42 - não diga que acabou.

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Nikolas Black

Todos comemos o café da manhã e ainda não vi Hayley hoje, a mesma não tomou café da manhã e nem saiu do quarto, Alec também não comeu.

Todos da equipe já estavam prontos, menos eu, então faço uma bandeja com: pão, suco, frutas e doce para Hayley e vou até o quarto.

Chego na porta e ouço as palavras que mais me machucaram em toda a minha vida.

— Não Alec, não tem volta, não tem reconciliação, não tem amor.

— Mas Hayley, não tem como ter acabado assim do nada.

— Tem sim, e não acabou do nada, cada atitude dele esfaqueou o meu amor, o matando lentamente. Ele me empurrou de um prédio e eu perdoei; ele me machucou e eu perdoei; ele sumiu por cinco anos, me deixando sozinha e apaixonada por uma pessoa que jamais saberia se ia voltar e eu perdoei; matou dez namorados meus e eu perdoei, mas não confiar em mim em nenhuma hipótese, estragar a merda da surpresa que preparei e ameaçar matar todos que amo de novo, é demais.

Sinto meu meu peito doer, principalmente pelo fato de saber que ela está certa. Eu sou um monstro, como pude achar que ela me mudaria ou saberia lidar com uma coisa na qual nem eu sei?

— Se essa é sua vontade, eu entendo — Alec murmura.

Abro a porta do quarto, eles me fitam e entrego a maldita bandeja para Alec — Adrian mandou te entregar — falo e o mesmo assente.

Sem mais delongas, entro no banheiro e fecho a porta. Ligo o chuveiro deixando a água cair sobre meus ombros e cabelo.

Agora o motivo de meu pai querer acabar com o mundo faz sentido, egoísmo sim, mas o meu já está acabado. Me joguem pedras, me rasgue, grite comigo, mas não diga que acabou novamente.

(•••)

— Huhu é campeão, huhu é campeão — todos gritamos no meio da grande quadra de basquete quando já estava vazia. Esperamos todos saírem.

Havia apenas os acompanhantes, como Alec, Hayley, Rafael, Ketlyn e etc. Esse jogo tenho que confessar, foi histórico.

Vamos até às arquibancadas e todos que estavam lá vieram até nós.

— Parabéns, meninos — Melissa diz, abraçando todos no time, inclusive eu.

— Parabéns — paraliso ao ver Hayley dizer e vir em minha direção, sorridente — você jogou muito bem, Adrian. Todos jogaram — fala passando por mim e abraçando Adrian.

Ri incrédulo. Claro, por que caralhos ela iria me parabenizar, não é?

— foi animal esse jogo. Mano, o Nick passou por nós quase voando e marcou a cesta de três pontos — Felipe lembra.

— Uma não né, ele marcou vinte — Mateus fala, puxando saco.

— Foi um trabalho em equipe, todos jogamos muito bem — lembro a verdade e eles batem palmas. Hariel pula em minhas costas, me abraçando.

— Humildade é tudo, capitão — brinca de forma grudenta.

— Sai, seu seboso — gemi com a dor do tapa, o mesmo ri, me apertando ainda mais — seu puto, você está soando — esbravejo.

— Você também! — observa, descendo de minhas costas e dando um tapa em minha bunda.

Hetero, né? Não tenho mais o respeito nessa merda.

Assim que o assunto é trocado, rapidamente me afasto, olho para Adrian e Alec se abraçando e procuro Hayley, a vendo do outro lado, sentada, mexendo no celular.

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