LII.

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Em uma mão, Ty Lee segurava Suki, e com a outra, Mai. Ela estava contente em passar tempo com suas melhores amigas do universo. Azula e Mai ainda não se bicavam o suficiente para Ty Lee incluir a namorada nos passeios, mas ao menos Mai também havia parado de criticá-la. Tudo bem. Às vezes era bom passar um tempo apenas entre amigas.

— Daí eu tinha dito pra ela que ela era horrorosa, mas ela retrucou dizendo que somos gêmeas idênticas — Ty Lee contava uma de suas histórias para a amiga — O que era um bom ponto, mas eu disse que não importava, porque a minha pele era muito mais hidratada. Nessa hora, a Ty Lin tacou a escova na minha cabeça.

— Ty Lee, história interessante — Mai interrompeu — Mas o que é aquilo?

Ty Lee olhou primeiro para a mão de Mai, coberta por uma luva preta sem dedos, e então seguiu uma linha reta que partia do dedo indicador da amiga até a direção que ela apontava.

À distância, as três puderam ver uma estrutura recente se destacar no horizonte. Ty Lee primeiro cerrou os olhos para enxergar melhor e depois os arregalou, elétrica de empolgação.

— É um circo! O circo veio pra cidade! Por que ninguém me disse que o circo viria pra cidade?!

Ty Lee não parava de pular, e Suki e Mai tivessem que desprender as mãos das dela para não serem puxadas.

— Eu não sabia que o circo viria pra cidade — Respondeu Suki.

— Muito menos eu — Mai emendou.

Ty Lee deu uma estrelinha na calçada e se virou para encará-las com um sorriso enorme.

— Ai, minha nossa! Nós temos que ir lá! Por favor, por favor, por favor.

Ela juntou as mãos em um gesto de súplica. Mai cruzou os braços e revirou os olhos sorrindo. Suki apenas riu coçando a nuca. Elas não sabiam dizer não para Ty Lee.

Ao chegarem perto, um palhaço distribuiu panfletos para as três.

— Bem-vindas! O circo estará na cidade por quatro dias. O valor do ingresso e as atrações estão no panfleto — Ele tirou o chapéu, fazendo truques — Moça bonita não paga, mas também não entra.

Suki se aproximou para sussurrar no ouvido de Mai.

— É um palhaço de verdade ou um homem vestido de palhaço?

Mai a encarou sem palavras.

Os olhos de Ty Lee não paravam de brilhar enquanto ela caminhava pelo circo e lia o panfleto.

— Galera, olhem só! Eles têm um engolidor de espadas! — Ela apontou para o papel — E vai ter um show de acrobacia com corda bamba. Vocês tinham que me ver na corda bamba.

— É mesmo. Você fugiu com o circo, não é? — Mai comentou.

— Sim, e foi a melhor decisão da minha vida! Minha aura estava tão rosa na época! — Ty Lee bateu palmas de empolgação e suspirou — Eu sinto muita falta.

Suki franziu a testa, preocupada.

— Você não está pensando em fazer isso de novo, está?

Ty Lee a encarou perplexa e começou a rir.

— Que motivos eu teria para ir embora? Não, não. Pela primeira vez na vida, eu até gostaria de criar raízes.

Ela sabia que, em algum lugar não muito distante dali, Azula estaria admirando o segundo dia das flores de cerejeira. Era necessário apreciar cada instante de uma beleza tão efêmera, ou o arrependimento seria inevitável.

A Serpente em meu JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora