Khun Sam Anuntrakul, 27, anos fez toda sua residência em neurologia no Hospital Phyathai 2 e dedica seu tempo à profissão e mais nada. Apenas raras saídas com amigos, alguns flertes e relações relâmpagos para aliviar a tensão do dia a dia, mas nada...
Desculpem a demora para o que havia prometido: explicar algumas coisas, dentre elas os motivos que me levaram a escrever essa fic.
Eu sou umbandista, mas tenho uma ligação forte com o espiritismo há muitos anos, mas independente das coisas já sabidas por mim, fiz muita pesquisa, muita mesmo e procurei sempre deixar os links para quem se interessasse, buscar informações. Então vamos lá:
1 - O tema reencarnação: Além de ser algo que creio, descobri a alguns anos que eu e minha mãe estamos compartilhando várias encarnações juntas na tentativa de reparar nossos erros uma com a outra. Já vivemos como pai e filha, eu mãe e ela filho, etc. Nesta eu vim como filha e nossa relação sempre foi conflituosa. Ela não aceitava o fato de eu ser lésbica (me assumi quando tinha 15 anos) e eu sempre fui digamos, rebelde rs.
Até que fui morar com meu pai e percebemos que visitas esporádicas funcionavam melhor que o convívio, mas ela sempre quis de alguma forma me controlar, aí eu me irritava. Por fim segui meu caminho, sempre fazendo o que eu queria, acirrando mais o conflito. Sou mãe solo. Engravidei aos 18 anos e foi a alegria da família. Hoje ele tem 37 anos, um homem de bem, formado doutor, mestre e escritor. Estudioso da história do samba e muito respeitado no meio acadêmico. 🥰
Minha mãe vinha com a saúde prejudicada de forma gradativa, muitas comorbidades até parar de andar a quase dois anos. Quando ela começou com os problemas de esquecimentos, algumas internações o quadro piorou. Foi então que nos foi dito, no centro de umbanda que frequento (e em outros também) que ela não teria muito tempo entre nós, para nos prepararmos.
Ela um dia ficou muito mal, pressão muito baixa e confusão mental. Foi para o CTI e de lá não saiu mais. Foram 3 meses de muito sofrimento com escaras e vendo ela que era sambista, compositora, alegre, exalava vida, definhando na cama e muitas vezes nem nos reconhecendo. Ela falava muito "Vem um moço moreno aqui todo dia e passa a mão invisível em mim dizendo que vai ficar tudo bem" ou então "Olha quanta gente que fica aqui por perto! Eles sempre vem todos com essas roupas azul clarinha" e no CTI só ficavam 3 enfermeiras.
Um dia eu acordei de madrugada num pulo da cama com todo esse enredo na cabeça e eu sabia que era um aviso tipo: "Você tem que escrever sobre isso. Reencarnação, fé, amor, vida e morte". E assim comecei. As palavras todas jorravam pelos meus dedos. Todos os capítulos foram escritos no dia que eu postava, não tinha nada arquivado, era pura imersão e com a ajuda de mentores em minha mente, a história foi tomando forma.
Sim, eu sei que muitos me odiaram e não entenderam eu ter tirado a Mon de Sam, mas eu precisava fazer isso para mostrar que o espírito de Mon voltaria, como voltou e se reencontraram. Então, esse foi o motivo do tema principal, minha mãe. Ela desencarnou dia 17 de Fevereiro no exato momento que sua escola de coração, Vila Isabel, entrava na avenida para o desfile das campeãs.
Eu consegui em um dos poucos dias de lucidez antes de sua partida, pedir perdão pelo meu jeito arredio e rebelde e fui perdoada, mas sei que ainda vamos viver muitas vidas juntas para acertar o que está faltando. Sabe o processo do luto? Eu ainda estou nele e digo que ainda não chorei o que preciso, mas tudo a seu tempo.
Ela está ainda se desprendendo do mundo terreno e já aparece em sonho para meu filho, eu já a vi aqui em nossa casa. Cada um tem seu tempo e ela ainda é muito apegada pois meu irmão é autista e ela se preocupa. Mas seguimos aqui fortes, eu, meu filho, minha irmã e meu irmão. Somos uma família de FÉ e FORÇA. Ela agora está sem dor e amparada, vamos continuar aqui lutando como ela nos ensinou.
2 - Almas gêmeas: Não gente, minha mãe não é minha alma gêmea, rs. Eu e minha mãe somos um caso de resgate de almas, mas sim, eu encontrei a minha alma gêmea.
Um dia no TT perguntando sobre um vídeo da Becky, ela sem me conhecer, me respondeu com simpatia e trocamos Zap. Começamos a nos falar cada vez mais e cresceu dentro de nós algo muito potente, intenso e irremediável. Conseguimos "nos sentir" sem nos tocar e isso eu não sei se conseguirei explicar de forma que todos entendam. Sentir o toque, a respiração, a presença... No começo era tudo muito improvável, foi tudo muito rápido e eu com minhas cicatrizes, tive medo, ela também.
Tem uma taróloga que lê as cartas para mim há muitos anos e digo, é assustador o nível de precisão dela. As cartas disseram: "Ela é sua alma gêmea e vocês vão viver isso". Mesmo confiando muito nas cartas dela, precisava ter certeza, pois era algo muito forte e eu tinha medo. Recorri ao único lugar que me daria as respostas certas: o jogo de búzios, meus orixás. O que eu já sentia dentro do peito, o que as cartas disseram foi confirmado, já estava escrito que nos encontraríamos, já vivemos outras vidas juntas e viveremos outras. Por isso pude falar sobre almas gêmeas com propriedade, pois eu vivo isso. Ela é minha luz, meu caminho e minha escolha todos os dias. Meu amor, minha Nong, você faz parte disso, Eu amo você!❤️
Bem, foi assim que essa história nasceu. Muitas coisas que estão na Fic, aconteceram de fato comigo, mas vou deixar vocês curiosos em saber quais foram esses momentos rs.
Eu sei que foi uma história forte, todas as minhas são, mas essa foi especial pois se iniciou não com um Plot imaginário, mas com partes da minha vida. A vida meus amores, tem dores, mágoas e traumas. Alguns demoram a se curar, outros nem se curam, mas também existe o amor, o perdão, a entrega e a fé, seja qual for sua religião.
Abaixo a foto da dona Ivanísia, minha mãe. Mãe, essa foi pra você. A gente se vê na próxima.
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