Mon
Mon chega ao escritório, cumprimenta a todos e vai direto para sua sala. Precisa preparar suas falas e orientar os pais qual comportamento eles teriam que demonstrar na visita. De repente duas batidas na porta e em seguida entra Tee.
- Bom dia doutora Kornkamon.
- Bom dia doutora Tee.
Tee andou pela sala, se serviu de um pouco de água da jarra no móvel ao lado da pequena estante, sentou confortavelmente na poltrona e disse:
- Me diga doutora, já estudou o processo do senhor Miranda?
- Sim. Já tenho em mente como desenvolver esse caso. Hoje mesmo vou com os pais ao hospital conhecer o menino. Já contactei uma pessoa para tirar algumas fotos enquanto eu estiver no quarto consolando os pais, isso vai mostrar que nosso escritório se preocupa de verdade com o menino. Tem que ser uma foto de celular, pois quero que pareça um "flagra" e não uma foto profissional, vai causar mais efeito.
- Eu tinha certeza de que você era a pessoa certa para o caso, perfeito! - disse Tee sorrindo e se levantando em direção à porta quando Mon diz:
- Doutora Tee, posso lhe fazer uma pergunta?
- Claro doutora.
- Você chegou a olhar os arquivos do caso, olhou a foto do menino?
Tee olhou seriamente para Mon e se virou em direção a porta. Mon diz:
- Doutora?
- Eu disse que você poderia perguntar, mas não disse que iria responder. Faça o seu trabalho doutora Kornkamon e quero relatórios diários sobre o caso, bom dia - Tee saiu batendo a porta com um pouco mais de força que o necessário.
Sam
- Bom dia Yuki, bom dia enfermeiras lindas do meu coração.
- Ih, ela vai pedir alguma coisa - diz rindo uma enfermeira.
- Só as enfermeiras são linda doutora Sam? E os rapazes? Isso é descriminação viu? - fala Danit.
- Oh, ciumento. Você também é lindo - responde Sam.
- Yuki, muitos pacientes hoje?
- Nem tanto Sam, hoje está tranquilo.
Sam pega as fichas e quando se encaminha para o corredor do seu consultório, vê na recepção os pais do menino Bernardo, o chefe e uma mulher bonita conversando. Nunca a tinha visto no hospital e pela sua roupa não parecia ser médica. Voltou e perguntou para Yuki:
- Yuki, você sabe quem é aquela mulher conversando com o chefe? Nunca a vi aqui.
- Ah, ela é advogada dos pais.
- Oi? E que merda ela está fazendo aqui?
- Pelo que o chefe me disse, ela veio conhecer o menino.
- Ô raça do mal! Conhecer o menino, sei... desde quando os advogados se preocupam com outra coisa que não seja ganhar dinheiro?
- Sam, não vai fazer besteira! Vai logo atender seus pacientes.
- É melhor mesmo eu sair de perto porque a vontade de falar algumas verdades está entalada na minha garganta. Depois que terminar vou ver o Peter, ok? Se precisar de algo manda mensagem.
- Pode deixar, agora vai logo!
Mon
Os pais de Bernardo, doutor Thahan e Mon caminham em direção ao elevador e no percurso Sam passa por eles. Sam não consegue disfarçar seu olhar de indignação e raiva direcionado à Mon. Por sua vez, Mon sente o olhar lhe atingir, mas não entende o motivo. Os olhares se cruzam por alguns segundos, suficientes para Mon se sentir incomodada e retribuir com a mesma intensidade.
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O vôo das borboletas
FanfictionKhun Sam Anuntrakul, 27, anos fez toda sua residência em neurologia no Hospital Phyathai 2 e dedica seu tempo à profissão e mais nada. Apenas raras saídas com amigos, alguns flertes e relações relâmpagos para aliviar a tensão do dia a dia, mas nada...