Capítulo 66 - Omelete e pulinhos

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Kath

Apesar de ter ido dormir triste, pela manhã acordou um pouco mais animada: iria com Tee conhecer o canil e com sorte conseguir uma vaga. Tee chegou um pouco depois do café da manhã.

- Oi mãe, oi Kath. Pronta?

- Mais do que pronta - responde Kath.

- Então vamos, estou louca para você conhecer o canil. Um beijo mãe - se despede Tee.

- A senhora vai ficar bem? Fica descansando, quando eu chegar preparo o almoço - fala Kath para senhora Dang.

- Eu estou bem filha, vá tranquila. Vou passar o dia lendo e relaxando.

- Ok, mas qualquer coisa me ligue - diz Kath preocupada.

Dentro do carro Tee pergunta:

- A mãe está sentindo alguma coisa?

- Não, só estou achando ela mais cansada que o normal.

- Ah, mas ela tem quase oitenta anos, Kath. É normal que a pilha vá enfraquecendo. Eu nunca vi a mãe precisar ir ao médico, fica tranquila. Yuki me contou que conheceu o hospital ontem, gostou?

- Nossa, é enorme! Mas tudo aqui, por mais simples que seja, vai ser maior do que eu estou acostumada. Minha cidade é pequena e tudo de modernidade que aqui vocês usam normalmente, para pessoas do interior é uma novidade - explica Kate.

- Ela me falou também que a mocinha arrasou vários corações lá dentro. Pareciam um enxame de abelhas em sua volta até que Sam chegou com cara de assassina e espantou os internos - ri Tee.

- É, foi mais ou menos isso. A Sam parece que está sempre prestes a explodir, pelo menos é isso que vejo - fala Kath.

- É, a Sam precisa de ajuda, mas ela se recusa em sequer tocar no assunto. Acho que na cabeça dela, já que Mon morreu, ela não pode e nem deve sentir nenhum tipo de felicidade. A Mon foi minha funcionária, sabia?

- Sim você disse na festa.

- Mas era tudo muito diferente. Eu era o oposto do que sou hoje e eu e Mon chegamos a travar uma batalha judicial.

- Sério?

- Muito sério. Mon foi a advogada mais inteligente, feroz e competente que já conheci, ela não perdia um caso, era brilhante. Mas depois nos entendemos e de quebra conheci Yuki que é a mulher da minha vida. Mon era muito espiritualizada, sabe?Graças a isso ela percebeu seus excessos e tentou corrigir os erros que cometeu. Ela faz muita falta...

- Eu vi a foto dela e da Sam, a senhora Dang me mostrou. Sam nem parece a mesma pessoa - diz Kath pensativa.

- Sim, ela mudou. Mas eu tenho fé que ela vai conseguir sair da escuridão em que está, um dia quem sabe. Olhe Kath, o canil.

Tee estacionou e seu amigo, o proprietário logo apareceu:

- Tee, quanto tempo! Já tá na hora de escolher outro não é?

- Pierre, amigo! Sim, já até passou da hora. Uma casa sem cachorro não tem vida. Mas hoje vim te apresentar a Kath, a estudante de veterinária que te falei.

- Ah, sim, perdão senhorita. Me chamo Pierre Bertrand.

- Muito prazer, sou Kath.

- Tee falou que você é estudante de veterinária, certo?

- Sim. Além da faculdade cresci em meio a todo tipo de animais que o senhor pode imaginar.

- Veio de onde?

- Interior de Oklahoma.

- Ah, sim. Bem, você está acostumada a lidar com animais de porte grande então.

O vôo das borboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora