SAMMY
Me encontrava deitado na cama, pronto para dormir, mas estava em uma ligação com o Dan.
— "É horrível amigo, próxima segunda, oficialmente vou começar a faculdade de Direito" – Dan estava sendo pressionado pelos pais a pelo menos tentar a fazer Ciências Jurídicas e Sociais, e isso estava acabando com ele.
— Sinto muito amigo. – falo sentido sua tristeza
— "Você sabia que, se um homem cometer feminicídio e todas as provas estiverem contra ele, ele pode mesmo assim ter direito a uma defesa"? – Ele fala.— Sim amigo, eu sabia. – Respondo.
— Isso é um absurdo! – Ele fala melancólico. Mas eu sabia que o real problema não era esse.O problema, era que talvez ele teria que esbarrar com mais frequência com seu abusador, que também era advogado e amigo da família!
— "Vamos mudar de assunto, eu me recuso a continuar falando sobre isso. Aquele idiota já deu algum sinal de vida"? – Ele pergunta e eu nego com a cabeça, respondendo.
— Não... – Dou de ombros.
— "Talvez ele esteja muito ocupado. Vai ter um leilão para arrecadar dinheiro para instituições de caridade, para crianças que foram abandonadas. E parece que a imprensa dele é responsável pelo evento". – Ele explica com entusiasmo.— Nossa que legal! E o que vai ser leiloado? – Fiquei curioso.
— "Eu não faço ideia! Só sei que acontece em três em três anos, mas esse ano nós vamos participar"!— Nós quem, cara pálida? Como assim?
— "Exatamente, quero que você vá comigo, pra me impedir de fazer alguma besteira".
— Não, por favor! Desde quando eu consigo impedir você a fazer alguma besteira? – Quando ele realmente queria fazer algo, não tinha quem conseguisse impedir.— "Eu já decidi e você vai comigo"! – Ele falou sonolento.
— Mas... – Tento argumentar.
— "Eu preciso desligar, minha mãe acabou de entrar no quarto. Boa noite, depois a gente conversa. Beijinhos". – E simplesmente desliga na minha cara!Quando Dan colocava uma ideia na cabeça era mais fácil arrancar sua cabeça, do que a ideia que ele colocou na cabeça!
Pego o celular que estava em cima da cama, pois estava falando com ele no viva voz.
Quando entro no aplicativo de conversa, vejo uma nova mensagem de um número não salvo. Meu coração já começa a acelerar. Leio a mensagem.
"Oi , aqui é o Yan, sei que já é tarde, e não sei se você tá dormindo, desculpa por demorar a mandar mensagem".
Passo um tempo lendo e relendo o que estava escrito, sem saber se devia responder.
O celular toca e eu atendo sem querer! Quando vi que cometi esse erro, desligo a chamada, desligando na cara dele! O que eu fiz?
O celular toca novamente e o deixo tocar até cair a ligação! Só que ele toca novamente! Que insistente.
finalmente atendo, me mantendo em silêncio, e ouço sua respiração.
— "Você pode me perdoar? Eu realmente não tive tempo de mandar mensagem para você! Não foi de propósito". Ele fala, como se fosse fácil assim me convencer! Então responde de uma forma nada educado.
— Você some por dias e acha que é assim? Que simplesmente vai falar essas palavras e tudo vai ficar bem?
— "O que eu faço para você me perdoar"?
— Eu não sei! – Meu perdão era tão importante assim?
— "Que horas você vai fechar o estúdio amanhã"? – Ele iria me chamar pra sair?
— Lá pelas oito, porque? – tento usar indiferença na resposta.
— "Eu posso te ver amanhã"? – Penso sobre o assunto, não acreditando na sua pergunta! Não queria parecer tão fácil assim, mas também não queria ser difícil, me encontrava em um dilema.— Talvez... você quem sabe – Dei de ombros. Já me cedendo a ele.
— "Eu prometo que vou te compensar".
— Hm, tá legal – Por que eu sempre cedia a ele? Desconhecia essa necessidade de está com ele!— "Você tá deitado"? – Ele me pergunta.
— Sim, e Você? – Respondo colocando a ligação no viva voz, e abraçando o travesseiro.— "Sim... estou deitado. Como você tá agora"? – Fiquei confuso com a pergunta.
— Estou bem...
— "Sim... mas quero saber como você tá deitado na cama... como tá vestido"...
— Ah, tô debruçado e abraçado com o travesseiro, bom... e vestido um short fino cinza e uma regata branca e você? Como tá? – Mordo os lábios, já com um frio na barriga, sabendo onde essa conversa poderia parar.— "Tô sentado na cama, com travesseiros apoiando minhas costas, com short e blusa preta". – tento formar uma visão clara dele.
Mordo meu lábio. Ultimamente se tornou um hábito fazer isso.
— hm, intendi. – Falo quase em um sussurro.
— "Queria poder me transportar para aí" – E novamente meu abdômen contrai!
— Pra quê? O que você iria fazer se tivesse aqui? – Aquela necessidade que eu tinha de provocá-lo surgiu novamente.
— "Por quê? Você queria que eu fizesse alguma coisa"? – Ele consegue virar o jogo.Permaneci um tempo em silêncio, tentando formular uma frase de resposta, mas o som da sua respiração não facilitava.
— Eu preciso desligar – E assim faço, pegando o aparelho. Não demora muito para chegar uma mensagem no meu celular.
"Você é mal!"
Carinhas tristes. Dou uma risada digitando a resposta.
"Tome isso como seu castigo, boa noite, sonhe comigo".Não espero pela sua resposta, bloqueio a tela do celular e o coloco no criado mudo com um sorriso grande no rosto.
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Traumas do passado +18
RomanceYan e Sammy são pessoas distintas, que carregam traumas horríveis dos seus passados! Sam um tatuador, que sofreu homofobia por parte de sua família, foi expulso de casa com 15 anos! Passou anos em um relacionamento tóxico, até o preço de sair dessa...