SAMMY
Hoje vim trabalhar, meu funcionário teve que levar sua esposa ao médico, então não tive como evitar.
O sino toca já avisando que alguém entrou no estúdio! Demoro a me virar pois estava fazendo abastecimento de alguns produtos.
Mas não me tardo muito ali e simplesmente viro para dar de cara com o amigo do Yan.
— Que sorte a minha... – Ele fala muito alegre, com um sorriso no rosto.
— Em que posso ajudar? – Me encontrava nervoso! Será que foi Yan que o mandou aqui?— Vim apenas verificar se a transferência do dinheiro deu certo. – Afirmo com a cabeça. Mas não queria aquele dinheiro, ele não me pertencia.
— Eu posso devolvê-lo pra vocês? – O questiono.— Porquê? Você não conseguiu de uma forma justa e honesta? – Poderia ser impressão minha, mas senti uma acusação na sua voz.
— Não acho que meus quadros valem tanto assim... e gostaria que esse dinheiro pudesse de alguma forma ajudar alguém que realmente precisasse... – Sei que uma das instituições que eles apoiavam era de crianças órfãos... mas será que eles também, não apoiavam crianças e adolescentes que foram expulsos de casa por causa da sua sexualidade?
— Muito interessante... mas porque você mesmo não procura uma instituição do seu agrado e doe o dinheiro você mesmo? – Ele pergunta e mordo os lábios pensativo.
— Mas você pode me ajudar? Eu realmente não sei como funciona isso! Queria poder ajudar instituições que apoiam a comunidade Lgbtqia+. – Falo o sondando.Ele abre um sorriso singelo e fala de um modo animado.
— Com certeza sim, Yam sempre tá fazendo doações para esse tipo de instituição, fala com ele, ele vai poder te ajudar melhor que eu. – Ele fala piscando pra mim, com um sorriso presunçoso.
Engulo em seco, será q ele sabia que eu meio que estava evitando o seu amigo? Abro minha boca para questioná-lo, mas o sino toca novamente e olhamos rápido para a porta e Dan entra em seguida.
— Eu preciso ir... – Elliot fala com a voz baixa e pude ouvir uma genuína preocupação. Ele tenta passar pelo meu amigo, só que Dan vai pra mesma direção do mesmo, com um sorriso cínico nos lábios.
Elliot pega Daniel pelo ombro e tenta afastá-lo de sim, o colocado em um lado onde os dois investe suas posições e eu pude ver o rosto dele.
Ele estava pálido, não avia um único sinal do homem que estava nesse estante falando comigo. Era como se tivesse visto um fantasma.
Daniel coloca seus braços em volta do pescoço do cara, fazendo eles se aproximarem mais. Ele olha fixamente para o rosto do Dan completamente hipnotizado.
Então o meu amigo faz o que até eu não esperava e beija ele na boca, ele arregala os olhos em choque, mas fecha os olhos em seguida, pelo um momento ele cede ao beijo. Ele fecha suas mãos em punhos. Para tentar se controlar.
Mas não demora muito, ele se afasta bruscamente do Dan e por extinto talvez, uma de suas mão vai para o pescoço do meu amigo.
Vi muito sentimento no seu olhar! Raiva, ressentimento, ira e principalmente fogo, pude sentir seus olhos ardendo.
Mas foi tão rápido, que talvez eu tivesse imaginado. Eu fico congelado sem saber o que fazer! Eu deveria fazer alguma coisa?
Mas finalmente ele solta meu amigo e da as costas saindo do estúdio tão rápido como um raio. Isso foi muito tenso.
Vejo o corpo do meu amigo escorregar até um chão e pude ouvir um soluço escapar de sua garganta! Ele estava chorando? Dan era muito sensível e mesmo tentando se manter forte sempre. Ele não conseguia esconder o quanto tudo o abalava. Não para mim!
Eu sabia que os monstros que habitavam dentro de si, insistiu em sair para fora. Mas ele conseguia os controlar. As vezes ele me preocupa, pois sabia que todas as alegrias exageradas dele, era uma fachada para não deixar os monstro saírem.
Saio de trás do balcão assustado e me abaixo para abraçá-lo. Ele estava tremendo.
— Ele te machucou? – Pergunto ainda em choque. Ele nega com a cabeça com lágrimas nos olhos.
— Ele me odeia San... ele me odeia muito... – Ele fala fungando, parecendo desesperado.
— Não acho que ele te odeia, acho que ele odeio o fato de não te odiar... você acha que se ele te odiasse, ele teria correspondido ao beijo? – Elliot tinha mágoa no coração pelo que Daniel fez e era até compreensível.— Não sei... mas a forma que ele me olhou quebrou meu coração, amigo! – Ele fala triste.
— Mas porque você beijou ele? – Pergunto confuso.
— Não sei o que deu em mim, só queria provocá-lo... mas quando ele me tocou, eu não consegui me controlar! O que tá acontecendo comigo? – A última frase foi uma pergunta pra si mesmo.Mas rapidamente ele tenta se recompor, passa as costas das mãos pelo rosto, limpando qualquer tipo de lágrima do seu rosto.
— O que ele veio fazer aqui?– Ele pergunta quando ficamos em pé.
— Eu não entendi bem... acho que foi pra saber se o valor caiu na minha conta... mas ele parecia estranho... – Lembrei de suas palavras acusadoras.
— Amigo, eu preciso te confessar uma coisa... - O que foi que ele aprontou? Eu tinha medo quando ele falava assim!
— Aí não Daniel... o que você fez? – Falo de modo rígido, ele odiava quando o fuzilava e não usava seu apelido.! Por que ele sabia, que quando eu falava desse jeito, era porque eu estava puto com ele.— Não fala assim comigo... você sabe que eu não gosto! – Ele fala baixo, baixa a cabeça olhando por cima do cílios. Eu sabia que ele queria que eu me compadecesse dele. Então o que ele fez deve ser sério.
— Então, só fala o que você fez!
— No leilão, não podia entrar dois quadros do mesmo artista, era contra as regras... – Agora eu entendi o porque das palavras do Elliot pareciam acusações!Daniel sabia passar dos limites quando ele queria, ele sabia o quanto eu odiava quebrar qualquer tipo de regras!
E como eu iria resolver isso? Teria algum tipo de punição, por a gente ter quebrado essa regra? Eu iria ser preso? Um pânico se estalou dentro de mim.
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Traumas do passado +18
RomanceYan e Sammy são pessoas distintas, que carregam traumas horríveis dos seus passados! Sam um tatuador, que sofreu homofobia por parte de sua família, foi expulso de casa com 15 anos! Passou anos em um relacionamento tóxico, até o preço de sair dessa...