SAMMY
A minha parte favorita era o desenho em si. Eu gostava de desenhar as minhas tatuagens, gostava de fazer algo único para meus clientes.
Mas a maioria já vinham com os desenhos prontos, das tatuagens que queriam! Isso me deixava realmente frustrado. Já fazia umas semanas que não desenho mais nada!
E mesmo ele escolhendo os desenhos que queria, ele não tinha uma base de como ficaria os desenhos. Então decidimos que eu iria desenhar pra ele.
Fiquei muito animado, pois a tatuagem teria minha marca, e assim um pouco dos meus sentimentos. Estava decidido a impressioná-lo.
Mas confesso que me surpreendi quando ele falou algo relacionado a comunidade lgbt! Dei uma olhada para meu cliente, ele tinha um semblante tão sério mexendo no celular!
Seu terno era completamente preto, e estava extremamente elegante ,e isso lhe causava um ar de seriedade.
E essa seriedade me dava um frio na barriga! Eu não fazia tatuagem íntima em homens, e não sei o que deu em mim, por não ter nem pelo menos negado tal local!
Dou os últimos retoques nos desenhos, me levanto e vou até ele mostrar os desenhos prontos. Espero que ele goste, pois coloquei muita paixão no que fiz.
Ao pegar o caderno, nossas mãos se tocam e mesmo que tenha sido por raio de um segundo, uma corrente elétrica atravessou meu corpo, e os cabelos dos meus braças se arrepiaram!
Essa sensação era nova para mim! Eu não fui jogando para o meu passado, eu estava surpreso por ainda está aqui, por que não era isso que acontecia quando um homem toca em mim!
Ele não me dava repulsa como a maioria dos caras que davam em cima de mim! Deve ser porque ele não deu em cima de mim.
Mas também gostei de saber que o toque dele não me causava gatilho. Não sei se ele sentiu o mesmo em relação ao toque, mas preferi não pensar muito no assunto.
— Nossa... isso tá incrível! – Ele parecia genuinamente surpreso. E isso me animou muito, segurei a vontade de sorrir em resposta.
— Está aprovado então? Podemos começar? – Pergunto prendendo minha respiração até obter sua resposta.
— Claro...por favor. – Nossa! A resposta dele parecia demorar uma eternidade e quando ele respondeu, finalmente pude respirar.
— Pode continuar sentado aí, vou começar pelo pulso. – Enquanto falava, ia ajeitando o que era necessário para o processo.
Sentia ele me observando, sentia seus olhos me devorarem, mas também podia ser só o meu cérebro querendo me pregar uma peça, por que quando olhava para ele, ele sempre estava com uma expressão séria no rosto e olhando pro celular.
Então decidi focar no que era realmente importante. Não poderia cometer erros. Então deixei os meus devaneios de lado e prosseguir com o que eu tinha que fazer... as tatuagens.
O processo da primeira foi rápido e não demorou muito tempo para que ficasse concluída, então eu simplesmente aguardei sua avaliação.
— Ficou melhor do que no papel... gostei. – Ele era tão sério que cogitei se ele realmente tinha gostado! Isso era frustrante.
Mais não iria deixar isso me desanimar, até porque eu era realmente bom no que fazia. E ele não parecia ser o tipo de cara que falava as coisa só pra agradar.
— Que bom! Posso tirar uma foto? É para postar nas minhas redes sociais. – Pergunto um pouco tímido. Ele acena com a cabeça.
Pego o celular e peço pra ele fechar em punho a sua mão. Depois de três cliques. Termino a higienização.
— Prontinho, bem sutil como você queria. – Falo quando termino todo o processo.
— Como algo tão pequeno dói tanto? – controlo a minha vontade de rir.Ele não parecia está fazendo essa pergunta pra mim, mas mesmo assim, respondi.
— Você escolheu lugares bem sensíveis, então é normal que doa um pouco.
— Lugares? – ele franziu a testa, parecendo que tinha esquecido que seria duas tatuagens.
Tento não morder os lábios, quando fui olhando pra baixo, até chegar no local onde seria a próxima tatuagem.
— Ou você vai desistir? – Usei um ar de desafio na voz ao encara-lo novamente.
Não queria que ele desistisse, até porque seria a minha parte favorita. Eu realmente estava ficando louco!
— Eu não disse isso! como vai funcionar a outra? – Ele parecia realmente ofendido.
Tentei não demostrar minha satisfação e expliquei tudo, relembrando que teria que fechar o estúdio.
O que estava acontecendo comigo? Ele era um homem! Porque eu estava quebrando minha regra número um?
Também falei que ele precisaria se despir e deitar na maca, por ser um desenho mais complexo.
Isso era loucura! Onde eu estava com a cabeça? Me questiono mais uma vez. Mas já era tarde de mais para desistir.
Já tinha mostrado o banheiro e dado toda privacidade para ele se ajeitar.
E não demora muito para ele se encontrar acomodado onde eu mandei. Parecia bastante incomodado com a situação. Não o culpava, eu me sentia da mesma maneira.
Sua gravata já era, apenas os três primeiros botões de sua blusa estavam abotoados, mostrando parte do abdômen sarado dele!
E essa nem foi a parte que encheu a minha boca d'água. A toalha descansava na sua cintura até a metade das coxas, e que coxas maravilhosas, seu porte físico estava ok.
Percebi que ele se encontrava com a cueca, não ia questionar sobre isso, até porque era um alívio para mim. Mas o certo era ele ter tirado, pois ao longo do tempo ela vai acabar o encomodando.
— Vou ter que baixar um pouco a cueca junto com a toalha. – Já com as luvas fui baixando ambas até ele dizer para, e apontar onde queria.
Pisco algumas vezes, será que eu teria continuado a baixar se ele não tivesse pedido pra parar? O que estava acontecendo comigo? Pelo um momento, perdi a consciência do que estava fazendo!
— Pode ser bem aqui...– Ele apontou bem a onde começava a linha que formava o V, e Deus, que V perfeito!
Tento me manter confortável e focado, mesmo sendo difícil não babar esse corpo maravilhoso. Passo o algodão higienizando o local, era um lugar que ainda bem não tinha pelos.
Antes de começar, dou uma olhada para ele, que estava com a cabeça inclinada para trás. Mordo meu lábio inferior para conter uma risada.
Não vou mentir, essa era a segunda parte que eu adorava fazer, ver eles reprimindo a dor que sentiam, era algo maravilhoso e muito satisfatório para mim.
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Traumas do passado +18
RomanceYan e Sammy são pessoas distintas, que carregam traumas horríveis dos seus passados! Sam um tatuador, que sofreu homofobia por parte de sua família, foi expulso de casa com 15 anos! Passou anos em um relacionamento tóxico, até o preço de sair dessa...