Capítulo 62: SOZINHOS

34 9 14
                                    

YAN

Ouço as risadas da Mary e Sammy ao descer as escadas e quando finalmente chego na cozinha um silêncio se instala no lugar. Levanto as sobrancelhas ao dar de cara com ambos.

— Bababa... – Sammy me imita quando eu era criança e novamente eles caem na gargalhada! Fuzilo ela por ter falado isso pra ele. A morena dá de ombros ainda com um sorriso nos lábios, vasculhando algo no celular.

— Não acredito que você era gago... – Ele fala ainda vermelho de rir. Seu rosto corado, logo espantou o mau humor que estava prestes a se instalar dentro de mim.

— Olha como ele era lindo... – Ela fala depois de ter encontrado alguma foto no celular e ter entregado ao ruivo que ainda estava com um semblante de divertimento no rosto, então ela prossegue enquanto eu humilhadamente me cento e um banco do lado do Sammy.

— Como ele não conseguia me chamar de babá sem gaguejar, ele passou a me chamar só de Ba, e até hoje é assim. – Ela continua me humilhando!
— Ele era muito fofo... Olha essas covinhas! – Ele fala rindo novamente, parecendo encantado com o que ouvia da Mary e via no celular. Então acabei com a felicidade dele, pegando o celular e devolvendo a sua dona.

— Chega de se divertir às minhas custas né! – Tento me manter sério, mas estava muito feliz por ver ele sorrindo assim, apesar de tudo que ele me contou ontem!

Mesmo por tudo que ele passou, ele conseguia sorrir e seguir em frente e manter uma inocência no olhar. Seu jeito simples era raro. E só fazia eu me apaixonar cada vez mais.

— Estraga prazeres... – Mary fala me servindo café. Olho pro San e ele tá fazendo bico. Então dou um sorriso e dou uma piscada pra ele, fazendo uma cara que deixasse ele constrangido.

Ele engole em seco ficando vermelho, ele tenta se distrair com seu café da manhã. Eu sabia o efeito que meu sorriso causava nele. Queria saber o que estava passando agora em sua cabecinha.

O resto do café da manhã foi silencioso, mas eu estava sempre trocando olhares com ele, ele sempre abrindo um sorriso tímido. Mary estava fazendo alguma coisa na cozinha, deixando de certa forma nós sozinho.

Passo a mão em sua coxa direita apertando de forma provocadora, ele morde os lábios pra se controlar, mas olha pra Mary que estava de costa pra gente. Ele bate na minha mão atrevida para espantá-la e fala.

— Ba... quais são as frutas que tem? – Ele pergunta usando a droga do apelido! Era pra me provocar, eu sabia.
— Tem uva, banana, morango, melão... mas posso comprar algo específico, se assim preferir. – Ela responde sorrindo e muito feliz pela forma que San a chamou.
— Adoro morango...
— Pois vou lavar pra vocês – Ele concorda com movimentos sutis de cabeça.

Estava louco pra ficar realmente sozinho com ele, então perguntei se ele quer ir pra piscina enquanto ela prepara o almoço. Mas ele pergunta se ela precisa de ajuda, Mary nega.

Mando ele ir na frente enquanto vou no quarto pegar as alianças para eu pedir ele finalmente em namoro, eu iria fazer o pedido e um nervosismo já se apossa do meu corpo.

Volto em seguida e os morangos já estavam na ilha, eu me ofereço para levar e quando eu chego lá, ele parecia bem entretido com uma rosa na mão, conversando com jardineiro. Não sei porque, mas logo sinto ciúmes!

— O senhor está dispensado por hoje – falo pro jardineiro de forma rude.
— O senhor tem certeza? –Ele pergunta no tom simpático, deixando passar minha grosseria. Ele era alto, forte, uma barba bem aparada, olhos claros, mesmo na escala dos 40, ele tinha seu charme.

Afirmo com a cabeça, então ele guarda seus materiais e em seguida, se despede e logo ele some pelo jardim. Pego Sammy pelo pulso e levo ele até uma parte que é coberta e que tem umas espreguiçadeiras.

— Porque você foi grosso com ele? Ele estava sendo tão legal comigo! Ele estava me dando dicas de como cultivar rosas – Ele fala. Sento em uma espreguiçadeira colocando os morangos em uma mesinha próxima.

Convido ele para sentar comigo. Quando ele se vira eu digo que não, que é para ele sentar de frente para mim, com uma perna em cada lado.

Assim ele faz, ainda cheirando a droga da rosa vermelha que o meu jardineiro deu para ele! Isso me deixa irritado! Tá, talvez eu não seja nem um pouco normal e não saiba agir quando o assunto é ciúme.

— Eu tenho muito ciúmes de você sabia? – Tentei deixar claro meu sentimento, pegando a rosa de suas mãos.

— Quase que não dá pra notar... – Ele responde olhando pra rosa que coloquei na mesa. Mas sua constatação era irônica. Pego no seu rosto, fazendo ele olhar para mim. Ele era tão delicado e sua pele era muito macia, dou um beijo em suas bochechas.

— Eu não sei lidar com meus sentimentos, isso tudo é muito novo para mim... então se eu passar dos limites, você me avisa? – Ele morde os lábios concordando com a cabeça.

O puxo para mais próximo de mim e ele dá um gritinho, por eu ter pegado ele desprevenido,, em seguida ele bate em punhos nos meus peitos.

Mas não me importo, o agarro para um beijo doce e cheio de sentimentos, queria pedir ele em namoro logo, mas me deixo me perder em seus lábios macios, suas mãos vão pro meus cabelos, que logo desce pro meu pescoço e em seguida para meu peitoral.

Ele aperta ali com força, me fazendo puxá-lo para mais próximo de mim, grudando cada vez mais, meu corpo no dele. Aperto sua cintura ouvindo o gemer, essa voz fazia eu perder sempre a razão.

Deixo uma das minhas mãos passear pelos seus cabelos, indo para o seu rosto, pescoço e me encaminho para debaixo de sua blusa. Era impressionante que eu sempre acabava ali, querendo sentir sua pele nas minhas mãos.

Ele se afasta para tentar recuperar o ar e eu como sempre vou para o seu pescoço. Mas precisava me recompor Então procuro o seu olhar e falamos ao mesma coisa.

— Quero te perguntar uma coisa!
— Quero te perguntar uma coisa! – Peço pra ele falar primeiro. Ele mordeu os lábios com força, vi ele ficando nervoso, até seus lábios estavam pálidos, apesar do beijo que a gente acabamos de dar. Percebi tarde demais o que iria sair da sua boca!

Traumas do passado +18Onde histórias criam vida. Descubra agora