Sammy
- Está certo sobre isso? Realmente vai terminar comigo? - engulo em seco e confirmo com a cabeça. Ouço uma batida na porta, ao abri-la, três homens entram no quarto.
De onde esses caras saíram? Eles já estavam dentro da casa quando entrei? Um medo avassalador tomou conta do meu ser.
- É uma pena! Depois de tudo que fiz por você! Eu bem dizer, te tirei da rua! Nem seus pais te quiseram quando você assumiu sua sexualidade! Por todo esse tempo, nunca te faltou nada e por causa de um idiota que colocou merda na sua cabeça, você vai me deixar?
- Eu preciso ir... - Tento passar por eles, pra tentar alcançar a porta. só que meu ex me pega pelo braços e me joga na cama.
- Quero que conheça meus amigos, estou devendo uma quantia razoável a eles que no momento, eu não tô podendo pagar e eles concordaram que a forma do pagamento seria seu lindo corpo!
- Não! - Arregalou os olhos, meu corpo todo gela! Mais ignoro essa sensação horrível e me levanto, e novamente tento alcançar a porta, eu tinha que sair da li. Daniel estava certo, não devia ter vindo!
Novamente sou jogado na cama, e gargalhadas tomam conta do lugar!
- Você não pode fazer isso comigo, eu não sou propriedade sua. - Falo já com lágrimas nos olhos.
- Acho que depois do que fiz por você, ainda é pouco! Te dei casa, comida, roupas e muito mais. - Ele joga na cara.
- Só me deixa sair... - Ele não ia fazer isso comigo. Iria?
- Quero ver se depois disso, você permitirá que alguém toque seu corpo novamente. Fiquem a vontade garotos, façam ele nunca mais esquecer desse momento. - E ali tesava a minha resposta.
- Não! Socorro, por favor, não! socorro! por favor, não façam isso, eu imploro! Não, não, não...
Me acordo gritando, ainda podia senti aquelas mãos horríveis deslizarem pelo meu corpo, seus pesos em cima de mim.
Estava todo suado, lágrimas escorriam pelo meu rosto, quanto mais tentava enxugar as lágrimas, mas elas insistiam em caírem!
Estava tentando me acalmar, mas eu estava tendo um surto de pânico! Isso sempre acontecia, quando eu tinha pesadelos.
Estava com falta de ar, meu peito parecia que ia explodir! Junto todas as força que tenho e me arrasto pra fora da cama.
Vou para o banheiro e olho no espelho. Puxo o ar com força e tento me concentrar.
- Um... dois... três... quatro... - conto enquanto tento controlar minha respiração.
Em uma prateleira pego uma lâmina de barbear e corto artificialmente meu pulso esquerdo! Deixo a lâmina cair na pia, enquanto o sangue escorre pelo meu braço.
Encosto na porta do banheiro e deixo meu corpo escorregar até o chão frio!
Caio em prantos, deixondo a dor do corte fazer efeito, enquanto invade meu subconsciente.
Eu vou ficar bem! Eu sempre ficava bem.
Ainda era quarta feira, faltava quatro dias para me dar folga. Exatamente. Meu dia de descanso era no domingo.
Estava me servindo de café quando a porta da sala abre. Era meu melhor e único amigo, que também dividia o apartamento desde a faculdade.
- Não Bruno, você não vai entrar! Pode ir embora. - Dan fecha a porta atrás de si dando um sorriso em minha direção.
- Bom dia flor do dia, parece que a noite foi boa - Falo dando uma risadinha.
- Razoável, nada mal - Daniel responde passando pela porta do balcão, entrando na mini cozinha americana, pega uma xícara e se serve do café. Me dando um beijo na testa.
- E sua noite, como foi? Seus olhos estão vermelho! Outro pesadelo? - Confirmo com a cabeça.
Ao longo dos anos acabou se tornando normal meus pesadelos, por mais que eu nunca me acostume, eles já faziam parte da minha noite.
Jogamos papo fora até dar a hora de ir para o shopping. E do nada ele perguntou do asiático. Nosso beijo não saia da minha cabeça. Nunca me senti tão vivo quanto aquele dia.
- Então... nada? Ele não apareceu novamente? - Nego com a cabeça quando Daniel me pergunta pelo asiático, era frustrante.
- Ele deve ser muito ocupado - Respondo. Estava mais tentando convencer a mim mesmo. Será que ele se arrependeu? A forma que ele me olhou fui profunda e tinha até uma decepção do qual não tinha entendido.
- Eu também acho, ele deve ser muito coagido pelo pai, por ser um futuro CEO. Ele só tem 24 anos, talvez ele esteja sendo pressionado a ganhar experiência para o futuro.
- Talvez.. - Dou de ombros.
- Ainda não acredito que vocês se beijaram! Que você finalmente se sentiu bem com uma pessoa, mesmo que a pessoa pareça ser um escroto idiota.- Para... foi só um beijo. - Se ele tivesse realmente interessado, ele teria pedido meu contato! Me questiono.
- Tem certeza que ele foi gentil ao te beijar? - Reviro os olhos, porque ele era tão exagerado?- Primeiro: foi só um beijo. Segundo: talvez ele nem apareça mais... - Antes dele passa pela porta ele me olhou de modo frio! Não intendi porquê. Mas Dan disse que talvez fosse ciúmes! Nem levei a sério.
- Terceiro: talvez ele esteja achando que você tem alguma coisa com o Bruno, já que vocês tiveram uma conversa suspeita antes dele sair. Como você mesmo me disse. - Ele fala, mas dou de ombros. Quem ele pensa que é pra fazer deduções de mim?
- Não sei e não quero pensar mais nisso, já tá na hora da gente trabalhar, nem acredito que você vai passar o dia comigo.
Daniel tinha o mesmo porte físico que o meu. Cabelos ondulados e cinza pratinado, graças a descoloração! Seu rosto era delicado, apesar da maquiagem marcante, olhos verde esmeralda, boca carnuda. Ele era aquele tipo de cara que se passasse por você, você com certeza viraria a cabeça.
Ele também era meu sócio na nossa pequena empresa, mas o nosso negócio não dava a regalia que ele era acostumado a ter, então ele tinha que agradar o seu pai. Se gastar muito fosse um dom, meu amigo estaria de parabéns. Eu ja falei a ele que ele tinha que se controlar. Mas ele nunca me escuta.
Então ele entrou com o capital e eu com a mão de obra. Mas em vez em quando eu era privilegiado com a sua presença no estúdio.
Adorava estar com ele, sua alegria sempre me contagiava e ele fazia eu fazer coisas que normalmente eu não faço sozinho, como dançar por exemplo.
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Traumas do passado +18
RomanceYan e Sammy são pessoas distintas, que carregam traumas horríveis dos seus passados! Sam um tatuador, que sofreu homofobia por parte de sua família, foi expulso de casa com 15 anos! Passou anos em um relacionamento tóxico, até o preço de sair dessa...