O abraço de uma família

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Eu lembro que antes dos outros membros chegarem ao dormitório, eu e Hyunjin ficamos nos beijando o tempo inteiro. O tempo parecia ter parado para nós dois. Estávamos com saudade, uma saudade que parecia queimar por dentro. Cada beijo que ele me dava era como uma promessa de que estávamos bem, de que ele estava de volta e tudo ia ficar certo. E eu queria acreditar nisso, então o puxava para mais perto, apertando-o contra mim, como se pudesse ancorar ele ali, para nunca mais se perder de novo.

Nós nos beijamos tanto que minha mandíbula começou a doer. A certa altura, eu tentei afastar um pouco para respirar, mas Hyunjin não me deixava. Ele interrompia o beijo por dois segundos, respirava fundo e voltava a me beijar com uma intensidade que fazia meu coração bater mais rápido. Era como se ele estivesse compensando todo o tempo perdido, todo o ano em que estivemos separados de verdade, mesmo que fisicamente estivéssemos próximos.

Eu estava completamente derretido. Não importava o quanto o beijo durasse, eu ainda sentia que queria mais. Ele me segurava pela nuca, os dedos entrelaçados no meu cabelo, me puxando para mais perto. Eu estava tão absorto que não ouvi os passos pesados do lado de fora.

De repente, ouvimos a porta abrir com um estrondo, e a entrada foi inundada pelo som de risadas e gritos.

— Olha só quem voltou! — Jisung gritou, rindo enquanto ele e os outros cinco se aproximavam.

Antes que eu pudesse processar, os caras se jogaram em cima de Hyunjin, com uma mistura de abraços apertados e empurrões. Foi uma avalanche de corpos. Todos estavam tão felizes de vê-lo de volta que nem se importaram com a bagunça. Jeongin estava rindo, Chan tinha o maior sorriso no rosto, enquanto Changbin e Minho faziam piadas, tentando sufocar Hyunjin em abraços.

— Hyunjin, você está acabado! — Jisung gritou, rindo e se jogando em cima de todos os outros.

— É a minha vez! — Seungmin provocou, tentando se espremer no meio da pilha.

— Gente, calma, ele acabou de sair da reabilitação! — disse Chan, rindo enquanto se jogava também, sem a menor consideração pelo próprio aviso.

Hyunjin estava deitado no chão, completamente esmagado por eles, mas com um sorriso enorme no rosto. Era como se aquela energia caótica e acolhedora estivesse o curando de alguma forma. Ele tentava falar algo, mas as risadas o impediam de formar uma frase completa.

— Ei, vocês... — Hyunjin tentava dizer, ofegante, com a voz abafada pelos braços e corpos de todo mundo em cima dele. — Eu acabei de voltar, dá um tempo!

Eu não conseguia parar de rir enquanto assistia a cena. Meus olhos estavam marejados de tanto rir. Ver Hyunjin no chão, tentando se desvencilhar de todo mundo, era o tipo de caos que só nossa banda podia criar.

— Vocês vão matar ele antes mesmo de a gente conseguir fazer qualquer música nova! — eu brinquei, ainda gargalhando.

Finalmente, Chan e os outros começaram a se levantar, ajudando Hyunjin a se levantar também, meio cambaleante, mas ainda sorrindo.

— Bem-vindo de volta, cara. Não foi a mesma coisa sem você — disse Minho, dando um tapinha no ombro de Hyunjin.

— É, esse dormitório ficou silencioso demais sem suas cantorias no banho — Jeongin brincou, piscando para Hyunjin.

— Cara, eu tô de volta — Hyunjin disse, rindo, enquanto passava a mão pelos cabelos bagunçados.

Nós todos estávamos juntos de novo. Naquela noite, com todo mundo ali, tudo parecia certo. Como se o pior já tivesse passado. E, por um momento, eu pude respirar aliviado.

You're my morning sun Onde histórias criam vida. Descubra agora