Mon
Já haviam se passado três dias que estiveram juntas, Mon cuidando de Sam e no fim atrevidamente deixou seu telefone anotado no esparadrapo, mas até agora Sam não havia ligado. Mon começou a se sentir uma boba achando que interpretou os sinais de forma errada, se é que houveram sinais.
- É dona Mon, você realmente foi uma idiota. E ela ainda deve estar me achando uma oferecida deixando meu telefone com um desenho fofo, coisa infantil. Pensando bem ela é muito mais experiente que eu, deve ter muitas pessoas pra se divertir, por que me escolheria? Merda! - diz Mon a si mesma.
- Deu pra falar sozinha agora amiga? - pergunta Nop que entrava no escritório naquele momento.
- Ah, oi Nop. Pois é, melhor falar sozinha do que ficar criando expectativas onde não tem.
- Hum, já sei. Ela não ligou ainda não é? Mon, não sabe como é vida de médico? Às vezes pegam plantões pesadíssimos, beiram a exaustão.
- Nop, qual cansaço tem em discar um número no celular? Deixa isso pra lá, vamos nos concentrar no trabalho. Hoje é sexta e semana que vem temos três clientes para receber aqui, os primeiros que virão no escritório.
- Tá bem, mas eu acho que você está se precipitando e ...
- Nop, não quero mais falar disso, não quero nem lembrar porque me sinto uma idiota. Vamos trabalhar.
Sam
Sam tentava de todas as formas lembrar o sobrenome de Mon, mas não conseguia. Não tinha como procurar uma "Mon" qualquer, tinha que ter o sobrenome. Ela poderia perguntar ao chefe mas ia parecer muito estranho. Poderia perguntar até a Nitta, mas pela história do passado entre elas, Sam achou melhor não arriscar. Por mais que ela não quisesse expor sua vida agora nem para seus amigos, só tinha uma pessoa que Sam sabia que poderia ajudá-la.
- Oi Yuki, muito trabalho amiga?
- O de sempre. E seu pé?
- Ah, tá melhorando rápido.
- Silêncio...
- O almoço estava bom hoje né? Bem gostoso - diz Sam.
- Ok, o que você quer Sam? - pergunta Yuki se virando e ficando de frente para a amiga.
- Merda. Yuki, preciso descobrir o sobrenome de uma pessoa, mas não quero que ninguém saiba, você me ajuda?
- Hum, posso pensar. Mas só se me falar quem é a "amiga misteriosa".
- Então, é o sobrenome dela mesmo que preciso para poder descobrir seu telefone. Eu tinha mas a faxineira jogou fora - conta Sam.
- Ah, entendi. Por isso estava igual doida querendo falar com ela no dia da faxina - diz Yuki.
- É, foi por isso. Você vai me ajudar? - pergunta Sam.
- Quem é? Qual nome? Onde conheceu? - diz Yuki.
- Ai saco! Tá bem, vou contar. Droga... É a advogada, aquela do caso do menino Bernardo - diz Sam.
- O QUE? Sam! A advogada? - fala Yuki com tom de voz alto.
- Fala baixo garota! Se fosse pra todo mundo saber eu mesma já teria falado. E ela é uma boa pessoa.
- O Heng me contou que ela veio pedir desculpas pro chefe, achei legal da parte dela - diz Yuki.
- Yuki, você vai me ajudar ou não?
- Se você me contar exatamente o que aconteceu... - diz Yuki.
- Eu sabia que você iria se aproveitar, mas tudo bem. Eu atropelei ela na ciclovia - e Sam contou tudo o que houve, como Mon cuidou dela, mas não falou das sensações, dos olhares.
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O vôo das borboletas
FanfictionKhun Sam Anuntrakul, 27, anos fez toda sua residência em neurologia no Hospital Phyathai 2 e dedica seu tempo à profissão e mais nada. Apenas raras saídas com amigos, alguns flertes e relações relâmpagos para aliviar a tensão do dia a dia, mas nada...