Capítulo 79

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Alaric

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Alaric

Voei na minha forma de corvo até o lago congelado, minhas asas cortando o ar gélido como lâminas. Quando finalmente pousei, o que vi me fez prender a respiração. No centro do lago, um buraco colossal se abria, profundo e tão escuro quanto a própria noite.

Guardas estavam espalhados ao redor, seus movimentos tensos e apressados, tentando conter algo.

No meio da confusão, cordas grossas envolviam um dragão vermelho que se debatia furiosamente, cuspindo faíscas de sua boca ameaçadora.

Eles o puxavam com força, tentando afastá-lo da borda do buraco, mas ele resistia, como se cada fibra de seu ser quisesse mergulhar naquele abismo.

- Puxem! - gritou um dos guardas, suas veias saltando de tanto esforço.

Meus olhos se arregalaram ao reconhecer o dragão.

Era o Rubinho.

Transformei-me rapidamente em minha forma humana ao aterrissar, tropeçando no processo, mas me mantendo de pé.

- Rubson! - gritei.

O dragão parou de se debater ao ouvir minha voz, virando a enorme cabeça em minha direção.

Seus olhos verdes me encararam intensamente, e por um momento, ele parecia tão chocado quanto eu. Sua imensidão era assustadora.

Ele havia crescido tanto desde a última vez que o vi. Não era à toa que Lys insistia que ele ficasse longe do reino. Com o tempo, ele ficaria tão grande quanto o meu próprio dragão.

- O que estão fazendo?! Soltem-no!

Os guardas hesitaram por um instante, mas logo obedeceram, largando as cordas.

Rubson não se moveu. Apenas continuou me encarando, sua respiração pesada formando pequenas nuvens no ar frio.

Meus olhos passaram rapidamente do buraco para o dragão. - Você está procurando por Lys? - perguntei, minha voz mais baixa agora.

Ele permaneceu imóvel, mas seus olhos não desviaram. O silêncio era quase palpável, e eu sabia que ele estava pensando.

Eu também sabia que ele entendia cada palavra que eu dizia. Dragões são criaturas inteligentes, e muitos deles, como Rubson, podiam falar.

No entanto, optei por não ler seus pensamentos, mesmo que fosse capaz.

Nunca gostei de invadir a mente de outros seres, nem mesmo em situações de crise. Saber o que não queremos pode ser mais uma maldição do que uma bênção.

Eu soltei um suspiro e tentei apaziguar a situação. - É muito arriscado, Rubson. Eu estive do outro lado desse buraco. É melhor que você não faça isso.

O dragão inclinou levemente a cabeça, ainda me encarando com aqueles olhos verdes profundos. Havia algo de inquietante em seu olhar, como se estivesse me avaliando. Ele não me atacaria, não é?

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora