Traumas do passado +18

Capítulo 85: PASSEIO

SAMMY

Desço as escadas já familiarizado com o ambiente luxuoso que era a casa do meu namorado. Dou de cara com a Mary que abre um sorriso ao dar de cara comigo.

— Bom dia San, dormiu bem? – Ela pergunta ainda com o sorriso nos lábios.
— Eu dormi bem sim. E você?
— Eu dormi bem. Vou te servir. – Enquanto desfruto do meu café da manhã, iniciamos um diálogo. Mas logo é interrompido pelo meu namorado que me dá um beijo na testa.

— Já avisou a seu amigo que já estamos indo buscar ele? – Ele pergunta roubando um pouco do meu café da manhã. Logo fico zangado.
— Olha isso Ba! – Mary saiu em minha defesa, dando um tapa na mão do Yan.
— Não pode esperar até eu te servir? – Sua indignação era a mesma da minha. Ele revira os olhos e mostra a língua pra mim que faço bico. Sim, Yan Sartori mostrou sua língua para mim!

— Então, você não me respondeu – Ele fala depois de ser servido e eu tê-lo roubado também.
— Já falei com ele e ele já está nos esperando. – Ele faz cara feia. Não estava nada contente em dar uma carona ao meu amigo. Iríamos encontrar minha irmã no shopping.

Como ele queria que eu dormisse com ele essa noite, pedi pra ele dar uma carona para mim e Daniel até ao shopping, para que nós passássemos o dia com minha irmãzinha. Daniel está louco para conhecer ela. Ainda não tinha contado do ocorrido de sexta e por hora não queria pensar sobre isso.

Depois de cinco minutos esperando de frente a casa do Dan, o asiático ao meu lado já estava mostrando sua impaciência.

— Você não disse que ele já estava nos esperando? Aposto que ele está fazendo isso de propósito! – Tomo a decisão de ligar pra ele, porque se tem uma coisa que eu não gostava também era de esperar. Já podia sentir a ansiedade invadir meu corpo.

Mas antes de desbloquear a tela ele sai da casa e rapidamente entra no banco traseiro do carro, me dando um beijo no rosto. Ele estava com um sorriso debochado nos lábios. Não deu tempo de eu reclamar e ele já fala.

— Desculpas, foi minha mãe!
— Então vamos né? – Digo e Yan liga o carro e seguimos para nosso destino. Mas Daniel não conseguia ficar calado.
— Nunca imaginei que eu entraria no carro do Yan Sartori. Nunca pensei que ser amigo do Sammy Garcia me traria tal “privilégio”! – Suas palavras carregavam ironias e as aspas que fez com os dedos era só pra enfatizar a palavra. Mostrando que sabia que talvez não seja bem vindo.

Meu namorado revira os olhos e eu só queria que chegássemos logo ao shopping. Não iria levantar partido de ninguém. E Daniel era assim mesmo. Se ele era assim comigo, imagina com qualquer outra pessoa.

— Então, ela é linda como você falou mesmo? Conseguiu uma foto? – Abro um sorriso pelas perguntas do Dan.
— Imagina uma pessoa mil vezes mais bonita que eu, agora duplica. É minha irmãzinha!
— Até parece! – Yan fala baixo.
— Você é gay e doente pelo meu amigo, então sua opinião não é importante aqui! – Meu amigo rebate o que faz meu namorado revirar os olhos outra vez.

Acho graça e enquanto isso, abro a foto na galeria  do meu celular, que ela mandou mais cedo pra mim. E entrego ao Dan que avalia a foto e tira suas próprias conclusões.

— Realmente ela é muito linda e se eu colocar vocês em uma balança, vai ser a mesma medida. Não dá pra dizer quem é o mais bonito amigo! Mas tem uma coisa que me deixou intrigado. Ela é lésbica né?

— Dan! Pelo amor! – Eu não entendia como ele conseguia adivinhar tão fácil. Eu mesmo não conseguia nem imaginar se ela não tivesse me falado.
— O quê? É só que meu gaydar é muito bom e ainda digo mais. Ela com toda certeza é ativa! – Agora foi minha vez de revirar os olhos e tomo meu celular de sua mão e em pouco minutos chegamos no shopping.

— Eu mandei ela esperar em frente ao estúdio. – Falei enquanto entramos no elevador apertando o botão que fez ele subir. Yan estava com seus braços em volta do meu ombro e quando saímos ele me solta, só pra entrelaçar seus dedos no meus.

Mas logo o solto e nada tinha haver com vergonha ou algo do tipo, e sim porque pude ver minha irmã e ela vem em nossa direção, me abraçando forte e a única coisa que podia fazer era retribuir o gesto carinhoso.

— Tão linda... – Seu estilo era como o meu! Ela estava com camisa branca, uma jaqueta jeans por cima, calça cargo e sapatos preto. Literalmente era uma versão feminina minha.
— Você também é tão lindo! – Ela aperta minhas bochechas. Faço as apresentações.
— Esse é Dan, meu melhor amigo – Os dois logo se abraçam. Então continuo a apresentações.
— E esse é o Yan, meu namorado. Mas vocês já se conhecem... – O asiático troca um aperto de mãos rápido com minha irmã. Ele era pior que eu pra se socializar!

— Eu tenho que ir. Qualquer coisa você me liga? – Assino com a cabeça, mas ele me puxa de encontro a ele e me dá um beijo nos lábios me deixando completamente vermelho e sem palavras.
— Divirtam-se. – Foi sua única palavra quando ele deu as costas indo em direção ao elevador com aquela confiança invejável.

— O desgraçado é um arrogante de merda, mas não dá pra negar que ele é louco por você! – Daniel fala, o que me faz olhar pra ele com cara de repreensão.
— Ele me dá medo... – A ruiva ao meu lado fala receosa.
— Se eu não o conhecesse, também teria. Mas ele não morde, quer dizer... – Quando percebi o que Dan iria falar tampo sua boca. Os dois riem. Mostro a língua pra eles e mudo de assunto.

— Vai mesmo querer fazer a tatuagem? – Pergunto a Hannah, ela confirmou com a cabeça e andamos. Seguindo até o estúdio que estava alguns passos de distância.

Não demora muito para entrarmos no lugar e faço a apresentação do Paolo e ela. Depois vou preparar os materiais para o procedimento, pois o desenho, eu já tinha feito na noite passada. Ela estava encantada pela beleza do Daniel e não era pra menos, o loiro era realmente lindo.

Depois da tatuagem que fiz na minha irmã, que era de uma linda borboleta cor de ouro na sua nuca. Fomos fazer compras. Daniel precisava de um guarda roupa novo para seu trabalho.

Cada escolha de roupa, ele reclamava. Ele não acreditava que teria que mudar seu estilo por conta de um trabalho!

Fomos lanchar e pedir para minha irmã falar um pouco dela e ela acabou falando que queria fazer faculdade de direito.

— Eu acabei de dispensar uma bolsa que meu pai que é advogado conseguiu pra mim! Se você quiser eu falo com ele, pra ver se ele consegue uma pra você! – Dan propõe pra minha irmã.

— Iria ser incrível Dan, fala com ele mesmo. Imagina a minha irmãzinha sendo uma advogada renomada? – Falo já animado só em pensar.

— Mas eu não quero incomodar... – Ela fica receosa novamente.
— É o futuro da irmã do meu irmão, então você é minha irmã também. Tá decidido! Eu vou falar com meu pai.

Quando ela viu que poderia realmente ser uma opção, pude ver que ela ficou muito feliz. Mas se não desse certo a bolsa, eu faria questão de pagar, nem que eu tenha que vender meu estúdio! Eu iria realizar o sonho da minha irmãzinha.