The Cadence of Part-time Poets [tradução]

Chapter 59: O mundo dos sonhos coloridos de James Potter

Oh God, life is strange,
Some are fast and some are slow;
Some believe me, don't even know,
No, no, no, no, no;
Strange, life is strange,
Life is strange,
Oh, my life is strange...

- "Life is Strange" T. Rex, 1973

Domingo 24 de abril de 1977

Uma vez por ano, todos os alunos do sexto ano eram obrigados a se reunir com seus professores para discutir o que queriam fazer com o resto de suas vidas. Sendo um lugar bastante prestigioso, a maioria dos alunos de Hawkings tinha toda a sua vida planejada até o 7º ano, seja por suas famílias ou por alguém que sua família contratou. Aqueles alunos que não se comprometeram com o sexto ano (e havia alguns, mesmo em Hawkings) deixariam a escola e assumiriam qualquer negócio ou senhorio de seus pais. Naturalmente, qualquer um que ficasse almejaria a universidade mais respeitável que os admitisse e de lá seguiria para a política ou negócios ou o que quer que seja, e se eles não fizessem isso, provavelmente era porque tinham uma mina de diamantes em Botsuana para herdar. Os amigos de Remus não eram exceção.

Durante a maior parte de sua vida, James se resignou a simplesmente seguir os passos de seu pai. Pouco antes de seu primeiro e único filho nascer, Fleamont Potter, um advogado corporativo já requisitado, abriu seu próprio escritório de advocacia e foi rapidamente impulsionado para a estratosfera jurídica de Londres. Filho de imigrantes, Fleamont estava determinado a que seu próprio filho tivesse todas as oportunidades disponíveis para ele, embora tivesse a nítida impressão de que fazer aulas de pré-direito na escola e direito real na universidade era a melhor maneira de James garantir esse futuro oportunista. James não pareceu refutar isso. Contanto que tivesse tempo livre suficiente para praticar seus esportes e sair com seus amigos, ele estava contente.

Peter era um pouco mais vago sobre seu futuro. Assim como James, seu pai esperava que ele entrasse no negócio da família, apoiando Simeon enquanto ele dirigia o jornal até que seus filhos pudessem herdá-lo deles. Na maior parte do tempo, Peter parecia concordar com isso, apesar do fato de que trabalhar para seu irmão parecia ser a última coisa que ele gostaria de fazer. Remus nunca disse isso, mas ele sempre imaginou Peter fazendo algo com sua arte. Toda vez que ele via seu amigo completar outro esboço, ele percebia que era melhor que o anterior. E o último sempre tinha sido muito bom, então... mas Peter não era um tomador de riscos, e ele sempre dizia que seu pai não acreditava nas artes — uma grande fonte de discórdia entre sua família e a de James, já que Euphemia Potter, uma mulher altamente educada por seus próprios méritos, era curadora na National Gallery em Londres.

"O mundo sempre precisará de notícias!", dizia Peter, erguendo os ombros para imitar o pai.

"E o mundo sempre adorará a arte!", James dizia, balançando o dedo para imitar sua mãe.

E então, porque ele era Sirius, Sirius entraria na conversa com; "Mamãe está certa! Ars longa, vita brevis — 'a arte é longa, a vida é curta'!"

"A vida é curta" tornou-se o mantra de Sirius nas semanas que antecederam as reuniões de professores e alunos. Ele lia isso de improviso em um dos livros didáticos e sempre dizia com convicção, mas de alguma forma ainda parecia que ele estava tentando se tranquilizar de que a arte valia a pena, em vez de convencer o resto deles. Em circunstâncias normais, Sirius não teria absolutamente nenhum motivo para se preocupar com seu futuro. A família Black era tão antiga e estimada que, se Sirius traçasse suas raízes por mais de três gerações, provavelmente descobriria que era primo não apenas da família real britânica, mas de pelo menos quatro outras monarquias também. Sirius poderia ter vivido o resto de sua vida sem levantar um mindinho e ainda ter sido mais rico do que qualquer idiota que cruzasse seu caminho e, ainda assim, ele não queria nada disso. Para ele, era dinheiro sujo — pago, mas nunca ganho. Sim, Sirius estava determinado a seguir seu próprio caminho — com a herança do tio Alphard como um subsídio confortável, é claro. Depois que sua reunião terminou, ele saiu do escritório de Sheila parecendo tranquilo e controlado. Não muito preocupava Sirius Black, e certamente não o futuro. Quando ele se sentou no banco onde Remus esperava sua vez, ele ainda estava sorrindo. Até brincou de acender um de seus cigarros, mas guardou o maço quando Remus lhe lançou um olhar de desprezo.