The Cadence of Part-time Poets [tradução]

Chapter 12: Halloween, 1975

Say there's a girl,
Who's new in town;
Well you better watch out now,
Or she'll put you down;
'Cause she's an evil chick,
Say she's the witch!

- "The Witch" The Sonics, 1965

A interrupção tinha durado apenas três músicas, como Sirius previu, mas permaneceu um tópico de discussão entre os alunos do secundário por muito mais tempo que isso e, como consequência, os garotos do dormitório 4A haviam se tornado celebridades. Todo mundo sabia que Sirius e James tinham um dedinho na música e, por extensão, Remus e Peter também; mas sem nenhuma prova, nenhum dos professores foi capaz de rastreá-los. Mais de uma vez na semana seguinte, Remus recebeu high-fives de pessoas que ele não conhecia enquanto ia e voltava de suas aulas. Era um sentimento engraçado, ser famoso por associação — apesar de que a palavra 'infame' era provavelmente mais aplicável.

Estranhamente, Sirius não parecia descontente por perder sua fita cassete quando o aparelho de som foi eventualmente encontrado e confiscado. Ele continuava dizendo que conseguiria de volta algum dia, junto com o resto de seja lá o que ele tivesse perdido para a escola durante os anos. Remus imaginou que a lista incluía várias cobras de borracha e coisas para pegadinhas suficientes para engasgar uma baleia.

O segundo aparelho de som que eles pegaram emprestado continuou no canto de seu dormitório durante o final de semana, coberto por uma toalha. Não demorou muito para que a escola descobrisse que as coisas eram da sala Audiovisual, mas, por sorte, Peter era ótimo em disfarçar e todo mundo apenas assumiu que quem quer que tenha feito aquilo, havia arrombado a fechadura para entrar. Eles tiveram que trocar a fechadura, no entanto, e Peter ficou bastante protetor com as chaves de seu clube, depois disso.

"Você contou para o Francis que nós temos a fita de sexo dele quando ele ameaçou te expulsar?" Sirius gargalhou enquanto provocava Peter impiedosamente durante o café da manhã da segunda-feira seguinte.

"Como você sabe que é do Francis? Poderia ser de qualquer um!"

"Nós podemos sempre tocar de novo e ver se conseguimos escutar um nome."

James riu pelo nariz e pegou seu chá. "Dizia que a fita era de 1972. Eu duvido que Francis tivesse muita ação aos treze anos."

"Talvez alguém no clube tivesse um sujo hábito de deixar seu gravador em baixo da cama de seus pais."

"Por favor, calem a boca," Peter grunhiu enquanto Sirius e James compartilhavam um olhar maligno. Enquanto Sirius voltava ao seu café da manhã, James levou a xícara aos seus lábios e tomou um gole, antes de engasgar;

"Ai meu deus, o que—"

"Essa é minha xícara," Remus disse, pegando ela de volta.

"O que você fez, Lupin, derramou o açucareiro todo no seu chá?"

"Continue e eu vou colocar sal no seu."

"Você vai acabar com diabete."

Apesar da reclamação de James sobre seu vício desenfreado por doces, a última semana de outubro chegou e passou com quase nenhuma briga. Agora que Sirius não estava mais explodindo rock and roll a noite toda, Remus havia conseguido se acomodar, apesar de relutante. Desde a pegadinha bem-sucedida na igreja, os garotos tinham chegado a um entendimento silencioso (trocadilho intencional) e Sirius raramente tocava sua música sem usar os fones. Isso levou James e Peter a ficarem confortáveis de deixar os dois sozinhos no mesmo quarto sem a preocupação da Terceira Guerra Mundial explodir. Aparentemente, bancar a Suíça no próprio quarto era muito mais complicado do que se poderia pensar.

O verdadeiro choque veio quando Remus percebeu que quase se sentia desapontado pela disposição de Sirius em usar os fones de ouvido. Sendo tarde da noite, quando os outros estavam em um sono profundo e Remus o único acordado, ou durante seu tempo livre ao longo do dia, Sirius estava sempre deitado na cama, os olhos fechados e as orelhas cobertas, o único som sendo o da agulha crepitante do toca discos. Foi James que finalmente quebrou o silêncio do quarto quando colocou um disco para tocar enquanto os meninos jogavam uma imitação de poker. Eles não tinham nada para apostar, então quem ganhava escolhia a próxima música. Remus, que sempre fora ruim em jogos de carta, conseguiu ganhar duas vezes e escolheu Who's Next em ambas as vezes, um pouco invejoso que Sirius tinha aquele disco. James acabou ganhando a maioria das rodadas e Remus ficou surpreso em descobrir que o menino viciado em esportes tinha um gosto decente para música — ele gostava bastante de The Kinks e Bad Company também. Foi Peter que ganhou a última rodada, no entanto, e eles terminaram com sua favorita, "Sunshine of Your Love", do Cream, que Remus nunca tinha ouvido antes, mas gostou imensamente.