Capítulo 96

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Fico olhando para Adam em silêncio.

Como respondo quem é Thomas para ele?

"Amor eu estava sonhando com meu ex e estava feliz com isso, mas de repente Lucio apareceu e estragou tudo".

Será que devia dizer isso?

Me levanto passando as mãos no rosto e olho para minha mão, não tem uma aliança aqui.

Seguro o pingente do colar em meu pescoço.

— Branquinha, quem é Thomas? — Ouço a voz de Adam atrás de mim.

Respiro fundo e me viro em sua direção.

— Não é ninguém importante amor. — Forço um sorriso e dou um passo em direção a cama.

Sua mão segura meu pulso, olho para baixo e depois para ele.

— É sério, não é nada.

Ele não me solta e nem me olha.

— Você estava gritando desesperada o nome dele, é alguma coisa. — Me olha, sério.

O olho por alguns segundos e respiro fundo.

— Thomas foi o meu primeiro namorado.

— Hum. — Me olha como se dissesse para eu continuar.

Olho para sua mão em meu pulso e ele me solta.

— Não ficamos juntos, porque aceitei me tornar uma vampira para pagar o tratamento da minha mãe e coloquei a vida dele em perigo muitas vezes, então o afastei.

Nunca vi o olhar de Adam tão sério, posso até ver as rugas em sua testa.

— Amor. — Toco seu braço, mas ele se esquiva — não é nada, isso ficou no passado.

Seu corpo nem se move.

— A pulseira que você usava... — Respira fundo — ele que te deu?

Assinto e desvio o olhar.

— Tem mais alguma coisa dele que você ainda usa?

Me lembro do pincel que Thomas me deu junto com o urso do Shrek que está no ateliê.

— Não. — Fecho o semblante — Adam, não faz sentido você ficar bravo, foi só um sonho.

Ele se afasta e para alguns passos à frente me encarando.

— Não é pelo sonho. É porque você mentiu.

— Eu não menti.

— Ele foi importante para você, tanto que guardou a pulseira que ele te deu. — Seu tom de voz aumenta — trouxe ela para casa?

Deixo minha postura ereta e jogo o cabelo para trás.

— Você está brigando comigo porque eu tenho um passado? — Coloco a mão na cintura.

— Não. — diz, alto demais — estou brigando porque você me escondeu e menti não para mim, mas para si mesmo que não importa.

Suspiro e tiro a mão da cintura.

Caminho em sua direção e seguro sua mão.

— Eu sei o que importa para mim. — O encaro — e tudo o que importa para mim está bem aqui.

O despertador do celular começa a tocar, ele solta a minha mão e segue até a cabeceira da cama o desligando.

O vejo passar por mim indo até o banheiro.

Isabelli Onde histórias criam vida. Descubra agora