Capítulo 22: LIGAÇÃO

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YAN

O dia hoje foi exaustivo. Mas não sabia do que eu estava reclamando.

A propósito, desde que eu entrei na faculdade que os meus dias são assim! Quando comecei a trabalhar, só piorou!

Largo minhas coisas em cima da escrivaninha e vou direto para o banheiro.

Tiro minhas roupas e vou para o chuveiro em seguida, como sempre deixo a água morna relaxar meu corpo.

Me encontrava cansado, mas estava mais aborrecido!

Desde hoje mais cedo, depois que ele disse que mais tarde ligaria pra mim, ele não entrou em contato novamente!

E como ele não postava nada no seu Instagram, que não fosse relacionado a trabalho, tive que entrar no de Daniel.

E realmente ele tinha postado duas fotos! Uma de um almoço.

E outra um pouco mais das 16:00. A foto era da tela de um notebook, que provavelmente era de algum filme ou até série.

Mas até agora nada dele e eu não sabia se podia ou não ligar, estava em um dilema e isso, estava me deixando frustrado.

Desligo o chuveiro, me enrolo numa toalha e saiu do banheiro.

Entra no closet e rapidamente, já saio de lá com uma roupa de dormir.

Pego o celular que eu tinha colocado junto com a pasta na escrivaninha.

Apago a luze, deixando um abajur aceso e vou para cama.

Meu coração acelera quando vejo que finalmente havia uma mensagem dele.

Não demora muito para que ele atenda minha ligação e como sempre sua voz era sonolenta.

- "Como você tá"? - Ele pergunta.
- Melhor agora - Ouço uma risada.
- "Nossa que cantada antigaaa"... - Mas não era uma cantada e sim, a verdade.

Falar com ele, realmente melhorava meu humor.

- Vi que seu dia foi animado, aposto que nem pensou em mim! - Droga! Me arrependo miseravelmente do que falo, não queria parecer desesperado!

- "Na verdade eu pensei muito em você. Mas realmente, meu dia foi agitado e o Dan é muito animado". - Já estava feliz só em saber, que perambulei pela sua mente.

- Amanhã estou de folga... você quer jantar comigo? A partir de segunda eu não vou ter tempo pra nada.- Tinha essa mania de segurar minha respiração, até obter sua resposta.

- "Eu vou adorar"! - Volto a respirar, quando ouço sua animação.

- Queria tanto te ver agora mesmo... posso te ver em vídeo chamada? - A ligação cai, e em seguida vejo uma chamada de vídeo na tela.

Abro um grande sorriso de contentamento, já sentindo a adrenalina no meu corpo.

Me ajeito antes de atender. A tela se encontrava escura.

- Desculpas por desligar sem avisar.
- Tudo bem... mas ainda não estou te vendo. - De pouquinho, acho que ele tirou o dedo da câmera. Ele estava abraçado ao travesseiro e só seu rosto podia ser visto por conta da meia luz.

- Satisfeito? - Ele pergunta mordendo o lábio.
- Um pouco... você é tão lindo! - O elogio. Adorava ver seu rosto criar um tô rosado.
- Você também é muito lindo, principalmente quando seu cabelo tá pra frente... parece mais leve. - Ele parecia encantado.

- Eu não gosto do meu cabelo dessa forma. - Passo minha mão pelo cabelo, jogando para trás e como ele ainda estava molhado, uma boa parte ficou lá.

- Eu realmente gosto, tira toda sua seriedade. - Ele fala com una voz doce. Sua voz era tão calma.
- Você me acha sério? - Eu sabia a respeito. queria que ele continuasse falando.
- Sim, eu nunca te vi sorrir por exemplo... você podia me dá um sorriso? - Nego com a cabeça. Ele estava exigindo demais de mim!
- Eu não... - Tento argumentar porque vi que ele estava esperançoso.
- Por favor...- Ele insiste e faz uma cara fofa que eu não resisti.

Dou um sorriso tímido! Não me lembro a última vez que me encontrava com esse sentimento!

- Eu não acredito! Você tem covinhas? - Ele faz una cara maravilhosa, me deixando mais tímido. Porra, eu estava tímido!
- Eu... bom... - Passo a mão nos meus cabelos, para me distrair do seu olhar acusadores e incrédulos.

- Você sabia que as covinhas não passa de um defeito congênito, que causa falhas no desenvolvimento do tecido conjuntivo? - Não, eu não sabia.

- Eu não gosto delas, sempre tenho que me controlar para elas não aparecerem, mas as vezes é difícil! - Não é que eu realmente não gostasse, era mais porque lembra da minha mãe.

Ela tinha as drogas dessas covinhas e era inevitável não pensar nela quando alguém me lembra que eu tenho covinhas!

- Que absurdo! Se eu tivesse esse "defeito," eu andaria assim - Ele dá um sorriso congelado e fica me encarando.

Eu não aguento por muito tempo ficar sério, era impossível não rir da sua expressão.

Ele estava vermelho e não sabia se era por timidez, ou por ter rido, ou ambos os motivos.

- Só você mesmo pra me fazer rir! -
Passamos um tempo nos encarando.

- Fala alguma coisa! - Ele pede, parecendo constrangido com o silêncio.

Mas eu poderia passar o resto da noite olhando seus traços delicado e perfeitos.

- Tô com saudades da sua boca! - Novamente soei desesperado.
- Paraa, não fala isso... - ele parecia um tomate de tão vermelho.

- Tão tímido... tenho até medo de te fazer uma pergunta. - Queria atiça-lo para saber se ele era curioso.

- Deixa pra me fazer pessoalmente, assim é mais fácil de responder. - Que banho de água fria que ele me deu com sua resposta.

- Acho que vou deixar você dormir, amanhã a gente marca direitinho como vai ser nosso encontro. - Falo tentando esconder a frustração.

- Ok, quero que você tenha bons sonhos e durma com os anjos.
- Me contentaria se fosse com você. - E aquela risada gostosa, novamente acordava parte de mim, que nada mais podia despertar.

- Bobo... eu vou desligar... - ele fala, soltando um beijo e finalizando a ligação!

Eu realmente estava ferrado, como eu conseguiria dormir agora?

Traumas do passado +18Onde histórias criam vida. Descubra agora