Capitulo 57: RECEIO

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SAMMY

Ele entra dentro do carro batendo a porta e colocando o cinto e evito olhar em sua direção. Por quê eu estava com tanto ciúme?

Pude sentir tanta insegurança dentro do meu ser, desesperado pra sair e não sabia como evitar tanto receio! Uma ansiedade crescia dentro de mim, então ele quebra esse silêncio que já estava me consumindo.

— Ele não é ninguém... – Ele fala baixo.
— Impressionante como você deixa ninguém tocar daquela forma em você! – Não consegui disfarçar o nojo na minha voz.
— não fique assim… – Como logo ele pedia isso pra mim?
— Imagina um cara fazendo o mesmo em mim, aí você vai saber o que estou sentindo!
— Eu sinto... – Não queria que ele se desculpasse então apenas falei.
— Dá pra você ligar esse carro? Antes que eu simplesmente saia e vá pra minha casa! Já estou achando que não vai valer a pena ir pra sua mesmo! – Falo ainda tentando me controlar.

Ele solta o ar e liga o carro. Me mantenho em silêncio o trajeto todo e não demora muito para seu carro ser estacionado em uma garagem, saio em seguida e dando uma olhada no ambiente vejo que tem mais um carro e uma moto, novamente não entendia de veículo, mas tenho certeza que eram caros.

Vejo uma porta e vou em sua direção, só que o acesso era apenas pela digital e logo em seguida ele abre a porta, me dando espaço pra passar por ele e dou de cara com uma sala maravilhosa.

O lugar era amplo e tinha uma TV enorme em um painel, o sofá era grande e tinha certeza que ele virava uma cama confortável.

Vasos e quadros que parecem de grande valor se espalharam pelo lugar o deixando luxuoso e bonito aos olhos. Pude ver um começo de uma ilha e ele percebe que meus olhos caem sobre o lugar, então ele me pergunta.

— Você quer comer alguma coisa?
— Eu não consigo comer quando estou com raiva. – Falei subindo as escadas onde levava ao andar de cima, onde provavelmente ficavam os quartos.

Chego em frente a uma porta e não sei se é seu quarto, pois havia corredores na minha direita e esquerda que também levava para quartos.

Essa casa era realmente luxuosa e me perguntei se ele morava aqui sozinho, se sim, será que era bom morar sozinho em uma casa tão grande? Não penso muito no assunto pois ele acaba abrindo a porta que eu me encontrava de frente.

E não era um quarto e sim uma suíte! Olho pro lado esquerdo depois de entrar e vi uma mini biblioteca que de pequena não tinha nada! Também vi uma poltrona e uma mesinha de centro.

À minha frente havia uma mesa de escritório e atrás dela tinha uma grande janela que ia do teto ao chão, realmente muito linda.

Olho pro lado direito e vejo uma cama enorme de casal, parecia macia e extremamente confortável, também vi um espelho do teto ao chão e uma porta que tenho certeza que levava ao banheiro.

No meu ponto de vista, eu era a única coisa estranha aqui! Me senti deslocado. Estava me sentindo muito mal e uma vontade horrível de chorar me invade!

Então vou o mais rápido possível em rumo ao banheiro e fecho a porta atrás de mim, agradecendo por realmente ser o banheiro. Já não conseguia me conter, as lágrimas já estavam queimando meu rosto!

Olho no espelho e pude ver o estúpido que eu era! Eu era realmente ridículo, agora sabia porque estava sentindo tanto ciúme assim! Eu era patético.

Aquele cara era extremamente lindo de uma elegância surreal! Sua pele bronzeada era perfeita, ele tinha uma feminilidade absurda, fora que ele tinha uma confiança incrível! E no fundo eu sabia que também estava com inveja! Ele era tudo que um dia eu jamais iria ser.

O banheiro era grande e as prateleiras eram bem organizadas e um espelho centralizado acima da pia.

Uma banheira redonda também se fazia presente no local, mas não presto tanta atenção assim.

Tiro minhas roupas ficando completamente nu e vou para o chuveiro,. Ele era elétrico e sofisticado, de alta geração.

Deixo a água quente me molhar e passo as unhas com força na minha pele, a deixando sensível! ombros, braços, costas e abdômen eram os traços que eu estava arranhando, me causando uma dor suportável. Eu precisava sentir dor.

Minha visão estava embaçada por conta das lágrimas e da água que caía na minha cabeça, mas vejo sabonete líquido em uma prateleira, o pego e passo no meu corpo causando uma ardência na minha pele. Mas logo a água me lava novamente aliviando a cessação.

Pego uma toalha que está em um suporte e rapidamente me seco e abro minha bolsa que está sobre a pia, peguei uma cueca e um par de roupas bege. Tanto a camiseta como a calça são compridas.

Fecho a mochila e penduro em um gancho no banheiro. Estava me sentindo melhor e arrisco dar uma olhada no espelho novamente. Estava horrível e não era assim que deveria ser essa noite! Faço o que tenho que fazer e sou obrigado a sair do banheiro, cedo ou mais tarde eu tinha que sair.

Dou de cara com ele, mas desvio o olhar! Não queria que ele tivesse me visto nessa situação deprimente.

— Podemos conversar? – O que ele iria falar?
— Vai falar porque você deixou aquele cara tocar em você daquela forma? – Perguntei sem olhar em sua direção.
— Só não tive como evitar... – Ele tenta.
— Mas você podia! – Porque ele não o fez?
— Você também podia se não tivesse medo de ficar próximo de mim, se tivesse mostrado que eu tinha dono, talvez isso não teria acontecido! – Ele contra-ataca de modo rápido, fazendo eu recuar. Talvez ele esteja certo, meu medo de demonstrar que eu sou gay era grande!

Eu já não sabia nem o que estava sentindo!  Estava tão exausto que só queria esquecer tudo isso... só queria dormir. Olho pra cama.

— Não quero que você durma com raiva de mim, você pode esperar eu sair do banheiro? Eu realmente quero que a gente fique bem, não era pra ser assim! – Sua voz estava melancólica e arrisquei olhar em sua direção, ele parecia tão cansado! Me culpei por ele estar assim!

O meu dia foi muito corrido e tinha certeza que o dele não foi diferente do meu, só queria que tudo ficasse bem. Então afirmo com a cabeça, então não demora muito para ele ir ao banheiro.

E se eu deitar só um pouquinho até ele voltar? E assim fiz e não demora muito para eu ser vencido pelo cansaço e foi inevitável não dormir.

Traumas do passado +18Onde histórias criam vida. Descubra agora