cozinha, sumindo pelos corredores da casa.

Que menina irritante. Bufo, voltando minha atenção para o brigadeiro.

— senti o clima tenso — observa. Adrian me olha com os olhos semi-cerrados e dou de ombros.

— E o que têm? — finjo indiferença — e eu senti o flerte — soo impaciente, enquanto coloco o pote com brigadeiro na mesa à sua frente.

— não vire o Jogo. Não tem nada a me contar? — seu tom de humor.

— como você sabe?

— sou especialista em olhares! — coloca uma colher de brigadeiro na boca — coincidência, não é?! — seu olhar muda para sério — e se ela descobrir?

— não vai! — falo com raiva — sem probabilidade.

— não acha que vão achar real demais, a fantasia?

— não, vão estar ocupados demais.

************

Autora onn

Essas fantasias vão dar o que falar ainda...

O que acharam do capítulo?

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