Deixar as coisas rolarem

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Eu passei a noite com Hyunjin.

Tudo começou com aquele beijo. Aquele beijo que, no fundo, eu sabia que mudaria tudo. E foi além do que eu imaginava. Quando percebi, as roupas estavam espalhadas pelo chão, jogadas sem qualquer cuidado, e eu estava montado no colo dele. O corpo dele era quente, forte de um jeito que eu não esperava. Cada toque me fazia arder. Era como se estivéssemos segurando aquilo por tanto tempo, e agora que estávamos liberando, não tinha mais como parar.

Transamos em silêncio, por mais que fosse difícil. A vontade de gemer, de chamar o nome dele, era forte demais. Minhas unhas cravavam nas costas dele enquanto eu movia meus quadris devagar, tentando controlar o ritmo, mas era impossível. Meu corpo estava no limite, completamente entregue. Eu sabia que não podia fazer barulho — não queria que os outros nos ouvissem —, mas cada vez que eu sentia ele me puxando para mais perto, era como se uma parte de mim estivesse se perdendo completamente.

As horas se arrastaram como um borrão. Nós não sabíamos quando parar, o desejo era insaciável. Ele me beijava com intensidade, as mãos segurando minha cintura, controlando meus movimentos enquanto nossos corpos se encontravam no ritmo perfeito. Cada toque, cada suspiro, parecia uma explosão.

Quando finalmente paramos, estava tudo em silêncio. O quarto, o mundo. Só havia o som da nossa respiração pesada, misturada com o cheiro de suor e do nosso sexo. Eu caí ao lado dele, ambos exaustos, os corpos ainda quentes, mas satisfeitos de uma maneira que eu nunca tinha sentido antes.

De manhã, acordei com o sol batendo diretamente em mim. A luz atravessava as cortinas de forma incômoda, mas ainda assim eu sentia uma tranquilidade que fazia tempo que eu não experimentava. Estávamos enroscados. Pelados, grudados de suor, nossos corpos ainda próximos, como se nenhuma palavra precisasse ser dita.

Eu olhei para Hyunjin. Ele ainda estava dormindo, os cabelos compridos espalhados pelo travesseiro, as pontas vermelhas parecendo ainda mais intensas à luz do sol. Ele parecia tão... tranquilo. Nada no rosto dele sugeria a confusão que eu sentia. Meu peito apertava de um jeito estranho, uma mistura de satisfação e de medo. Porque, por mais que aquela noite tivesse sido incrível, eu não fazia ideia do que isso significava pra nós agora.

Eu me mexi um pouco, e ele abriu os olhos, sonolento, mas com um pequeno sorriso no rosto.

— Não sabia que você era sardento assim... — ele murmurou, a voz rouca, ainda cheia de sono — Te deixam ainda mais bonito.

Eu sorri de volta, sentindo um calor percorrer meu corpo só de ouvi-lo falar. Aos poucos eu começava a aceitar minhas sardas, que havia passado a vida toda escondendo. Ouvir aquilo dele me fez sentir melhor de certa forma.

— Obrigado — respondi, a voz saindo mais suave do que eu esperava.

Nós ficamos ali, olhando um para o outro por alguns segundos, sem saber muito bem o que dizer. O silêncio não era exatamente incômodo, mas a realidade estava começando a se instalar. O que aconteceria?

— E agora? — ele finalmente perguntou, como se lesse meus pensamentos.

Eu suspirei, me sentando um pouco na cama, puxando o lençol para cobrir meu corpo enquanto olhava para ele. Parte de mim não sabia como responder a isso, porque a verdade era que eu não sabia.

— Eu... — comecei, mas parei por um momento, tentando organizar meus pensamentos. — Eu não sei, Hyunjin. Foi... foi incrível, mas eu não sei o que isso significa pra gente.

Ele se sentou também, esfregando o rosto com uma das mãos antes de me encarar de novo.

— Acho que a gente não precisa decidir nada agora — ele disse, e sua voz estava mais calma do que eu esperava. — Podemos só... ver o que acontece. Sem pressão, sabe?

Eu assenti, aliviado por ele não estar colocando o peso de uma decisão tão grande naquela manhã.

— Sim, sem pressão. — Repeti, mais para mim do que para ele.

Nós nos olhamos de novo, e dessa vez o sorriso que trocamos foi mais leve, mais tranquilo. Talvez ele estivesse certo. Talvez não precisássemos de respostas naquele momento. Só sabíamos que tínhamos algo, e talvez isso fosse o suficiente por enquanto.

Hyunjin se inclinou e me deu um beijo rápido, mas doce, antes de se levantar da cama. O corpo dele, magro e alto, parecia mais bonito ainda sob a luz da manhã. Eu observei enquanto ele procurava por suas roupas no chão, e uma parte de mim queria que ele voltasse para a cama, mas eu sabia que aquele momento tinha acabado.

— Acho que vou tomar um banho — ele disse, sorrindo de canto.

Eu ri e me estiquei na cama.

— Acho que vou precisar de um também depois.

Ele riu junto comigo e olhou para mim uma última vez.

— Felix... — Ele começou, e algo na voz dele fez meu coração acelerar de novo.

— O quê? — perguntei, curiosidade misturada com ansiedade.

Ele deu um passo na minha direção, olhando nos meus olhos, e disse, com aquela voz rouca e suave:

— A gente vai ficar bem. Não se preocupa.

E com isso, ele entrou no banheiro, me deixando sozinho no quarto, os pensamentos ainda rodopiando na minha cabeça.

You're my morning sun Onde histórias criam vida. Descubra agora