Eleanor Rigby,
Picks up the rice in the church where a wedding has been,
Lives in a dream;
Waits at the window,
Wearing the face that she keeps in a jar by the door,
Who is it for?All the lonely people,
Where do they all come from?
All the lonely people,
Where do they all belong?- "Eleanor Rigby" The Beatles, 1966
Segunda-feira, 20 de setembro de 1976
"Então... o que você acha?"
Remus abaixou o caderno, as sobrancelhas erguidas. "Hm? Ah, sim. Está... bom. Essa parte, 'moon, star, acoustic guitar', essa parte tá legal..."
"Tá uma merda."
"O quê? Não. Não... Bem... Talvez... Mas nem tudo."
Bufando mal-humorado, Sirius dedilhou em seu violão, as pernas dobradas sob ele em sua cama. Remus estava sentado à sua frente no chão, as costas pressionadas contra a beirada da cama de James enquanto folheava o caderno que Sirius havia mantido com ele durante o verão. Como suas cartas prometiam, ele estava tentando escrever, mas a maioria das músicas acabou sendo um reflexo de como estar em casa o fazia se sentir. Alumas terrivelmente fortes ou intensamente sombrias, com muitas que envolviam atear fogo à sua casa ou gritar verdades (horríveis) para a sua mãe. Mas nem tudo era terrível — várias das letras eram promissoras, e Remus gostou bastante das estrofes que seguiam;
Loving you is how it feels to be done dirty,
Without you I was clear and now all I've got are all these worries;
I never asked for none of it,
But you were always generous,
'Cause love and kind and worry are just so fucking effortless.Era como rock and roll de verdade, ou pelo menos, melodramático, que era o tipo favorito de sentimento rebelde de Sirius de qualquer maneira.
"Você mostrou para o James?" Ele perguntou, virando a página, que era mais um rabisco de linhas cruzadas do que qualquer outra coisa.
"Não. Eu queria que você fosse o primeiro."
"O-oh?" Remus umedeceu seus lábios e forçou uma risada. "Por que? Porque o que eu penso não importa?"
Sirius ergueu os olhos de sua guitarra rapidamente. "Não. Porque você é o mais difícil de impressionar. James é muito bonzinho. Mesmo se fosse tudo uma merda, ele nunca diria — mas você diria. Me faz querer me esforçar mais, eu acho."
"Oh..." Remus de repente achou a página rabiscada muito interessante, encarando ela para evitar o olhar intenso de Sirius.
"Além disso, quase nunca consigo fazer aquele idiota parar por um segundo ultimamente. Antes de você voltar para o dormitório, ele saiu daqui tão rápido que não deu tempo nem de secar o cabelo. Parecia que ele tinha sido atingido por um raio."
"Nada muito diferente do normal, então?"
Sirius jogou a cabeça para frente e para trás, considerando. "Não, não muito. Não consigo não amar ele, aquele Prongs."
"Esse é o pior apelido que você criou até agora," Remus disse, pensando no fim de semana anterior, quando eles quase tiveram que cortar a cabeça do cervo ao meio com uma tesoura de cozinha para tirar James dela. Agora ela estava pendurada em um pino dentro do banheiro deles, parecendo claramente mais desgastada e agora faltando não apenas um chifre, mas também um de seus olhos. Apesar disso, Remus ainda sentia como se estivesse sendo observado toda vez que tomava banho ou fazia seus negócios, mas Sirius insistia em manter aquela coisa feia como uma espécie de troféu horrendo.
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The Cadence of Part-time Poets [tradução]
Fanfiction"Eles são... caos," Remus disse firmemente. "E caos é-" "Rock and roll." Ele olhou para Sirius bruscamente e, pela primeira vez, correspondeu seu sorriso. "É." "Talvez essa seja minha desculpa, então," Sirius disse. "Eu causo um pouco de caos agora...