Capítulo 24: CIÚMES

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YAN

Bato a porta do carro e sigo em sua direção e paro ao seu lado.

Isso é perfeito, tem noção de como eu sou apaixonado pelo mar? – Ele fala quando percebe minha presença.

Sim, eu sabia. Era umas das poucas coisas que achei diferente no seu Instagram.

É uma coisa que temos em comum, eu também sou fascinado no mar, viemos muito aqui, quando eu era criança. – Falo sentindo seus braços me envolverem e ele olha no fundo dos meus olhos, e por um momento me sinto completamente hipnotizado.

Muito obrigado, realmente você acertou em cheio. – Ele fala se aproximando de mim, percebi bem na hora que ele ia me beijar!

Tem certeza que vai fazer isso aqui? Estamos em público! Eu não tenho nenhum problema... mas você é tão tímido. – Falo pegando em suas bochechas.

Com um sobre salto ele se afasta de mim, quebrando o contato, como se ele tivesse acabado de despertar de um transe.

Entrelaço meus dedos nos seus e o arrasto em direção ao restaurante que eu queria que ele provasse a comida de lá.

Podemos da uma volta na praia? – Ele pergunta de um jeito manhoso.
Só depois que eu te alimentar... você não tá com fome? – Pergunto.
Estou faminto...
Ótimo! - Quando entramos no local, ele solta a minha mão! Não penso muito nisso, pois logo somos abordados e levado a uma mesa.

Ele não me dá tempo de arrastar a cadeira pra ele! Isso me incomoda, mas me sento ao seu lado em seguida.

Vai pedir alguma coisa para beber, pra você e... seu irmãozinho? – A Garçonete pergunta se insinuando para mim! Como isso me aborrecia. Mas parece que não tinha aborrecido apenas a mim.

Olho para o meu acompanhante e ele estava encarando a mulher, que estava esperando a minha resposta.

Vai querer beber alguma coisa "irmãozinho"? – Pergunto enfatizando com ironia o irmãozinho, com um pouco de humor na voz, por ver que talvez ele esteja com ciúmes.
Não, só o cardápio mesmo, por favor... – Ele fala quase que tomando o da mão da mulher! Ele parecia estressado.

Então vamos escolher os pratos e depois nós a chamaremos. – Tento dispensá-la, mas Sammy fala.

Você acha que temos algo semelhante para sermos confundido como irmãos? Ele não é o meu irmão... se é que você me entende. – Ele fala de modo que deixasse bem claro, o que ele queria dizer.

Ela dá um sorriso forçado e vira nos dando as costa, finalmente nos deixando sozinhos.

Seguro a vontade de rir, ver ele assim com ciúmes melhorava meu humor.

Você fica fofo com ciúmes, sabia disso? – Pergunto o provocando quando estamos finalmente sozinhos, pegando o cardápio de suas mãos.

Eu não tô com ciúmes... só que ela me comparar como seu irmãozinho, era exagero! Eu tenho 21 anos... fora que você é asiático, e eu ruivo. O que temos em comum, para ela chegar a essa conclusão? Tenho certeza que ela só falou isso, porque estava afim de você! – Ele fala a última frase pensativo.

Sabia que ele era maior de idade, mesmo suas feições mostrando o contrário. No máximo eu dava 16 anos a ele. Ele literalmente tinha cara de bebê!

Ok... Vamos deixar ela pra lá! Você tem alergia alguma coisa? – Pergunto abrindo e folheando o cardápio.

Somente a amendoim. – Ele fala ainda zangado.

Mas isso passa, quando peço para sermos atendido por outro garçom.

Quando as refeições e as vitaminas chegam, ele parecia ter esquecido do ocorrido.

Comíamos e ele conversava alegremente. Está com ele me fazia muito bem, não me entediava com ele ao meu lado.

Ele falou do seu trabalho e do amor que ele tinha com todo os desenhos que ele tinha criado pros seus clientes.

Quando terminamos o jantar, fomos para a praia como ele queria.

No caminho um garoto nos aborda e pergunta, se gostaríamos de ajudá-lo comprando um potinho de brigadeiro.

Sammy concorda pegando um potinho. Abro minha carteira e dou uma nota a ele.

ele fala que não tinha troco, então falo que ele poderia ficar com o troco. Ele agradece e sai muito animado dali.

Nossa que gesto mais gentil. – Sammy diz me observando.
Só acho que ele não devia tá aqui, tá na cara que ele é só uma criança... mas como muitos, ele precisa sobreviver. – Falo meio chateado por ser uma verdade cruel.

infelizmente, a vida é injusta para maioria das pessoas. E temos que acabar fazendo algo que, na maioria das vezes, não queríamos. – Suas palavras suaram bastante triste, como se estivesse falando de si mesmo! Isso apertou meu coração.

Você tá be...
Olha, ali tem umas rochas, vamos pra lá. – Ele sai correndo em rumo ao lugar que ele tinha falado.

Isso é incrível, a brisa está perfeita! Fora que não tem movimentação – Eu falo quando me aproximo feliz, por realmente não ver ninguém por perto.
Sim, tá incrível mesmo... – Ele fala de braços abertos, como se a qualquer momento, pudesse voar.

Vem aqui... – O chamo. Ele estava de costa para mim, olhando para o mar.

Quando ele vira, ele corre na minha direção e dá um pulo nos meus braços, com suas pernas em volta da minha cintura.

Me apoio na rocha que estava atrás de mim. Ele me beija e sua boca parecia desesperada pela minha.

Correspondo de imediato, abrindo minha boca, para receber sua língua macia e molhada.

Seus braços estavam apoiado nos meus ombros, suas pernas apertavam minha cintura com força, para que se manter-se seguro, feito um macaquinho.

Aproveito e coloco minhas mãos nas suas costas por debaixo da sua camiseta.

Ele joga a cabeça para trás desfazendo o beijo, se arrepiando ao meu toque, não deixo a oportunidade passar e vou para o seu pescoço, deixando um rastro da minha língua por ali.

Mas não demora muito para ele descer dos meus braços, totalmente sem fôlego.

Traumas do passado +18Onde histórias criam vida. Descubra agora