Traumas do passado +18

Capítulo 54: EREÇÃO

YAN

Me acordo de repente! Meu corpo está todo arrepiado. Levanto minha cabeça para olhar para baixo... para minhas partes íntimas.

Sinto algo gelado e minha pele estava molhada e grudenta! Levanto a cueca para perceber que tinha gozado enquanto dormia.

Eu sabia que tinha tido um sonho erótico, mesmo não lembrando como foi! Tudo que consegui lembrar são gemidos que se misturavam.

Eles eram altos e envolventes, muito sensual e esses gemidos pertencem a mim e ao Sammy, sua voz ainda ecoava na minhacabeça.

Pego o celular para ver que hora era. 04:48, o dia iria ser longo. Mas não me preocupei com isso, nada iria estragar meu dia.

Vou para o banheiro me lavar e estava pensando em correr, queria me cansar um pouco, gasta essa energia que a ligação do meu anjo favorito trouxe para meu corpo noite passada.

Eu não sabia quanto tempo eu aguentaria ficar sem vê-lo, mas já estava contente por ele ter me ligado, por ter agido daquela forma. Sua ousadia mexeu com minha cabeça em um nível que eu não sabia explicar.

Agora só precisa convencê-lo a vir para minha casa, para que eu possa pedi-lo em namoro. Queria que ele pertencesse a mim de todas as maneiras possíveis.

Hoje estranhei o fato de não ter tanto trabalho assim, nenhuma reunião foi marcada para hoje de manhã. Eu realmente estava com sorte.

Elliot entra animado na minha sala e dessa vez não reclamei pelo fato dele não ter batido antes de entrar.

Apesar da minha ereção e pelo fato de ter acordado cedo, eu tive uma boa noite de sono e talvez isso tenha ajudado muito com o meu humor.

— Adivinhar quem ligou pessoalmente para mim e por que ligou?–  Eu não fazia ideia. Mas isso aumentou muito minha curiosidade e meu estresse.

— Acho que isso é uma coisa difícil de adivinhar! – Falo já mostrando meu descontentamento, porque ele sempre tem que fazer joguinhos? Não era melhor apenas falar?

— Vou falar... você parece aqueles velhos de 85 anos... mas vou falar logo de uma vez. – Ele fala lendo meus pensamentos.

— Victor Perez, me oferecendo uma pequena fortuna no quadro que comprei do leilão! – Franzo as sobrancelhas completamente confuso por essa afirmação.

Que interesse ele teria em uma obra como aquela? Eu sei que os desenhos de Sammy ficaram incríveis, e também sei que daqui algumas décadas poderiam valer uma pequena fortuna, pelos traços singulares e peculiares que foram dados a cada pintura.

Mas Victor Perez não era um apreciador de quadros, sei que eles preferiram obras de arte um pouco mais rústica. Ele até confirmou presença em cima da hora. Quando o convite foi entregue a ele dias antes, ele disse que não poderia comparecer em tal evento.

— Tá bom, você tem minha atenção agora, qual o valor que ele ofereceu? – Ele não poderia ter oferecido tanto assim… poderia? Meu amigo abre um sorriso enorme e fala.

— No começo ele ofereceu cem mil, mas quando viu que eu não tinha nenhum interesse em me desfazer do quadro, ele simplesmente duplicou o valor! – Eu não tinha palavras para expressar minha surpresa e não sabia o que falar.

Eu não entendia de valores de quadros, mas tenho certeza que não valia isso tudo! Acho que os quadros não passaram de 30 mil. Se eles conseguiram tais valores, foi porque eu e Elliot os damos.

— Foi exatamente a mesma reação que tive quando ele jogou o valor na minha cara. – Ele fala rindo da minha cara de idiota. Eu estava até de boca aberta.

— O que você vai fazer com todo esse dinheiro? – Perguntei ainda chocado.
— E quem disse que eu vendi? – Sua palavras me pegaram de cheio.
— Não fode Elliot..! – Mas não vou mentir, fiquei feliz pela sua resposta, não queria uma coisa que foi o Sammy que fez na mão de um cara como ele.

Elliot gargalha e eu também rio junto com ele. Eu sabia que Perez não gostava de receber um não como resposta.

— Mas não vou mentir, queria muito saber o porque ele queria tanto esse quadro em específico! – Elliot falava mais para si mesmo.

— É bem estranho viu... – Respondo olhando pro quadro que estava na parede da minha sala.

Sammy era realmente talentoso, havia muito sentimento em sua pintura. Senti como se eu estivesse em uma embarcação, em meio a uma tempestade, mas ao mesmo tempo, me senti segura, por pensar que ele era uma âncora me mantendo firme no lugar.

— Você conseguiu falar com ele né? – Apenas confirmo com a cabeça enquanto admirava os traços da obra que me passava uma tranquilidade profunda.

— Nunca pensei que viria Yan Sartori apaixonado! – Meu amigo estava falando sério e não ouvi nenhuma zombaria em sua voz. Pode até jurar que ouvi um contentamento e animação no que ele falava.

— Nem eu..! – Falo distante. Se o meu eu de agora falasse pro meu eu do passado que isso fosse acontecer, eu riria muito.

Uma batida na porta me tira dos meus pensamentos e em seguida minha secretária passa por ela com documentos na mão. Estava demorando! Elliot se levanta, mas ao passar por ela ele fala.

— Você está tão linda hoje, esse vestido realmente combina com você… – Dando uma piscada pra mulher que fica vermelho instantaneamente.

— Obrigado... – Ela fala e em pouco seguido ele passa pela porta a deixando comigo completamente envergonhada.

Eu sabia que ele fez isso só pra me irritar! Praguejei nos meus pensamentos, ela teve que levar um tempo para recuperar sua sanidade antes de me explicar do que se tratava as drogas dos documentos, para que eu pudesse dispensá-la.

Depois de dispensar minha secretária, mando uma mensagem para Sammy perguntando se ele gostaria de ir pra minha casa. Queria saber como era ter ele no dia a dia.  Queria acordar com ele nos meus braços, seu cheiro maravilhoso me evadindo pela manhã.

A saudade que já sentia dele era torturante, eu sentia saudade da pele macia dele também, como seria ter ele todo nu na minha cama? Com certeza seria uma visão dos anjos.

Drogas… ele não saía da minha cabeça. Eu tinha que parar e me concentrar no meu trabalho. Mas acabo olhando o celular pra ver se já tinha a sua resposta. Nada!

Tento focar no trabalho então, se não eu iria enlouquecer de vez. Então me concentro nos documentos que a minha secretária trouxe momentos atrás.