Amor por acaso / Temporada 2023 ( Concluída)

127. Brasil

Primeiro treino livre GP são Paulo

O dia em São Paulo começou prometendo fortes emoções. O calor no momento do treino livre se aproximava dos 30°C, com direito ao asfalto em 44°C. A umidade era alta e o céu, fechado. A promessa era de chuva nas horas posteriores, mas ainda não durante o treino. Por fim, o vento era bastante considerável, com média acima dos 11 km/h.

Ninguém quis perder tempo quando veio a bandeira verde: carros em peso na pista. Esteban Ocon foi o primeiro a avisar que tinha problema, um parafuso solto numa das rodas. Ao menos era a impressão que tinha, mas a Alpine avisou que podia permanecer.

Os primeiros 20 minutos do treino foram de domínio da Red Bull. Verstappen foi o primeiro piloto a ir para a pista, marcou o melhor tempo e, depois, fez 1min13s100. Pérez apareceu no segundo lugar apenas alguns centésimos atrás do companheiro
A primeira parte do TL também ficou marcada por problemas nos carros. Verstappen acionou a equipe pelo rádio e informou que seu banco estava solto logo após as primeiras voltas. Além dele, Piastri teve seu retrovisor quebrado e Ocon teve que fazer uma parada para trocar um pneu que estava com um parafuso preso.

Tsunoda foi o primeiro piloto a deixar de usar os pneus duros e partir para os médios. O japonês superou o tempo de Verstappen, mas logo ficou para trás, com Russell, da Mercedes, assumindo a ponta com 1min11s965.

Pouco depois da metade do treino livre, Magnussen e Norris se tocaram no final do segundo setor da pista. O inglês vinha em volta rápida, mas abriu demais a curva e tocou no norueguês, que fazia volta lenta.

Boa parte dos pilotos só testou os pneus macios nos minutos finais do treino livre. Foi com o conjunto que Carlos Sainz e Charles Leclerc colocaram a Ferrari com a dobradinha, superando Russell, Hulkenberg e Albon, que apareciam no top-3…

Classificação para domingo

Max Verstappen não quer saber de deitar sobre os louros. O holandês da RBR já conquistou o tricampeonato mundial da Fórmula 1 com antecedência, mas mantém o pé no acelerador treino após treino, corrida após corrida. É dele a pole position do GP de São Paulo, que vai acontecer no domingo (5/11), às 14h, alcançada com uma volta de 1min10s727 no Q3. É a 31ª pole de sua vitoriosa carreira, conquistada em um treino de classificação atípico, que começou atrasado e terminou antes da hora, debaixo de um temporal que transformou o dia em noite em Interlagos. Leclerc ficou com a segunda posição e Stroll, com a terceira.

A classificação começou 15 minutos atrasada porque fiscais tiveram que limpar a pista depois de um pedido da Pirelli, que fornece os pneus da F1, à FIA. Mais cedo, durante o treino livre, o espanhol Fernando Alonso reclamou de pedras no traçado e o pneu de Hamilton foi furado por um prego solto na pista.

Além do atraso no início, a sessão também foi encerrado antecipadamente, faltando 4 minutos e 19 segundos para o encerramento do Q3 porque uma chuva assustadora desabou, acompanhada de rajadas de vento, tornando a pista escorregadia e perigosa.

Q1 - 18 minutos e cinco eliminados
A exemplo do que ocorreu no treino livre da manhã, a Ferrari parecia ter chegado com força à classificação. Até faltarem 35 segundos para o fim do Q1, Charles Leclerc era dono do melhor tempo, com 1min10s472. Nesse momento, no entanto, a Mercedes de Russell bateu 1min10s340, e Verstappen ainda pegou o segundo lugar nos últimos segundos. Leclerc manteve a terceira colocação, com Sainz apenas no 12º lugar. Hamilton ficou apenas em nono e Perez, em 13º.

O Q1 foi com pista seca, mas nuvens pesadas, cor cinza chumbo, começaram a se aproximar rapidamente de Interlagos. As nuvens mais escuras se concentraram nos arredores do S do Senna. Perto da reta principal, porém, o tempo permanecia mais claro. Pouco antes do início do Q2, uma garoa fina começou a cair em alguns pontos.

Q2 - 15 minutos e cinco eliminados
Com a proximidade da chuva, a temperatura da pista começou a cair, e saiu de 41ºC, no treino livre da manhã, para 36ºC no início do Q2.

O melhor tempo do Q2 ficou com a McLaren Lando Norris, com 1min10s021, seguido das RBR de Verstappen e Perez. Foi acirrado: apenas três centésimos de segundo separaram o tempo de Norris do de Piastri, o nono colocado. Mais impressionante: exatos 0s819 - ou seja, menos de um segundo - separavam o líder Norris de Albon, eliminado em 15º.

Entre os eliminados, Albon saiu com cara de poucos amigos: o tailandês da Williams teve seu tempo de volta deletado por ter infringido os limites de pista na descida do lago e acabou em 15º. Já Gasly, eliminado em 13º, se queixou de alguns saltos no S do Senna e disse não saber o que aconteceu com o carro da Alpine.

Q3 - 12 minutos e disputa pela pole

O Q3 começou com a pista ainda praticamente seca, mas a chuva era iminente. Verstappen percebeu e acelerou para fazer o tempo de 1min10s727 enquanto era possível. O treino se tornou uma corrida contra o tempo, e o holandês levou a melhor. Quem ainda tentaria uma volta mais rápida no fim não teria nem chance.

Quando a chuva desabou, a pista ficou perigosa. O carro de Piastri foi o primeiro a rodar. E o treino foi definitivamente interrompido, para alegria do tricampeão, que recebeu o troféu de pole position de Adriano Imperador.

Outro que teve o que comemorar foi Stroll: o terceiro lugar no grid de domingo em Interlagos é sua melhor posição de largada desde a pole que ele conquistou no GP da Turquia, em 2020.

Após a sessão, os comissários abriram investigação a seis pilotos: Stroll, por andar lento na sessão; Russell e Gasly, por bloqueio/ultrapassagem no pit lane, e Ocon, Perez e Gasly, por bloqueio. Stroll foi isento pela direção de prova, mas Russell perdeu duas posições de largada pela infração que cometeu.

Stroll também pode ter entrado na mira dos comissários por ultrapassar o tempo delta máximo estabelecido para o GP, ou seja, fez uma volta muito lenta. A regra vale desde o GP da Itália e estabelece um tempo máximo de volta para os pilotos entre as duas linhas do safety car. A medida foi estabelecida no Circuito de Monza, pista que sofre muito com o tráfego de carros nas classificações. O objetivo é evitar que carros lentos demais acabem atrapalhando outros.