Capítulo 44 - Senhora Dang, a mãe.

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Sam

Hoje seria seu dia de folga no consultório do hospital, mas era dia de ir trabalhar no laboratório até a hora do almoço. A cada dia que passava auxiliando a doutora Maritza e doutor Juan, ficava mais forte a vontade que sentia de entender mais, ir mais a fundo. Sam era observada pelos médicos cubanos. Ela era atenta e eficiente em tudo que fazia. Medidas exatas, já sabia o nome de todos os equipamentos usados e perguntava tudo. "Por que o doutor faz dessa forma não de outra, se inclinar um pouco mais a pipeta, faz diferença no resultado?".

Doutora Sam, já pensou em cursar uma faculdade de Biomedicina? - diz a doutora Maritza.

- Eu? Ah,não. Nunca pensei em fazer outra faculdade - responde Sam.

- Pois deveria. Acho que pode ser uma grande cientista. A Biomedicina é um campo que está entre a Biologia e a Medicina. Um graduado em Biomedicina desenvolve ou melhora remédios e vacinas, além de estudar os microrganismos causadores de doenças. Entre as áreas que mais crescem em demanda por biomédicos, estão a reprodução humana e as pesquisas com células tronco.

- Nossa, então eu poderia pesquisar sobre doenças e possíveis curas?

- Sim, mas saiba que tem que ter muita disciplina e estudar muito, muito mesmo. Depois tem a pós graduação, cursos. O importante é estar sempre atualizada - fala a doutora Maritza.

- Não sei porque, mas meu coração está acelerado. Eu vou pensar. Nossa, estudar doenças e possíveis curas! - diz Sam sorrindo.

- Pense com carinho doutora Sam. Se precisar de ajuda, estaremos aqui. Potencial a doutora tem - diz doutor Juan sorrindo também.

- Está bem, vou pensar. Obrigada por todo esse apoio, está sendo uma experiência incrível para mim - diz Sam.

- Não por isso. Por hoje está dispensada. Nos vemos semana que vem.

- Certo, vou visitar um amigo. Obrigada doutores! - fala Sam tirando o jaleco, luvas e saindo para procurar Heng.

Mon

Quando chegou no hospital não viu Sam nem Yuki, foi procurar por Heng. Encontrou o médico no corredor do hospital. Ele estava num estado lastimável. roupas amassadas, olheiras profundas e uma energia pesada e triste que Mon sentiu de longe.

- Heng! Oi. Nossa amigo, você precisa dormir e comer alguma coisa, quer ficar internado também?

- Ah, oi Mon. Senhora Dang. É que não consegui dormir. Só ficarei tranquilo quando ele acordar.

- Mas meu filho, não pode ficar assim. Quer que Nop te veja nesse estado quando acordar? - diz senhora Dang.

- Como ele está Heng?

- Estável, nenhum sangramento. A concussão na cabeça parece que não foi grave e as pancadas vão deixar ele todo roxo só, o mais preocupante é a reação do corpo dele à cirurgia.

- Entendi. Mas vai dar tudo certo. Vamos comer alguma coisa e sem discussão. Onde é o refeitório? - pergunta Mon.

- Tudo bem, vamos. Só seguir direto e virar a esquerda.

- Heng, viu a Sam? Acho que ela veio para o laboratório hoje - diz Mon.

- Ah sim, ela chegou bem cedo, deve estar se liberando agora - fala Heng.

- Eu tentei chegar mais cedo mas tinha que mandar vários emails, avisar aos clientes e aos grupos LGBTs que estamos ajudando, só consegui chegar agora - diz Mon.

- Heng, será que depois podemos ver o Nop?

- Sim claro. Duas pessoas por vez, eu entro com vocês. Mas se preparem pois ele está muito machucado e a aparência pode assustar um pouco. Vamos sentar aqui - diz Heng.

O vôo das borboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora