Mon sentia no corpo a energia, algo como uma eletricidade que sempre tinha quando iniciava algum processo, mas esse era diferente. Ela lembrou do caso do menino Bernardo, das atrocidades que já viu Tee armar com outros advogados e agora com essas senhoras. Não, isso tinha que acabar.
- Nop, precisaremos dos serviços do Vijay Wongsa, o rapaz que descobriu o vírus. Liga pra ele por favor e marca com ele aqui.
- Que tipo de serviço? Tu não vai mandar um vírus pra Tee não né?
- Claro que não Nop! Só quero ajuda para que a notícia desse processo se espalhe. Vamos deixar a Tee bem famosa - diz Mon sorrindo.
Tee
Aos berros, Tee liga para o senhor Pavan do RH e ordena que vá a sua sala imediatamente. O homem conhecendo Tee muito bem logo aparece.
- Que porra você fez nas demissões daquelas velhas da limpeza seu imbecil? Elas estão processando a empresa! - diz Tee.
- Doutora Tee, eu fiz o que a doutora pediu. Falei que eram cortes de gastos, elas acreditaram, assinaram e foram embora. Antes de deixar elas assinarem, falei bastante, elogiei o trabalho delas e só no fim elas assinaram. Foi só isso - explica o senhor Pavan.
- Preste atenção, você vai arrumar uma doença, vírus, nem que você se jogue na frente de um caminhão! Quero você incapacitado por pelo menos três meses, você ouviu? - diz Tee.
- Sim, mas como vou fazer isso?
- Eu não quero saber como, só faça. Vá ao médico e faça um checkup geral, ache alguma coisa, suborne o médico, não me interessa. Mas você não pode depor nesta audiência, senão você teria que mentir e além da multa, seria preso, VOCÊ ME ENTENDEU? - grita Tee.
- S-sim doutora. Eu vou a-agora mesmo ver isso. Com licença.
Tee sem dar atenção ao senhor que saia da sua sala apavorado, pega de novo o telefone:
- Phil, minha sala agora!
Philips Dixon, americano, 51 anos, sendo 25 deles dedicados à advocacia. Experiente tanto na vara cível, criminal e trabalhista. Frio, debochado e muito competente. Postura ereta, cabelos pretos com alguns fios grisalhos na frente, alto, postura ereta e se destacava sem precisar falar nada. Intimidador é uma palavra que o definia. Sempre houve uma rivalidade entre ele e Mon quando ela ainda fazia parte da empresa, mas ele nunca conseguia abalar a capacidade, habilidade e a sabedoria de Mon. Entrou na sala de Tee:
- Pronto, onde é o incêndio doutora?
- Pode parar com suas gracinhas, isso é sério! Sente que vou lhe explicar o caso. A empresa está sendo processada por três senhoras que mandei demitir - diz Tee.
- Hum, qual o motivo da demissão? O real motivo doutora.
- Escute bem Phill, o que eu vou te contar é algo muito íntimo. Eu vou falar porque é você que vai representar a empresa, mas não se esqueça do sigilo, caso contrário eu acabo com você e você me conhece muito bem para saber que eu não estou brincando.
- Não preciso que me lembre sobre meu trabalho doutora. Sabe muito bem que sou profissional. Agora fale - disse o doutor Philips.
- Bem, uma senhora da limpeza me pegou fazendo sexo com uma mulher aqui mesmo nesta sala. Essa prostituta eu chamo vez ou outra, mas nesse dia esqueci de trancar a porta. Estávamos bem, digamos "a vontade" e eu...
- Você...? - diz doutor Philips.
- Todos sabem que sou lésbica, mas ninguém ousa comentar pois sabem muito bem as consequências disso. Na verdade nunca me senti mulher e... bem, eu enfaixo meus seios para escondê-los. - Tee diz isso sem encarar o doutor Philips e era visível seu constrangimento.
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O vôo das borboletas
FanficKhun Sam Anuntrakul, 27, anos fez toda sua residência em neurologia no Hospital Phyathai 2 e dedica seu tempo à profissão e mais nada. Apenas raras saídas com amigos, alguns flertes e relações relâmpagos para aliviar a tensão do dia a dia, mas nada...