54- verdadeiro rei.

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Hayley Still

Alicia taca uma bola repleta de magia azul no mesmo, que é arremessado do outro lado.

— Hayley, você está bem? — pergunta. Eu assinto, tentando me levantar, mas sinto uma dor imensa — aí droga, está ferida?

— Está tudo bem, não se preocupe comigo... cuidado — grito, ao ver um vulto vermelho vir em nossa direção.

Alícia em um ótimo reflexo, gira os braços criando um escudo, se defendendo do ataque. Ela mexe os dedos me colocando em uma espécie de bolha e ataca Michael com tudo.

— Aprendeu bem filha, só não esqueça que quem te ensinou, fui eu! — acerta um golpe e alicia cai.

Alícia coloca a mão no ombro que foi atingida e se levanta, bufante.

— Mas eu me tornei melhor, papai —  lança facas, ele desvia de umas, mas é acertado por três: uma no peito, uma no pescoço e abdômen — aprendi direitinho, não é? são envenenadas — alerta macabramente e ele geme em dor.

— Sua putinha, desgraçada — lança várias bolas pretas em sua direção, acertando apenas uma nela, que grita. Alicia parece bem machucada e eu me levanto com dificuldade, batendo na barreira, tentando sair.

Michael se aproxima de nós lentamente por conta de seus ferimentos e mira sua magia em Alí, que defende, mas mesmo assim é acertada. Sua barreira é enfraquecida, oscilando.

Sem esperar, Michael lança mais uma bola repleta de caos em Alí, que cai bastante ferida e sua barreira desaparece.

Corro até Alí e a mesma se engasga em seu próprio sangue, lutando pela vida.

— Não, Alí, você não pode desistir. Pare, por favor — imploro à ele, segurando sua mão — não morre, por favor — choro e ela me olha, sem seu brilho nós olhos.

— Sério Alícia, foi tão fácil assim? Esperava mais de você. Vai morrer sem nem sequer se transformar em rainha? — Michael fala em puro veneno — você é fraca! — humilha. Uma risada baixa soa.

— Eu, fraca? — cospe sangue e ele prepara mais um ataque em nossa direção — só estou me poupando — fala tornando seus olhos preto e suas asas crescem. Uma barreira nos envolve como um muro, uma grande película, bem mais forte que a primeira.

Michael ataca a barreira com raiva — esperava mais de você, Alícia, uma rainha não se esconde atrás de uma barreira! — grita com raiva, atacando a barreira que nem sequer forma um arranhão.

— Eu não sou mais a rainha — debocha, ele a olha sem entender, mas seus olhos se arregalaram e, então, só o vejo ser atingido, arremessado com força.

Um ser demoníaco surge do céu, com grandes asas pretas...ai meu Deus...os gritos altos me surda, como se perfurasse meu cérebro. Agonizo, vendo tudo ao meu redor queimar em chamas e destruição. Almas desesperadas, gritando, agonizando como se implorassem por socorro, ou misericórdia.

Me debato, tampando os ouvidos, sem conseguir respirar. Medo, dor, aflição...onde estou?

— Hayley? Foca na minha voz — Alícia me chama. Tento ignorar os gritos, mas é difícil — não vão te alcançar, essa barreira não vai deixar que sua alma fique em agonia igual a deles — diz.

Olho para fora, atordoada.

O grande bicho joga uma rajada de fogo preto em Michael, que tenta se defender, mas não consegue e é atingido brutalmente. Encaro o ser com ódio nos olhos...Nick?

— Alícia, quando isso aconteceu? — pergunto, a mesma que está em posição de meditação, suspira, de olhos fechados, concentrada.

— Ontem, depois da cozinha, ele começou a ficar triste e a ter crises de raiva, sentindo dores atrás de dor. Até que simplesmente... morreu. Demorou até muito para isto, mais ainda para acordar, é a primeira vez que vejo nosso rei — fala como se não fosse nada.

— E você fala assim, como se não fosse nada, Alicia? — me ergo com dificuldade, sentindo os gritos não me afetarem tanto mais. Olho ao redor da grande película que nos cerca, vendo fogo, pessoas...não, almas, queimando nele. A aflição, dor e sofrimento é horripilante. Não estamos mais na floresta?!

Olho para Alicia, que abre o olho preto e franze o nariz ao ver Nikolas arremessando Michael de um lado para o outro, lhe esquartejando.

— Não estou agindo como se fosse nada, acha que te coloquei nessa barreira e estou concentrando meus poderes em uma meditação, por pura esquizofrenia? Não, preciso ter poder para tentar te defender dele, se for preciso, nos trouxe temporariamente para Artens, porque aqui sou mais forte...lado ruim, ele também fica — murmura.

— Por que não me falou? — pergunto, me sentando com cautela, devido a dor enorme que sinto em meu abdômen.

— Você não estava preparada, além do mais, sabia que Michael tentaria te pegar — fala enquanto eu assisto o grande demônio torturar Michael de diversas formas e não consigo conter as lágrimas.

— E me deixou vir, por quê? — ela suspira.

— Sabia que seu desespero acordaria ele, você o chamou!

— E quem eu chamei? — pergunto, olhando para Michael que está ajoelhado e aquilo que sei não ser Nick, quebra seu pescoço, decapitando sua cabeça e o queimando.

— O verdadeiro rei — fala, se levantando e me dando a mão para que eu faça o mesmo, quando ele para, olhando em nossa direção. Arrepio quando ele vem em nossa direção e para frente à barreira, sem fazer nada, apenas olhando feito um manico — Hayley, me escute. Haja o que houver, não fale nada que o irrite, ainda não sei se é o Nick. Se eu conseguir te mandar para casa, não saia de lá! — me instruí, assinto. Ela suspira, saindo da barreira, me deixando só, aqui dentro.

Ele a olha fixamente, seus olhos azuis escuros parecem forçar Alícia a se ajoelhar. Ela se ajoelha e estende as mãos como em uma súplica à seu rei.

— Majestade? — tenta dizer, mas ele a ignora, me olhando fixamente.

— Desfaça! — manda em tom apavorante e Alícia nega.

— Não Nick, você não quer isso, pelo menos até você ter certeza de que consegue...

— Abra, agora! — ordena em tom ameaçador e Alícia se recusa, entrando na frente da barreira, se transformando em sua forma demoníaca completa, como se preparasse para lutar se for preciso, assim como me disse — Se eu quem abrir, posso matar ela e você junto. Abra! — manda.

Alicia abre as asas e, como uma escama de dragão, a barreira se torna tripla. — nunca, vossa majestade — se opõe, ele mal se move e Alícia é jogada longe.

— Alí? — grito, tentando ver o que aconteceu com ela, mas não consigo.

Ele me olha fixamente e se aproxima de mim, lentamente, algo em seus olhos me fazem não conseguir me afastar, é tão...desumano. Me encara frente a frente, então uma grande barreira vermelha se forma ao meu redor, dentro da de Alí. Ele apenas toca na barreira de Alicia e tudo explode, mas nós dois continuamos intactos. Sua barreira desaparece em seguida, me deixando desprotegida.

Não consigo tentar fugir, não consigo falar... simplesmente não existo.

Encaro seus olhos azuis, e tenho a certeza em algo, que ele não vai me machucar.

Ele dá um passo para trás e, então, se ajoelha à minha frente, abre os braços — Agora você me tem por completo, minha rainha — declara, olhando em meus olhos e eu não contenho as lágrimas de felicidade, que escorrem por meu rosto.

Antes que eu pudesse responder algo, ou o abraçar, simplesmente tudo some e eu apareço em casa. Nick?

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