58- trio

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Hayley Still

— Irmãos, sério? — me olha seriamente.

— Preferia que eu falasse: "namorado, que inclusive me fodeu há uma hora atrás"? — debocho, ele cerra o maxilar.

— Prefiro! — declara, cruzo minhas pernas, olhando-o incrédula — e fora de casa, princesa, não é para tirar a aliança — estala o dedo, fazendo com que a mesma que havia deixado em minha penteadeira apareça em meu dedo.

— Está bravinho? — implico, me olha com raiva — com medo de que eu te veja apenas como irmão novamente, ou que eu confunda a farsa e arranje um namorado para apresentar a família?

Ele se aproxima de meus lábios e me olha nos olhos — primeiro, você nunca me viu como irmão, segundo, o único que você vai apresentar para família sou eu! — fala em tom sério, eu sorri levemente por ter conseguido o provocar.

— Não sei se eu quero que seja você...— finjo dúvida, cerra o maxilar e a raiva é estampada em seus olhos.

— Não me provoca Hayley, peguei leve com você hoje, não me faz foder todo esse seu deboche e o meu ciúmes de uma vez só em você — diz e eu engulo em seco — acredite princesa, tenho várias coisas novas agora como rei para te mostrar — me dá um selinho e se afasta, liga o carro e dá partida.

Fico em silêncio olhando-o e sei que ele está percebendo, independente de não tirar os olhos da estrada. Ele me dizer isso, me intrigou, será possível ficar mais potente? Ou pior, maior?

Nikolas já me arromba toda vez, imagina se aumentar, eu não aceito, prefiro virar freira e nunca mais transar, pelo menos assim continuo viva.

— Quer me perguntar alguma coisa, meu amor, ou só me admirando? — desvio o olhar para janela.

— Estava só olhando para uma direção aleatória — minto, fitando a janela e posso jurar que o mesmo está sorrindo com seu jeito debochado, mas me recuso a me virar.

Observo a janela, vendo as árvores cheias de flores, devido à primavera, pessoas andando despreocupadamente e o Sol reinando. Tudo está tão lindo e calmo, nem sei quando foi a última vez que lembro da minha vida assim, calma e despreocupada.

Perdida em meus pensamentos, mal vejo há hora que chegamos à faculdade, apenas sinto Nick acariciando minha coxa.

— Vida, desculpa, não deveria ter falado daquele jeito tão... insensível, que quero te foder. Magoei ou assustei você? — me viro para o mesmo, sem entender.

— Ué, por quê? — pergunto, seu olhar fica confuso também.

— Não está quieta demais por estar com medo ou brava? — sorri em sério humor.

— Ser fodida brutalmente, não é uma coisa que me causa raiva ou medo — brinco, com olhar safado e ele relaxa.

— Por que está tão quieta, então? — pergunta e eu suspiro pensativa.

— Sei lá, só estava pensando em quando foi a última vez que minha vida ficou tão tranquila. Na última vez que parei para olhar pela janela e pensar na vida, sentia que faltava algo...ou alguém — assumo, ele me fita atenciosamente — faltava você! — ele sorri de forma fofa, olhando para baixo, timidamente — agora me sinto finalmente completa!

•••

Troco a página de meu livro, enquanto copio todas as contas e números enormes.

— Mas é tão feia, coitada — ouço a voz irritante de Camilly e risadinhas de seu grupinho insuportável.

Ignoro e continuo copiando, pois inveja e recalque de gente medíocre nunca faltará em meu caminho.

Sinto bolinhas de papel, acertarem minhas costas e eu respiro fundo, enquanto escuto risadinhas. Sinto que cerca de umas dez bolinhas me acertaram, até eu perder a paciência.

— Para com essa merda, seus arrombados, já deu, me deixa em paz — esbravejo quase em um grito, me virando para trás e vendo Sky e Lucas com bolinhas na mão junto a Camilly.

— Que foi Hayleyzinha, ficou brava? — fala sinicamente, volta a tacar bolinhas.

— Olha aqui, sua piranha, a sua sorte é que eu estou com o braço quebrado, se não...

— Se não, o quê, ia me bater? — debocha, fecho minha mão em punho, forte — mas eu não estou, e posso fazer o que quiser com você, sua vaca — diz se aproximando, e pegando uma mecha de cabelo minha — não vai conseguir se defender com uma mão, vai? — faz biquinho.

— Infelizmente não — assumo, ela sorri — mas não vai ser só eu com o braço quebrado no fim — dou um sorriso sádico, me afastando dois passos para trás, vendo Ivi pular na mesma.

Lucas vai se meter no meio e vejo Alec pular em cima, metendo o soco. Olho para o professor que observa tudo em choque e ergo a mão que não está quebrada, em sinal de que não estou fazendo nada.

Eu, Alec e Ivi temos um tratado, ninguém se mete na briga do outro, a não ser, que esteja incapaz de brigar, como no meu caso. Alec entra se algum homem for para cima, nós se alguma menina for, já que ele não pode bater em mulher.

Não entendo, Camilly já apanhou de nós tantas vezes e, mesmo assim, não toma vergonha na cara, continua implicando comigo. Ela não aceita que essa merda de escola quem manda sou eu, e que não teremos piedade dela.

Vejo Ivi segurando os cabelos azul da puta da Sky e a joga no chão, Camilly tenta a agarrar, mas Ivi acerta um soco no nariz. Cruzo minhas pernas, sentando-me na mesa e só falta a pipoca. De um lado Ivi amassando duas e dó outro Alec quase matando Lucas, olha que ele é negão, dois metros de altura e musculoso. Alec está por cima do mesmo, o socando com tanta raiva que fico até em choque, — independente do
Alec ser gay, fofo e super de boa — quando é para bater, ele é pior que muitos heteros top metido à lutador. 

— Hayley — o professor me chama, irritado e eu retiro meu sorriso do rosto, lembrando que tem mais gente vendo.

— Aff, tá bom — murmuro, revirando os olhos — Alec, Ivi, parem! — mando e eles param os punhos no ar e me olham, mantenho minha ordem, então eles arrumam a postura e se levantam. Em um ato de sincronia eles dão um chute sem piedade na costela de Lucas e Camilly, depois vem em minha direção, parando ao meu lado.

Ri ao ver eles se levantando com dor e Camilly me olha com raiva.

— Ainda não aprendeu né piranha, quem vence no final é sempre eu — faço questão de esfregar na cara, ela faz menção de vir para cima de mim, Alec e Ivi dão um passo à frente e seus amigos a seguram.

— Camilly, Sky e Lucas, para a diretoria agora! — o professor manda.

Tem quatro anos desde que havia me tornado chefe de gangue e desde então, comecei a mandar na escola também, os professores têm medo e passam pano para gente, não é novidade. Independente de não ser mais a chefe, ainda mando aqui.

— Já vocês, podem ir tomar uma água, ou desestressar um pouco — professor fala e assentimos, saindo da sala. Saímos em sincronia, eu na frente e Ivi e Alec atrás mantendo formação até cruzar o corredor, como meus seguranças e todos rimos descontroladamente.

— Isso foi irado — Alec ri.

— Nem me fale, faz tempo que não fazemos isso — Ivi observa, me abraçando.

— A cara da Camilly quando você pulou nela, foi icônica! — digo sem fôlego de tanto rir — valeu gente, não ia conseguir segurar o BO sozinha — assumo.

— Tamo junto, sem contar que da última vez que eu tava com dor na perna, você arrebentou a Fernanda — Ivi lembra.

— Nunca pensei que ouviria o Lucas gemer — Alec diz, sentando-se na escada e fazemos o mesmo — tudo bem que foi de dor, mas foi bizarro — brinca.

— Pelo menos, perdemos aula — falo e eles assentem, pegando os celulares.

— E se seu pai ficar sabendo? Você vai levar o maior esporro, amiga — me lembra — é a sexta esse ano.

É torcer para que o Nick, não fique sabendo!

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