Traumas do passado +18

Capítulo 13: GATILHO

SAMMY

Me acordei incrivelmente bem, não tive pesadelo e já tinha mandado uma mensagem para ele.

Encontrava me de bom humor. Me arrasto para fora da cama e vou em direção ao banheiro.

Tomo um banho frio e demorado, deixando a água cair pelo meu corpo.

Saio do banheiro e olho no espelho, estou incrivelmente bem, e ao redor dos meus olhos não se encontravam vermelho.

Dou um breve sorriso para mim mesmo, em seguida, paro em frente ao guarda-roupa, em dúvida do que iria vestir.

Na verdade, não me importava muito com minha aparência. Pra mim, o conforto era mais importante.

Mas hoje era diferente, queria chamar sua atenção, e não sei porque essa vontade de me sentir atraente ao olhos dele.

A maioria das vezes estou com o mesmo modelo de roupa. Que eram calças finas e compridas, as blusas também eram largas que completava um visual desleixado.

Mas dessa vez, realmente queria vestir algo diferente.

Encontrei uma blusa branca larga, mas as mangas ia só até o cotovelo, deixando um pouco da pele dos braços a mostra.

Optei por uma calça cargo de malha fina que no meu ponto de vista combinava com a blusa.

Depois de vestido, me sento na cadeira de frente para minha penteadeira.

Eu era extremamente vaidoso, mas não gostava muito de maquiagem, mas hoje tive necessidade de passar um lápis preto na linha d'água dos olhos, e faz um delineado de gatinho bem sutil.

Fiquei na dúvida entre o gloss ou o lip tint, mas acabei escolhendo o lip tint, por que deixava a boca incrivelmente natural.

Estava muito satisfeito. Mas ainda faltava o cabelo. Na maioria das vezes usava o preso, mas queria deixá-lo solto hoje.

Então finalizo os cachinhos deixando eles completamente solto. Meus cabelos eram bastante cacheados e decidi mostrar um pouco isso.

Incrível que pareça, estava me sentindo belíssimo, o que era raro.

Só iria trabalhar depois do meio dia. Por isso me dei o luxo de levantar mais tarde hoje.

Estava terminando de lavar as louça da minha merenda, quando ouço batidas na porta. Enxugo as mão no pano de prato. Já sabia quem era.

Bruno estava encostado no canto da porta, de cabeça baixa e parecia desanimado, mas no fundo eu sabia que era drama.

Ele sempre vinha atrás do Dan, quando não conseguia falar com ele.

Ele levanta a cabeça quando abro a porta. Ele arregala os olhas quando da de cara comigo.

— Você já é lindo, mas hoje está deslumbrante!
— Obrigado... – Agradeço meio constrangido. Eu realmente não sabia lidar com elogios. Ainda mais quando o elogio não era bem vindo.

— Você sabe em que fim Dan levou? Ele não responde nenhuma das minhas mensagens. – Ele pergunta distante.

Eu explico que o Daniel não vai mais ter tanto tempo disponível, por causa da faculdade.

— Sinto muito se ele não te contou. – Falo realmente sentido.
— As vezes acho que ele só tá me usando, porque sou benéfico para vocês dois! – Ele não errou!

Na verdade ele acertou em cheio, Bruno era o passa tempo do Dan, quando ele não estava disposto a ir atrás de "carne nova", como ele mesmo dizia.

Ele não gostava de ficar com a mesma pessoa por muito tempo, mas Bruno sempre se oferecia para me ajudar a levar minhas mercadorias para o estúdio, facilitando minha vida e assim, não precisando pegar carro de aplicativo.

— Eu,... ah.. – Nada vinha na minha mente, era como se estivesse em branco.

— Eu deveria tirar ele da minha cabeça e dá em cima de outra pessoa, que ultimamente anda chamando minha atenção. – Ele fala procurando meu olhar.

Ele tenta pegar no meu braço, só que consigo me esquivar. Meu coração batia forte no peito, e não era de um jeito bom.

— Eu preciso ir – Tento fechar a porta.
— Você bem que podia me dá uma chance! – Ele continua. Dessa vez seu movimento foi tão rápido, que conseguiu segurar minha mão.

Eu puxo minha mão com tanta força, para tentar escapar, que caio com tudo no chão da sala!

Ele vem em minha direção para tentar me ajudar.

— Para! Não toque em mim... por favor! Eu te peço! – Eu implorava, já me encontrava em pleno pânico.

— Desculpas, por favor... – Ele fala e pude ouvir arrependimento na sua voz, mas já era tarde de mais
— Saia daqui, vá embora – Emploro mais uma vez. Lágrimas quente já desciam pelo meu rosto!

— Mas... – Ele fala parecendo bastante preocupado.
— Eu disse para ir embora – Eu grito usando as minhas últimas forças. Ele finalmente sai, fechando a porta atrás de si.

Pisco algumas vezes lutando entre a fantasia e a realidade, entre o passado e o presente! Mas já era tarde de mais...

Um tapa forte foi depositado diretamente no meu rosto! Coloco a mão no rosto com lágrimas nos olhos. Não queria chorar, mas as lágrimas teimosas, insistiam em descer.

— Amor não faça isso, não bata no nosso filho. – Minha mãe fala nervosa.
— É verdade o que estão falando? Que viram você beijando um macho? Isso é  mentira não é? – Ele pergunta com um desprezo enorme.
— Sim pai... eu sou gay! Eu tava com outro cara. – Eu grito com a voz trêmula.

Ele levanta a mão para me bater novamente, mas minha mãe o impede.
— Por favor querido... – Minha mãe tenta puxá-lo.
— A culpa é sua, você não soube educar nosso filho e agora ele é uma bixona. – Ele empurro ela.
— Amor, talvez ele esteja confuso! – Ela fala depois de se recompor, depois de quase cair, pela força que ele usou!
— Confuso? Ele tava agarrado com um vagabundo qualquer na rua! – Ele grita sem nenhum controle!

— Você tem vinte quatro horas para sair da minha casa. – Ele fala olhando em minha direção novamente.

Ele cospe as palavras sem um pingo de remorso, e o desprezo que vi nos olhos dele, quebra o meu coração em milhares de pedaço!

— Mais querido para onde ele vai? – Ela tenta argumentar.
— Não é da minha conta – Ele responde dando as costa para mim, minha mãe vai atrás dele, talvez para tentar convence-lo do contrário.

Mas nós sabíamos que quando ele decidia algo, ele não voltava atrás.