Traumas do passado +18

Capítulo 33: BRIGADEIRO

SAMMY

Tenho uma sensação como se tivesse ido flutuando para trás do balcão, não sabia como tinha chegado lá!

Sento no banco pegando nos meus lábios que estavam inchados, o formigamento ainda era intenso.

Mesmo ele me tratando de modo brusco eu não sentia algo negativo, talvez porque meu subconsciente sabia que ele tinha agido com impulso e ciúmes.

Era loucura, mas eu gostava de saber que ele tinha esses sentimentos por mim. Como se eu realmente já pertencesse a ele!

Abro a bolsa e de lá de dentro tiro um pote com uma colher. Lembranças me fazem sorrir. abro a vasilha e lá continha brigadeiro.

O cheiro maravilhoso se espalha pelo lugar e minha boca se enche d'água.

Sorrio feito bobo, como podia sentir raiva dele? Se ele sempre prestava atenção em mim?

Pego meu celular e tiro uma foto, vou pro aplicativo de conversa e posto a imagem nos status com a seguinte legenda.

"Não pense que pode me comprar com comida".

O brigadeiro estava perfeito, nem que eu tentasse, conseguiria fazer algo gostoso assim.

Reviro os meus olhos deixando o gosto maravilhoso invadir meu paladar.

Não demora muito para meu funcionário estar de volta.

— Pensei que aquele cara fosse me matar, vi a hora dele pular no meu pescoço! – Rio continuando a comer.

Mas eu precisava me desculpar pelo o modo de agir do Yan, tenho certeza que ele não pensou antes de agir.

— Me desculpa, ele é.... – Nada veio a minha mente.
— Maluco? – Ele pergunta com humor na voz.
— Possessivo! – concluo.
— Eu intendo seu namorado, só não fiquei com raiva, porque acho que faria a mesma coisa se algum homem chegasse perto da minha mulher sem eu saber a intenção. – Ele fala simplesmente e foi impossível não revirar os olhos. Só agora que percebi que Yan agiu de forma estúpida.

— Ele não é meu namorado, a gente só tá se conhecendo. – Falo continuando a comer.
— Pois já, já ele vai te pedir em namoro, não é possível. – Ele fala e dou um sorriso dando de ombro.

Queria muito que ele me pedisse em namoro, só de imaginar, uma felicidade invadia meu corpo. Será que é cedo demais para isso? Quais eram sua reais intenções comigo?

— Nossa, o cheiro tá maravilhoso! – Ele olhando para minha sobremesa, me fazendo voltar pra realidade.

— Regra número um: nunca me peça qualquer coisa que eu esteja comendo, eu não vou dá! – Era realmente sério, eu era muito egoísta, eu realmente não gostava de dividir comida!

— Isso é muito mesquinho dá sua parte sabia? – Ele fala, mostrando uma falsa mágoa.
— Tô nem aí – Dou de ombro novamente. Mas acabei rindo.
— Vou lavar o sino... – Ele fala no final.
— Faça isso por favor... – Ele segue pro banheiro com o objeto na mão.

Quando coloco mais uma colher com o brigadeiro na boca, meu celular toca, avisando que tinha chegado uma mensagem. E ali estava a resposta do Yan!

"Falou ele, já sendo comprado".

Dou um sorriso, e tiro uma foto minha e mando para ele.

Estava com a colher na boca e os olhos arregalados. Fiquei muito engraçado.

"Queria tá provando desse brigadeiro através da sua boca".

meu corpo se arrepia com sua resposta! Mas novamente fico sorrindo como um bobo.

Era impossível não lembrar da sua boca comprimindo a minha.

Novamente não sei como Daniel apareceu na minha frente, ele pega a colher da minha mão e pega uma quantidade generosa do brigadeiro!

— Nossa! Isso tá delicioso... onde você comprou? – Ele fala de boca cheia e com a mão na boca. Tomo a colher da sua mão indignado.

Como ele gostava tanto de me provocar? Eu não entendia esse seu jeito!

— Eu ganhei... você sabe que eu não gosto de dividir comida! Porquê você é assim? – Respondo não conseguindo esconder minha indignação.

— Você estava com uma cara que eu queria tá também... parecia que estava chegando lá... ao êxito! – Ele usa uma conotação sexual, ele sempre fala desse jeito ao se referir a sexo.

— Da pra parar de ser um... pervertido? – Ele dá uma gargalhada. E fala de um jeito malicioso.
— Eu sei que no fundo você adora... a propósito, o que ouve com sua boca? Não vai dizer que fez botox? Ou foi... – Ele continua seu deboche.
— Cala a boca! – Não deixo ele concluir, tenho certeza que estava vermelho.

— Eu acho que vou dá uma olhada nas câmeras... – Ele fala cantarolando. As câmeras, eu tinha esquecido que aqui agora tinha câmeras!

— Nãooooo! Para de fazer isso comigo... por favor! – Eu falo nervoso.
— Eu quero ver como é meu amigo beijando outro cara. – Pude ver curiosidade nas suas falas.
— Eu não estou brincando! – Fico sério.
— Calma eu só tô brincando – Ele fala ainda de bom humor. Reviro os olhos.

Mas eu tenho certeza que ele teria coragem de olhar as gravações das câmeras, ele era muito curioso.

Paolo sai do banheiro com o sino limpo e pendura no seu devido lugar.

E logo Paolo e Daniel embarcam em uma conversa longa, enquanto eu termino de comer minha deliciosa sobremesa.

Lembrando que eu teria que apagar as filmagem das câmeras mais tarde.