Capítulo 11 - Silêncio para um anjo 👼

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Sam

Sam chega no refeitório fervendo de raiva, mas logo se depara com Yuki e ela não estava com uma cara boa.

- Amiga, o que você tem? - pergunta Sam.

- Sam, o menino Bernardo. Piorou muito. Na verdade nem sei como ele ainda está vivo.

- Merda. Sei que ele vai ficar triste, mas prometi avisar ao Heng. Vou ligar para ele - diz Sam.

Enquanto Sam fala com Heng, vários médicos andam apressadamente em direção a ala pediátrica e o chefe desolado, não sabe o que fazer, nem tinha nada a ser feito agora. O que poderia, era explicar para os pais que o menino havia piorado, para desespero da mãe.

- Meu Deus, tenha misericórdia desse menino - diz Yuki.

- Tudo por causa de uma Lei... por falar nisso acabei de encontrar com a advogada do casal. Mulher insuportável! Você acredita que ela andou fuçando minha vida? Até onde me formei, que morei com meus tios.

- Sam, eu te conheço. Tenho certeza que a discussão começou porque você provocou. Tô mentindo? - pergunta Yuki.

- Tá bem. Eu provoquei sim. Yuki eu não consigo entender como eles acham normal defender uma...

- Sam, presta atenção! Se ela te investigou é porque você está incomodando e isso não é bom. Eu ouvi o pai do menino conversar com um dos médicos sobre ela. Sam, ela apesar de nova, é fria, excelente advogada e nunca perdeu um caso. Fica fora disso que vai acabar sobrando para você. Já não basta o Heng afastado? E se ela conseguir te afastar e isso de alguma forma atrapalhar no processo de adoção do Peter?

- Droga, você tá certa. Não vou arriscar nada que possa atrapalhar minha vida com Peter. Vou ter que segurar minha língua - diz Sam.

- Melhor mesmo. Por falar em língua agora a Jim só senta na mesa junto dos médicos. Além disso, vive fazendo corpo mole no trabalho, deixando a maior parte para as outras meninas - diz Yuki.

- É uma vaca mesmo. Yuki, até agora eu não consigo entender porque ela fez isso como Heng. Nós sempre estivemos juntos, estudamos, saímos para festas e independente daquela mãe maluca dela, nunca a tratamos diferente e muito menos fomos invasivos na sua vida particular - fala Sam.

- Eu também não amiga. O que eu sei é que vi nos olhos dela algo como se fosse uma vingança, sabe? Ela gostou de fazer o que fez. Mas eu decidi que ela não merece nem meu pensamento, a vida sempre devolve Sam. "Colhemos o que plantamos" e isso vale para todos, principalmente para pessoas como ela.

Mon

Estava tão irritada que resolveu almoçar em casa. Queria evitar o máximo possível ter que olhar para Tee de novo. Mon se sentiu enojada, envergonhada por tudo que teve que dizer ao diretor do hospital. Teve Nita trazendo lembranças que Mon demorou para esquecer e teve a médica, doutora Khun Sam que tinha o dom de tirá-la do sério em questão de minutos. Precisava de um tempo, precisava da sua mãe e de seu refúgio.

- Mãe?

- Oi filha, que surpresa boa você em casa a essa hora.

- Ah, tudo que mais preciso agora é do seu abraço e da sua comida, é claro - diz Mon forçando um sorriso.

- O que houve Mon? Estou sentindo você com energia pesada. Vem, vou preparar algo para você comer e me conte tudo.

A relação de Mon com a mãe era estreita, respeitosa e sincera. Mon sabia que poderia falar qualquer coisa com sua mãe que receberia apoio, mas também puxões de orelha quando precisasse. Mon contou sobre o que Tee fez e Mon não teve forças para se recusar a cumprir a ordem. Falou também sobre Nitta.

O vôo das borboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora