Chapter 31: De volta à escola

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Guess who just got back today?
Them wild-eyed boys that'd been away;
Haven't changed, had much to say,
But man, I still think them cats are crazy;
They were askin' if you were around,
How you was, where you could be found;
Told 'em you were livin' downtown,
Drivin' all the old men crazy;
The boys are back in town...

- "The Boys Are Back in Town" Thin Lizzy, 1976

Quarta-feira, 1º de setembro de 1976

Até onde Remus podia dizer, levar um tapinha de James nas costas enquanto tinha três costelas faturadas era como se jogar na frente de um trem em movimento. Não houve acenos ou os convencionais "olás", apenas um montinho quando James e Peter avançaram por trás na movimentada plataforma da estação. Com um grande viva, eles o agarraram pelos ombros e ele quase atirou o malão branco de sua mãe pela estação, se encolhendo de dor. Felizmente, a emoção não durou muito; no momento em que os dois o contornaram e deram uma boa olhada em sua frente, suas expressões de encanto desapareceram.

"Lupin, que porra acontecem com seu rosto?" James exclamou.

Remus sabia que ele parecia acabado. Em baixo de seus olhos ainda estava amarelado por causa do hematoma e, com um corte cicatrizando no meio do nariz que se estendia até a sobrancelha, sua aparencia chocava qualquer um que chegasse muito perto. Fraturar suas costelas significava que ele não conseguia respirar decentemente há semanas, apesar de que seu nariz tivesse cicatrizado em uma linha relativamente reta e os pontos tivessem finalmente desaparecido. Os médicos disseram que ele provavelmente teria a cicatriz para sempre, apenas mais um lembrete permanente de sua teimosia em seguir as regras de seu pai. Se Lyall Lupin já odiava vê-lo antes, agora ele detestava.

"Me machuquei no futebol," Remus disse categoricamente. Ele tinha praticado a mentira durante a maior parte de agosto enquanto ele vagava pela propriedade, reclamando e choramingando sem os sedativos de Tomny. "Acho que eu sou um péssimo goleiro."

James estremeceu e Peter falou que "essa deve ter doido", quase fazendo Remus rir alto ao pensar nas últimas e únicas palavras de Vint para ele; mas pelo menos eles não tinham o atormentado para saber mais. Como Giles (que tinha mais do que o suficiente a dizer depois de buscar Remus e levá-lo direto para o hospital), os meninos dificilmente ultrapassavam os limites, mesmo aqueles não explicitamente mencionados. Remus suspeitava que isso era resultado de ser amigo de Sirius por tanto tempo.

"Então, onde está o Black?" Ele perguntou, olhando ao redor da movimentada plataforma de trem no caso de Sirius estar se preparando para pular e quebrar o resto de suas costelas.

"Ele já está na escola," James disse. "Reg virou monitor esse ano, então eles tiveram que vir um dia antes."

"Ah."

"É, o trem dele teria passado ontem. Mas vamos lá, vamos pegar uma cabine antes que fiquem todas cheias."

Uma vez no trem, Remus ficou satisfeito ao descobrir que aquele ano ele viajaria em um vagão particular com ar condicionado e travas nas janelas. Enquanto Peter e James se ocupavam com uma rodada de cartas, ele se plantou perto da janela com um livro. Ele vinha pensando muito em Sirius ultimamente — ou pelo menos, mais do que o normal. Tudo começou quando os mordomos finalmente lhe trouxeram as cartas, que ele leu enquanto estava acamado e meio delirante pela dor no rosto e no peito. Elas eram bem escritas, é claro, com o mesmo humor de Sirius Black com o qual Remus havia se acostumado, só que agora acompanhado por sua caligrafia perfeita também.

Enfiando elas entre as páginas de seu livro para que seus amigos não vissem, Remus examinou as cartas, lembrando da culpa que ele vinha carregando desde que criou coragem para abrí-las. Havia uma para quase todas as semanas das férias, mas Remus havia lido elas tantas vezes que ele podia quase recitá-las de cabeça.

The Cadence of Part-time Poets [tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora