Capítulo 73: AÇÕES

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SAMMY

Fecho a porta atrás de mim com um grande pesar, tentando controlar as lágrimas. Porque doía tanto se despedir? Não era como se a gente não fosse se ver novamente! Meu coração estava batendo tão forte no peito, que chegou a doer!

A forma como ele me olhou partiu meu coração em milhares de pedaços. Eu quase que cedia a ele. Mas não poderia! Por mais que Daniel tentou disfarçar, eu senti que tinha algo errado em suas mensagens e eu não iria ficar tranquilo enquanto não o visse pessoalmente.

A casa estava silenciosa e subi as escadas desanimado. Não demora muito pra chegar no meu quarto, eu largo a mochila em qualquer lugar e vou para o banheiro.

Olho no espelho e tinha uma marca de mordida no meu pescoço, ele nunca tinha deixado marcas em mim, ele sempre mordia de uma forma que não deixasse sinal algum. Mas a marca se misturava com as sardas, passando despercebido facilmente e logo sumirá.

Jogo água no meu rosto para relaxar, saindo do banheiro, indo direto para o quarto do Dan. Já passava das 20:00, mas acho que ele não estava dormindo, ele sempre dorme tarde.

Abro a porta e como sempre estava só encostada e ele estava deitado na cama, mas minha presença não o anima e me aproximo dele que estava coberto e se tremendo!

— San... você já voltou? – Sua voz era esmagada. Sento ao seu lado tocando em sua testa, comprovando as minhas suspeitas. Ele estava com febre!

— Dan, você está queimando! O que aconteceu? – Ele ficava com febre quando se sentia ameaçado emocionalmente! Ou seja, realmente aconteceu algo.

— Ele veio ontem aqui em casa San... ele veio! – Ele fala enquanto deito ao seu lado o puxando pra mim. Eu fico nervoso por suas palavras.
— Me fale o que o trouxe até aqui..! – Pensei que David fosse cortar amizade com ele. O que ouve pra ele vir aqui?

— Ele veio assinar uns documentos. O meu pai vendeu suas ações para ele e tive que fazer parte dessa reunião... San, ele queria comprar as ações por um preço abaixo do mercado! Eu o tive que ameaçar! – Como assim? Eu estava surpreso com o que ele estava falando. Então ele continua a falar.

— Fiz ele pagar o dobro do que realmente valia, deixando de uma forma sutil, que se ele não o fizesse eu contaria pra todo mundo o que ele fez comigo. – Eu estava em estado de choque com o que meu amigo falava e perguntei de imediato.

— Seus pais não perceberam ou desconfiaram? – Ele negou com a cabeça falando.
— Eles chegaram a perguntar o que eu poderia saber, mas eu falei que só estava jogando verde... que cara como ele tinha rabo preso. – Ele foi esperto, mas queria saber.

— Mas por que você não falou para seus pais? Porque você não acabou logo com essa tortura?
— Eu não posso fazer isso com eles, eu acabaria com eles se falasse o que aconteceu comigo, eles jamais se perdoariam... eu sei que não! — Não iria entrar em uma discussão onde não levaria e nem daria em nada. Apenas o dou um abraço forte. Ele já não estava tremendo.

— Olha por um lado bom, seu pai não tem mais nada a ver com aquele monstro!  – Falo no fim das contas.  
— O que me alivia é exatamente isso, saber que eu posso virar a página e tentar seguir em frente. – Ele se anima um pouco, já bem melhor e continua a falar.

— Mas não quero mais falar dessa merda, me fala como foi lá com aquele idiota? – Nego com a cabeça pela forma que ele falou, dando um sorrisinho. Já estava acostumado com as formas que ele se referia ao Yan.

— Foi muito perfeito Dan... – Falo mostrando a aliança no meu dedo a ele. Ele se senta de repente pegando a minha mão impressionado.
— Porra! Ele realmente te pediu em namoro? Por mais que eu sabia que isso iria acontecer, eu tô passada! Vocês transaram né? – Logo fiquei vermelho com sua pergunta evasiva, mas eu respondi.

— Sim né... muitas vezes. – Falo tímido, mas as lembranças me invadiram de tal forma que me senti arrepiado.
— Então, ele é ruim mesmo na cama?
— Pelo amor Dan! – Falo o sacudindo.
— Pode me falar, quero saber dos detalhes sórdidos também! – Nego com a cabeça rindo.
— Cuida, fala logo. – ele me pressiona! Eu sabia que ele não iria me deixar em paz até obter respostas.

O que eu poderia falar pra ele? Ele não iria se contentar com poucas informações. Mas nem eu iria conseguir esconder qualquer coisa dele. Então falei o que era importante.

— Dan, ele foi maravilhoso e cuidadoso, ele também foi gentil e paciente. Ele fez tudo com tanto cuidado... como se eu fosse uma boneca de porcelana. – Falo lembrando de cada momento, de cada toque, de sua paciência comigo. Mas volto ao relato.

— Mas também foi intenso e descontrolado. Me senti bem com tudo que ele fez. Ele me fez sentir tantas coisas únicas, coisas que jamais pensei que pudesse sentir... coisas que eu achei que só existissem em filmes e séries. – Eu abro um sorriso bobo e ele sorri de contentamento.

— Eu disse que fuder era maravilhoso, que se você se permitisse, você iria tirar suas próprias conclusões. – Ele fala, era impossível não revirar os olhos. Minha experiência em relação a sexo, era algo que eu queria esquecer. Então apenas decidi que o Yan foi o meu primeiro.

— Mas não foi apenas sexo amigo, foi mais que isso, foi algo surreal Fora de série, foi realmente algo que... eu nem sei explicar. – Falo ainda fascinado, como eu me sentir em relação a tudo.

— Amor amigo... o nome, você está assim porque não foi só sexo e sim amor... – Era exatamente isso! Nós nos amamos.

— Ele disse que te amava? – Ele perguntou alegre. Eu nego com a cabeça. Será que essa frase é tão importante assim? A propósito, um gesto não vale mais do que mil palavras? Eu já estava satisfeito com o que ele me ofereceu.

— Mas tenho certeza que ele vai te falar... aposto que ele nunca pensou que se apaixonaria dessa forma... – Ele fala muito satisfeito e eu estava alegre por ter sido eu que ele teve esse sentimento.

— Eu vou falar pra ele que o amo... – Falei decidido
— Claro que não né! Você esperou tanto pra ele te pedir em namoro, vai esperar também ele dizer que te ama. Deixa ele ser o primeiro, você vai ver como é maravilhoso. – Ele fala parecendo distante, perdido em lembranças.

Eu abracei o Dan novamente e parecia que a febre tinha diminuído. Mas vou dormir com ele, vai que ele precise de mim mais tarde. Mas minha mente vai para o asiático que eu deixei pra trás. Ele estava decepcionado comigo. Eu esperava que ele não fizesse nenhuma besteira.

Traumas do passado +18Onde histórias criam vida. Descubra agora