Chapter 68: Interlúdio

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Workin' on our night moves,
Try'na lose the awkward teenage blues;
Workin' on our night moves,
Mhm...
And it was summertime...

- "Night Moves" Bob Seger & the Silver Bullet Band, 1976

Na manhã seguinte...

Remus acordou primeiro. Era quase meio-dia. Lá fora o sol brilhava, e se eles tivessem se dado ao trabalho de abrir as cortinas e abrir uma janela, poderiam ter ouvido os sinais reveladores de vida na propriedade. Cachorros latindo do quintal e do canil, um cortador de grama ocupado mastigando a grama, até mesmo o som do carro esportivo chique de Sandra subindo a toda velocidade pela entrada da frente. Ela e Lyall estavam saindo para outra viagem de um dia. Remus não se importava o suficiente para lembrar onde, contanto que fosse longe. Isso havia se tornado uma norma desde o início do verão; Sandra gostava de sair de casa, e Lyall gostava de Sandra. Era um relacionamento simbiótico o suficiente, embora ainda um pouco estranho para Remus. Eles se casariam em breve, ele lembrou. Ela se mudaria, encontraria um lugar para colocar seus cavalos chiques e carros mais chiques ainda. As empregadas começariam a chamá-la de "Sra. Lupin". Ela redecoraria? Jogaria fora os lençóis intocados? Aposentaria as camas não utilizadas? Talvez. Remus não tinha certeza se ele estava ansioso por isso ou não. Hope havia tocado aqueles lençóis, ela conhecia aquelas camas.

Você quer viver aqui, Remus? Seu pai perguntou.

Não, ele respondeu.

Então, qual a utilidade que você tem para lençóis? Para camas?

Nenhum.

"Bom dia..."

Sirius tinha acordado. Ele estava nu, exceto pelo lençol que o cobria, e tão perto que Remus ainda conseguia sentir o calor de sua respiração em sua bochecha. O cabelo de Sirius estava em silhueta ao redor de sua cabeça como um halo escuro. Isso o lembrou de todas as vezes que o viu dormindo no dormitório, exceto que agora tudo o que Remus tinha que fazer era estender a mão e ele poderia estar passando os dedos por aqueles fios negros. Então, ele fez.

Sirius piscou para tirar o sono dos olhos. Ele já estava sorrindo. Remus interpretou isso como um sinal de que o dia deles seria bom.

Eu te amo, ele pensou.

"Bom dia", ele disse.

"Mhm... Acordado há muito tempo?" Sirius se espreguiçou, arqueando as costas. Sob as cobertas, Remus sentiu sua perna se mover sobre a sua, ainda entrelaçada em tandem. Lembrar da noite anterior fez seu coração disparar novamente. Sirius, Sirius, Sirius.

"Não, não muito," Remus respondeu. Então ele o beijou.

Sirius retribuiu o beijo, abrindo a boca como uma rosa desabrochando, e então eles deslizaram juntos até que estavam compartilhando o mesmo travesseiro. Era uma felicidade. Uma felicidade lenta e preguiçosa. Ele nunca queria que acabasse.

"O que você quer fazer hoje?" Ele perguntou, quando eles se separaram. Seus membros ainda estavam enrolados um no outro; seus batimentos cardíacos eram os mesmos. Tum, tu-tum!

"Qualquer coisa", respondeu Sirius.

"Onde você quer ir?"

"Em qualquer lugar."

"Em qualquer lugar?"

"Mhm... Em qualquer lugar com você."

* * *

Final de julho de 1977

A viagem para a cidade havia dado o tom para o verão. Com o resto dos amigos em férias prolongadas, Remus e Sirius estavam livres para ir e vir como quisessem. Lyall e Sandra pareciam estar fazendo o mesmo; no intervalo de duas semanas, eles visitaram oito cidades diferentes espalhadas pela metade sul do país. Sandra quase sempre pedia para Remus ir com eles, mas ele nunca ia. Ele não queria deixar Sirius nem por um momento, e por mais legal que ela fosse, ele não queria passar mais tempo com Sandra ou seu pai do que o necessário. Felizmente, ela nunca insistiu no assunto. Remus não sabia o que Lyall havia dito a ela sobre sua reação ao noivado, mas se isso significava que ele seria deixado sozinho, então realmente não importava. Lyall nunca mencionou nenhuma das viagens também, e ele nunca chamou Remus para seu escritório ou trouxe à tona o assunto de suas aulas novamente. Eventualmente, Remus nem era esperado para jantar com eles. Era realmente como uma maré vazante; Lyall Lupin estava recomeçando. Uma nova vida, uma nova esposa e nenhum adolescente para tirar o sono.

The Cadence of Part-time Poets [tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora