20- odeio todos.

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Hayley Still.

— Gente, que absurdo essa festa, não tô acreditando que eles vão mesmo fazer — analiso o convite por whatsapp que me mandaram.

— Me mandaram também — Ivi fala — quando eu vi o tema: " época das cavernas ", ri bastante. Vamo pelado?

Dou risada de sua ideia ridícula, ela sorri animada.

— Gente, será que o Adrian foi convidado? Vou dar essa ideia pra ele! — Alec fala e eu franzo o nariz, em humor.

— Se você quiser ficar sem seu homem — Ivi fala e o mesmo fica pensativo — o que mais vai ter é gente olhando, já fazem isso com ele de roupa, imagina sem. Foi mal, até eu olharia — Ivi assume e eu concordo com a cabeça, realmente todos iam olhar.

Adrian é um sonho para muita gente, se fosse há um mês atrás e ele não namorasse o meu melhor amigo, seria o meu também.

— Tem razão talarica, sem a ideia de nudismo — fala e Ivi afirma.

— mas que ele vai ser convidado é certeza absoluta, literalmente eles são os mais populares da escola atualmente —Ivi fala — quer dizer, agora é só ele, já que Nick foi...

Ivi não completa a frase e eu reviro os olhos. Ela não quer falar uma coisa simples, como se eu fosse morrer por isso.

— Embora? — falo direta e a mesma assente com a cabeça.

— Foi mal, amiga — Ivi fala, suspiro de raiva. Por que eles acham que eu me importo? Não vou ficar triste por um idiota que foi embora, não sinto nada por Nikolas e nunca sentirei. Era só momento, porque tinha acabado de dar para ele.

— Não ligo, relaxa — Falo, eles franzem os nariz.

— já que você não liga, ficou sabendo que o treinador tá puto? — Alec.

— Sério, por quê? — pergunto, já imaginando um motivo bem provável.

— Com a saída repentina do Nick, agora está descontando no Adrian e nos outros, aumentando a carga horária de treino e os cobrando mais, na espectativa de que eles fiquem em seu nível.

— Caramba — Ivi fala — fiquei sabendo que tava difícil, mas não tanto.

— É. Adrian não está tendo tempo para mais nada, mesmo assim, ainda arruma um jeito de me ver à noite depois do treino dele.

— Que fofo — falo e o mesmo sorri — inclusive, cadê ele?

— turma dele está em prova agora —
— Ivi diz.

Como ela sabe?

— Como você sabe? — Alec pergunta, tirando as palavras de minha boca — Ivi Elisabeth Robbins, quem é?

Alec a questiona e eu olho-a atentamente, vendo-a corar igual pimenta. Puxo em minha memória todos da sala de Adrian, o Kevin não tem chance, talvez o Garden... não. Droga, quem mais poderia ser? Só tem esses meninos que se encaixam no seu alto padrão de babacas.

— prometem não me julgar? — pergunta e nós assentimos, ainda mais curiosos — é a Sofia Malborny — assume. Eu e Alec entramos em choque, nunca imaginei.

— Como assim? — falo alto, todos ao redor me olham e eu coro envergonhada — desde quando? — sussurro, em voz baixa.

Até onde sabíamos Ivi era 100% hetero, nunca gostou de nenhuma menina, ou pelo menos, nunca nos contou.

— Amiga, você não era do time moreninho que dá tapão? — Alec ressalta um bom ponto e ela ri.

— Ainda sou, só que me descobri do time das morenas que dão tapão também — Assume dando de ombros, enquanto toma um gole de água.

— Te apoio amiga, jogar em dois times é bem mais sábio e vantajoso. Quem come de tudo, jamais passa fome — lembro e ela sorri.

— Exatamente, bem-vinda a bandeira colorida, vaca — Alec fala animado e ela se levanta, pulando em nois dois, em um abraço apertado.

— Amo vocês, sempre me apoiando em tudo, até quando faço merda e olha que é muito — frustração em seu tom e rimos — sério, amo vocês.

Retribuímos o abraço por um instante e depois eu olho para Alec, que entende o que quero dizer. Conto até três e fazemos cócegas nela, a mesma ri sem forças e tenta sair desesperadamente do ataque.

— Também te amamos, piranha — dizemos enquanto a mesma se debate e ri igual hiena, nós fazendo rir também.

Paramos as cócegas e a mesma respira profundamente ainda rindo — vou me vingar de vocês — aponta para nós e fingimos medo com as mãos na boca.

O sinal da aula bate e nós reviramos os olhos, que merda, tenho que voltar para esse inferno de aula, maldito dia que um infeliz desempregado inventou a escola.

Nos levantamos e vamos em direção a sala de aula, passamos diante daquele mucuvuco de gente e chegamos ao armário, abro o mesmo pegando o livro de química. Minha humilde opinião é que essa escola deveria explodir, mas como não aconteceu ainda, tenho que fingir que tenho interesse nessa merda.

••••

— Tchau gente, até amanhã — me despeço e eles acenam.

Vejo os mesmos arrancando e sumindo pelas curvas da saída da escola, me viro para meu carro e entro no mesmo.

Antes que possa sair, Thiago para o carro ao lado do meu e reviro os olhos. O que esse cara quer agora, em? Pelo amor de Deus, não me deixa em paz um segundo.

— Eae gata. Afim de dar uma volta, tomar uma bebida, passar lá em casa...?— sorri malicioso e eu dou vontade de socar a cara desse babaca.

— Não, obrigado. Tenho coisas melhores para fazer, ou seja, qualquer coisa — digo em puro deboche e ele rosna.

— Agora seu namoradinho não está mais aqui para impedir, então para de fazer doce e vem curtir um pouquinho — idealiza e eu fecho as mãos em punhos.

Imbecil do caralho.

Sem mais delongas, arranco com o carro, o deixando sem resposta. Babaca do caralho. Namoradinho é o rabo dele, nojento do inferno!

Odeio todos esses Freitas, ele e aquela Camilly são um cú. Não sei nem como se suportam.

Odeio essa escola, odeio aquele desgraçado do Nikolas, odeio minha vida, odeio tudo.

Odeio a todos desse planeta!

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