YAN
Saio do banheiro com a toalha enrolada na cintura, e vou direto para o espelho, a marca do chupão ainda estava lá.
Cogitei o fato, que talvez amanhã já estivesse sumido.
Mas era um chupão e eu sabia que não seria tão fácil assim desaparecer.
Entrei no closet, pegando uma roupa para dormir.
Quando eu ficava com garotos de programa, deixava bem claro que não queria ser beijado e muito menos que deixasse qualquer tipo de marca no meu corpo.
Só de pensar, me deixava incrivelmente aborrecido! Mas dessa vez eu não me importei.
E deduzi que talvez não me importei tanto, por causa de quem causou a marca. Mas isso não significava que eu não queria colocá-lo em minhas pernas e da umas belas palmadas naquele bunda que não saia da minha cabeça. Só em pensar nela com aquela tatuagem, já me deixava duro!
Pego o celular ignorando meus devaneios, vendo que ele já tinha me respondido. Não me contenho e ligo para ele! Necessitava ouvir sua voz.
— Alô... – sua voz suou sonolenta ao falar.
— Você não estava dormindo, né? – Pergunto me deitando na cama com um pouco de peso na consciência, por talvez ter acordado ele.— Não, mas já estou deitado. – Queria instigar ele.
— Devo te mandar uma foto da tatuagem temporária que você fez no meu pescoço, para você postar nas suas redes sociais?— Por favor, não me provoca! Eu não sei onde estava com a cabeça. – Podia jurar que ele estava vermelho só de ouvir sua voz.
— Como eu devo te punir por essa ousadia? – O provoco mais ainda.
— Por favor, eu já me desculpei! – Ele fala manhoso.
— Não é o bastante. – continua, não sei porque estava o provocando tanto.
— O que você quer que eu faça para que possa me desculpar? – Várias coisas passaram na minha cabeça e todas elas era maldosas.Como seria o possuí-lo? Como seria ouvir ele gemer meu nome? Porra, eu tinha que parar, se não eu iria enlouquecer.
— Relaxa eu só tô te provocando. – Acabo falando escondendo o que eu realmente queria.
— Seu bobo. – Pude até imaginar ele fazendo biquinho.
— Só queria ouvi sua voz antes de dormir. Mas você parece está exausto! Então vou deixar você dormir. – Falo não querendo desligar.
— Eu realmente tô acabado... boa noite então. – Pude sentir seu cansaço ao falar.
— Boa noite. – Eu respondo e ele finaliza a ligação sem hesitar!Será que o afeto tanto quanto ele me afeta? Bem que ele era amigo do Daniel!
"Eu não sou tão inocente como você deve imaginar".
Essa frase ainda ecoava em minha cabeça, não fazia sentido!
Queria saber o que ele queria falar com isso, pois seu comportamento era diferente do que ele tinha falado.
Uma sensação ruim tomou conta de mim! Será que ele só estava brincando comigo? E se estava, porque isso me incomodava tanto?
Mas se fosse o caso, a gente já teríamos transado! Suas ações mostrava que ele era uma pessoa inexperiente e inocente, então não iria julgá-lo por causa das suas amizades.
Desço as escadas com a mão no pescoço. A marca estava longe de desaparecer e isso já estava me irritando.
Como iria para o meu trabalho com uma marca dessa no pescoço? já era razão suficiente para Elliot me massacrar.
Me recusava a chegar lá com esse chupão no meu pescoço. Eu tinha uma reputação a zelar, como as pessoas iriam me levar a sério?
— Eu preciso de ajuda – Falo ao dar de cara com Mary.
— Claro... – Tiro a mão do pescoço, mostrando o hematoma e ela cai na gargalhada, Era exatamente disso que eu tava falando! Já poderia ouvir todo mundo falando de mim. E aquele desgraçado do Elliot não iria deixar a oportunidade passear de me humilhar.Quando ela se recupera do surto de risos, ela some pela cozinha e volta com uma compressa de gelo na mão.
— Deixa eu da uma olhada! Ele não é fofo? – Ela pergunta colocando a compressa no local ainda sorrindo.
— O que sua aparência tem a ver com suas atitudes? – Soei mais grosso do que queria.
— Olhe a alteração na voz – ela me repreende.
— Desculpe... – Peso realmente me sentido mal pela maneira de responder.
— Ana vem cá – Ela pede para eu segurar a compressa, quando a mulher que ajuda ela na casa, aparece do nada.— Sim, em que posso ajudar?
— Você tem maquiagem aqui?
— Sim...
— Você pode me emprestar um pouco?
— Claro, vou pegar – Ela some por alguns minutos e volta com alguns produtos que eu não fazia ideia do que seja.
— Obrigada, pode voltar a fazer o que estava fazendo. – Ela despensa a mulher quando pega os produtos.Um tempo depois olho no pequeno espelho que Mary me entregou, a marca já não estava lá.
— Como você fez isso? – Eu realmente não sabia como ela fez, era como se o chupão nunca tivesse lá!
— O poder da maquiagem meu amor, e o bom é que essa maquiagem é a prova d'água. – Não entendia sua palavras, mas estava muito agradecido.— Você salvou a minha vida – Falo de uma forma dramática.
— Não seja tão exagerado, mas não vou mentir, estou surpreendida! Nunca pensei que você fosse se envolver com alguém, muito menos aparecer com um chupão. – Ela falar por fim.Mary era negra, dos cabelos pretos, longo e cacheados. Olhos escuro, boca carnuda e por mais que tivesse na escala dos 50 anos, sua aparência era jovial. Ela era realmente muito charmosa.
— Nem eu! – Fosse qualquer outra pessoa eu não sabia o que tinha feito, por mais que eu esteja zangado, não conseguia ficar com raiva dele.
Cenas nossas dentro do carro passou pela minha cabeça e no fim tinha valido apena.
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Traumas do passado +18
Roman d'amourYan e Sammy são pessoas distintas, que carregam traumas horríveis dos seus passados! Sam um tatuador, que sofreu homofobia por parte de sua família, foi expulso de casa com 15 anos! Passou anos em um relacionamento tóxico, até o preço de sair dessa...