22- comece a caçada!

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Hayley Still.

— Então Jeon, o que você faz no tempo livre? — pergunto, enquanto o mesmo toma um refrigerante de sabor duvidoso.

Ele me fita e dá um sorriso de canto.

— Eu trabalho — é a minha vez de rir.

— Ah tá — ironizo, ele me olha fixamente — que tipo de trabalho?

— Boto fogo em igrejas, mato pessoas... esse tipo de coisa — assume de forma natural, como se já soubesse que eu sei.

— Revelador — dá de ombros.

— mas e você, Hayley? — pergunta, e eu suspiro relaxada.

— Ah...eu gosto de brincar de caçar incendiários no tempo livre — falo e o mesmo sorri de forma natural, como se eu não tivesse dito que estou o caçando.

— Achei que gostava de incendiários — franzo o nariz — surpreso? Não — debocha.

— O que faz aqui? — pergunto e o mesmo pega o cigarro de meus dedos, que ofereci — tenho certeza que não me deixou descobri-lo por nada — faz sinal com a cabeça de que tenho razão.

— A máscara incomoda — zoa com minha cara e relaxa ao encostar as costas na parede — largue a máfia, ou seja lá como chama essa brincadeira de gangster sua, Hayley — manda em tom ameaçador e eu dou risada sarcástica.

— E por que deveria fazer isso? — pergunto e o mesmo passa a língua pela parte de dentro da bochecha.

— Sua vida está correndo perigo, já está na hora de parar de brincar de chefe, não acha?

— E se eu não quiser? — atiço, seu olhar muda para raiva — sou a princesa da máfia, não é? —  falo de forma sarcástica, por ele me chamar de princesa.

— Desculpa, mas não posso te chamar assim de novo — um sorriso estranho brinca em seus lábios e eu franzo o nariz confusa.

— E quem te impede? — ele sorri de canto e desvia o olhar.

— Boa tentativa. Se eu fosse idiota e você menos lerda, conseguiria sua resposta.

— Fazer o quê, eu tentei — provoco, ele tomba a cabeça para o lado.

Lerda, por que lerda? O que não estou entendendo?

— Saia da minha área Jeon e leve seu amiguinho também, se não quem vai correr perigo é vocês — ameaço e o mesmo suspira.

— Você está avisada — diz, se levantando.

— Digo o mesmo a você! — retribuo a ameaça e ele se vira, saindo em passos largos.

O vejo sumir por completo e bufo. Alec e Ivi saem de trás do painel, me fazendo revirar os olhos, claro que eles estão aí.

— Que fazem aqui? — questiono e os mesmos sorri amarelo.

— Não íamos te deixar aqui sozinha, com um maluco, desconhecido — Alec.

— Vai que ele te atacasse — Ivi diz, preocupada.

— Obrigada, mas sei me virar sozinha — digo e eles me abraçam — por que tem sempre que ter abraços? Odeio toque físico — eles me abraçam ainda mais e eu bufo, retribuindo.

— Você ama a gente, só aceita — Ivi diz e eu sorri.

— Tá — digo e eles sorriem —agora desgruda e vamos.

— Tá bom, Srta mandona — Alec diz e caminhamos até os armários, que são uns do lado dos outros.

Vou até meu armário e abro vendo mais um bilhete, escrito: " está avisada, princesa! ". Ai que raiva desse idiota. Amasso e jogo no lixo.

Eu vou ter o prazer de acabar com a sua raça.

— Teremos um lugar em específico para irmos — início e Ivi me olha sem entender e eu balanço o bilhete entre meus dedos — descobriremos quem é o filha da puta do segundo mascarado — sorri macabramente e fecho à porta do armário.

— Tem certeza que é uma boa ideia? — Alec pergunta medroso e eu cruzo os braços — já tem gente os caçando, Gabriel por exemplo, nem dorme direito, ele está vivendo para isso, Hayley.

— Sei disso. Reforçarei as buscas, colocarei mais capangas e procurarei um por um — falo e ele franze o nariz — farei uma caçada, quem conseguir, ganhará 10.000.000 de dólares!

— Hayley, não acha que está exagerando? — Ivi.

— Não, só estou começando!

•••

— Quero que distribuam fotos de suas máscaras, a do que nós não sabemos vale o dobro! Quero cada miserável dessa cidade os caçando, queime casa, depósito, loja, qualquer coisa que eles tenham. Quero a cabeça deles!

Olho para os mais de sessenta homens e mulheres à minha frente e cerra o maxilar.

— Quem me trazer as máscaras, ganhará 10.000.000 de dólares em dinheiro, sem taxas — ouço gritos e aplausos sedentos — Vão e espalhem a notícia, vocês tem até dia nove de janeiro. Que comece a caçada!

Todos saem da sala apressadamente e eu gargalho da situação, é excitante. Quero ver até onde isso vai, será que esse mascarado é bom o suficiente, ou pelo menos, se esconde bem? Terei a resposta dentro de três dias.

— isso é uma atitude e tanto! — Gabriel fala e eu o olho fixamente — poucos têm essa coragem, eles são as pessoas mais procuradas do momento, mas colocar a cabeça deles a prêmio, é colocar a sua também! — avisa.

Por que não um desafio? Um desafio nos torna mais resistentes e o dinheiro nos impulsiona à fazer coisas horríveis.

— Acha que fiz errado, Gabriel? — pergunto, acendendo um cigarro.

O mesmo me olha fixamente e franze a testa. Gabriel é plenamente sábio e não desobedece minhas ordens, piorou me questionar por algo desde que tomei a gangue que matou sua família, acho que é gratidão ou, algo do tipo. Independente, ele é um bom conselheiro.

Gabriel sorri de canto e acende seu cigarro também, observo ele atentamente, que parece preocupado.

— Jamais, você só agiu como uma chefe — dá uma tragada.

— Mas? — falo soltando a fumaça.

— mas eles também irão nos caçar, está preparada?

Penso sobre sua resposta e a única coisa que vem em minha cabeça é um...

— Com certeza! — Gabriel me olha e sorri.

— Você se tornou um monstro, Hayley! — fala e eu sinto uma facada no peito, principalmente por ser verdade — quem te tornou assim? — dou risada.

— Sempre fui, só precisei de um gatilho!

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