Agora os jogos começaram. Peço que fiquem atentos aos detalhes dos proximos capítulos. Boa leitura :)
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Sam
Depois de dar um jeito na casa, fez seu chá e foi para a cama. Avaliou o quanto sua vida havia mudado em pouco tempo, muitas coisas boas, algumas irreparáveis. Peter. Como ela gostaria de dividir tudo isso com ele, mandar que fosse dormir na hora certa e desligar o videogame, coisas normais que mães fazem com os filhos. Sentiu um aperto de saudade e seus olhos arderam como sempre acontecia quando lembrava dele. Levantou devagar da cama, com passos vacilantes e o coração acelerado parou na porta do quarto de Peter. Nunca havia entrado lá depois que ele partiu. Com muito esforço colocou a mão na maçaneta, respirou fundo algumas vezes e abriu a porta.
Nada, um completo vazio. Apesar da falta de todos os móveis, ela ainda conseguia ver mínimos sinais. A tomada especial para ligar os aparelhos médicos, os furos na parede onde estava o quadro, etc. Andou devagar passando as mãos pelas paredes, olhou pela janela. A vista dava para um pequeno parque, talvez fosse nele que a pipa colorida voaria pela primeira vez ou ele fosse andar de bicicleta, tantas possibilidades que foram arrancadas dela. Peter. Ele a chamou de "mãe" e foi o som mais lindo que ela ouviu em toda sua vida e depois a imagem de seus bracinhos pendendo para o lado sem vida.
Sam foi escorregando de costas pela parede e caiu sentada no chão chorando muito, ela ainda se recusava a entender porque. Por que levaram seu filho? Onde ele estava agora? Será que ele ainda se lembrava dela? Seu peito doía mais a cada minuto dentro daquele quarto vazio, porém cheio de sentimentos. Saiu batendo a porta e se jogou na cama. Não consegui parar de chorar e só tinha uma pessoa a quem ela confiaria mostrar seu lado mais frágil.
- A-lô, M-mon?
- Oi amor. Que voz é essa? Você está chorando? O que aconteceu?
- D-desculpa ligar t-tão tarde, mas eu entrei no quarto dele e ... ah eu n-não c-consigo, não consigo, dói muito!
- Ah, meu amor. Meu Deus como queria estar te abraçando agora.
- E-eu preciso de ajuda amor, me ajuda com essa dor! - diz Sam.
- Claro que te ajudo amor. Olha, vai lavar o rosto, vai pra janela inspira e respira várias vezes. Isso vai ajudar. Mas depois você precisa começar a ler o livro que deixei para você.
O que acontece é que você não passou pelo luto, você foge dele. Enquanto não passar por todas as fases, você vai sentir essa dor te dilacerando. Quando você começar a entender, você não vai esquecer do Peter, mas a dor vai diminuir e dar lugar a saudade, você entende? - diz Mon.
Sam que estava na janela inspirando o ar fresco, sentiu a cabeça mais leve e respondeu:
- Entendo. É que eu tenho medo de esquecer dele se eu começar a entender porque ele se foi - diz Sam secando as lágrimas com a manga do pijama.
- Amor, isso nunca vai acontecer. Você confia em mim? - diz Mon.
- Confio amor.
- Então leia. Não precisa ler tudo de uma vez, vai aos poucos e o que você não entender, eu tento te explicar, tá bem?
- Tá. Obrigada amor, já estou melhor. Você faz isso comigo, consegue arrancar de mim os melhores sentimentos, as melhores coisas , tudo e eu ... te adoro - diz Sam.
- Você faz o mesmo comigo baby e até muito mais. Eu também te adoro, muito, muito - diz Mon.
- Tá agora vamos pra caminha porque amanhã você tem o início do processo pra ver e eu o hospital. Dorme bem meu amor - diz Sam.
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O vôo das borboletas
FanfictionKhun Sam Anuntrakul, 27, anos fez toda sua residência em neurologia no Hospital Phyathai 2 e dedica seu tempo à profissão e mais nada. Apenas raras saídas com amigos, alguns flertes e relações relâmpagos para aliviar a tensão do dia a dia, mas nada...