Traumas do passado +18

Capítulo 74: PLANO

YAN

Era quarta-feira e desde domingo que não nos falamos direito. Mas ontem ele me mandou uma mensagem dizendo que iria estar no estúdio. Era um jeito singelo dele dizer que queria que eu fosse vê-lo! Claro que não iria deixar a oportunidade passar.

Estava morrendo de saudades do meu ruivo, esse sentimento castigava meu coração. Mas só vê-lo não seria suficiente! Eu precisava sentir seu corpo unido ao meu de todas as formas possíveis.

Hoje acordei cedo demais, eu não dormi mal, mas também não dormi bem. Mas já tive sonos piores, ou a falta deles. Me arrasto para o banheiro e não demora muito para eu estar debaixo do chuveiro, passando as mãos pelo meu corpo.

Não iria me tocar. Depois que estive com ele, não senti vontade de fazer tal coisa, só queria ele, só ele seria o suficiente pra mim. Não importa quanto tempo teria que  levar.

Saio logo do banheiro não demorando pra está vestido. Optei por um terno cinza escuro que caia muito bem no meu corpo. Ajeito meus cabelos como sempre, mantendo eles para trás com um gel fixador.

Sento a minha mesa e vejo uma pasta que estava vazia, tinha meu nome escrito e em grande relevo a palavra importante. Abro um sorriso grande de repente, com uma ideia mirabolante na cabeça! Ajeito minhas coisas, levando comigo a pasta e logo já estou desfrutando do meu café da manhã.

— Você vai trabalhar mais cedo hoje? – Mary pergunta estranhando o fato de eu parecer apressado.
— Vou ver meu namorado antes... – Porra! Senti um frio na barriga ao falar tal frase em voz alta.
— Porque você não me avisou antes, para que eu pudesse fazer algo gostoso pra ele comer! – Sua voz saiu chateada.
— Deixa pra sábado... logo, logo, ele vai estar aqui. – Ela acaba dando de ombros e logo sigo meu trajeto rumo ao shopping.

Não demora muito para eu passar pela porta do estúdio que parecia vazio e me aproximo do balcão, colocando a bendita pasta que trouxe comigo em cima. Ele emerge debaixo do balcão me dando um leve susto.

Ele sorriu timidamente, saindo de trás do balcão, vindo em minha direção e me abraça forte. Mostrando que estava morrendo de saudades de mim, pude sentir até seu coração bater forte ao grudar nossos corpos. Queria tanto corresponder.

Mas o afasto mostrando uma certa indiferença, apenas passando minha mão com delicadeza no seu rosto angelical, mas eu precisava me controlar. Aqui tinha câmeras, só o fato de pensar em perder o controle e acabar cedendo ao meu extinto primitivo! Seu amigo tinha acesso às imagens, então não podia arriscar.

— Só vim ver como você está, eu preciso ser rápido, pois vou para uma reunião importante. – Menti e o ato faz eu me sentir culpado! Me afasto dele sem sequer dar um beijo nele! Dou um tchau dando as costas, passando pela porta que anunciava tanto a minha chegada, como a minha partida.

Minhas pernas estavam pesadas, meu coração estava apertado de um jeito agoniante e ao chegar no elevador eu puxo o ar com força, para tentar, me controlar, pra tentar tirar esse sentimento ruim de mim. Com certeza o deixei chateado.

As portas se abrem e entrei dentro e apertei no quinto andar. Não demora muito para eu estar de frente a porta que levaria ao meu setor, mas antes de eu passar pelo o segurança que guardava a porta, que era só pra pessoas autorizadas, tive que avisá-lo.

Ele se inclina em minha direção e me cumprimenta, me dando um bom dia e eu retribuo sua gentileza. Ele era branco alto e forte. Eu sabia que ele era bem qualificado para exercer sua profissão.

— Um ruivo, branco e com sardas, virar me entregar uma pasta. Ele tem sinal verde pra passar. – Falo pra ele que confirmou com um gesto de cabeça e eu passo por ele, assim passando por duas portas que levaria a minha sala. Mas antes, falei para a secretária do meu pai, o que falei para o segurança, já que a minha secretária ainda não tinha chegado.

Sento a minha mesa e organizo alguns documentos para me distrair, mas não consegui! Se o meu plano der certo, logo ele estará aqui e eu vou poder me deleitar de sua presença e do seu corpo. Eu sei que ele não vai conseguir resistir a mim.

Desbloqueio a tela do celular e o papel de parede era ele deitado no capuz do meu carro, a foto que ele pediu para que eu tirasse naquele dia que ele estava com raiva de mim.

Sei que ele pediu para que eu as tirassem porque ele queria me mostrar que tinha confiança em si mesmo, que ele conseguia ser ousado. Ou talvez queria me provocar, me deixar cada vez mais apaixonado por ele. Ou ambos.

Parece que tinha passado muito tempo depois daquele dia, mas é por saber que isso agora está no passado que eu me sentia muito feliz. Agora ele era meu namorado e planejo um grande futuro para nós. Também quero poder realizar todos os seus sonhos.

Me volto para o celular, ainda não tinha chegado nenhuma mensagem dele, será que ele ainda não tinha visto a pasta? Ou será que ele estava com raiva pela maneira que o tratei? Espero que não, até porque quando ele fica com esse sentimento, ele era capaz de passar dias sem falar comigo!

Não queria ter pensado nisso, mas um certo desconforto me invade e penso em ligar pra ele, mas não o faço eu teria que ter paciência e esperar, assim o fiz.