Montanhas

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Eu lembro daquele show como se tivesse sido ontem. Foi em um estádio lotado, a energia da multidão vibrando em cada canto, e nós no palco, dominando tudo. Aquele dia, Felix estava um verdadeiro pecado. Quando ele entrou no palco, já dava pra sentir que algo ia acontecer. Aquele brilho nos olhos dele… era eletrizante.

Estávamos no meio de Mountains, e o som explodia em todos os cantos do estádio, ecoando como um trovão. Eu estava concentrado na guitarra, sentindo o peso de cada acorde, mas meus olhos não conseguiam sair de Felix. Ele estava correndo de um lado para o outro, pingando suor, sacudindo o cabelo, como se estivesse possuído pela música. Era aquela voz rouca, profunda, e aquele jeito de cantar como se cada palavra fosse arrancada de dentro dele.

A multidão enlouquecia, e eu entendia o porquê. Era impossível não ficar hipnotizado por ele. Havia algo tão primal no jeito que ele se movia no palco, no jeito que ele entregava cada linha da música. Ele era puro fogo naquele momento.

"Head above the clouds, stand tall for the hell of it…"
A voz de Felix ressoava pelo estádio, grave e poderosa, enquanto ele levantava o microfone, como se estivesse desafiando o céu.

"Tower over crowds, don't pause 'cause I'm lovin' it…"
Eu observava enquanto ele caminhava até a beira do palco, pegando uma garrafa de água. Felix abriu a garrafa com um sorriso malicioso nos lábios, e então, sem aviso, ele começou a jogar a água na plateia. As pessoas foram ao delírio, gritando como loucas, querendo mais.

Depois, ele virou a garrafa contra si mesmo, jogando a água no próprio corpo. O líquido escorria pelo rosto dele, pelos cabelos, e o fazia brilhar sob as luzes fortes do palco. Ele parecia um demônio molhado, completamente fora de controle, e cara… ele estava gostoso demais.

"Heavy and I'm proud, backbone never suffering…"
Felix gritava essa parte com tanto orgulho, como se estivesse declarando ao mundo quem ele era. Cada palavra era um golpe certeiro, e eu só conseguia pensar em como ele estava louco naquela noite. Louco de energia, não de droga. Eu sabia que aquilo tudo era ele. Não havia substâncias envolvidas. Era só pura adrenalina, pura vida. Felix era assim, intenso até o limite.

Eu estava perdido no momento, na música, na visão dele. Era quase impossível manter o foco na guitarra quando ele estava ali, roubando toda a atenção. Ele não precisava de nada para ser incrível, só precisava ser ele mesmo.

Naquele momento, eu sabia que o público também estava sentindo o mesmo que eu. Eles viam o que eu via. Eles estavam tão hipnotizados quanto eu estava. E enquanto as luzes piscavam, as batidas da bateria de Jisung soavam como trovões, e a voz de Felix dominava o ambiente, eu me dei conta de que estávamos no topo. Nós éramos Montanhas. E nada podia nos parar.

Depois daquele show insano, eu estava completamente eletrizado. Era como se a energia não conseguisse sair de mim de jeito nenhum, e eu sabia que Felix estava sentindo o mesmo. Nós descemos do palco suados, os gritos da multidão ainda ecoando em nossos ouvidos. Quando chegamos ao ônibus, eu simplesmente sabia o que fazer.

Os outros caras estavam ocupados no outro ônibus, bebendo, cheirando, e provavelmente pegando alguma garota que tinham conhecido no show. O som da festa deles já estava tão alto que eu sabia que ninguém perceberia a nossa ausência por um bom tempo. Eu e Felix estávamos sozinhos no nosso ônibus, e isso era tudo o que eu precisava.

Fechei a porta e, assim que ela se trancou, eu virei para Felix com um sorriso que ele conhecia muito bem. Ele retribuiu, ainda pingando suor, o cabelo grudado na testa e a respiração ofegante.

— Vem cá — eu disse, a voz rouca, cheia de desejo. 

Felix nem hesitou. Ele deu dois passos na minha direção, e antes que pudesse reagir, eu o puxei para mim, nossas bocas se encontrando como dois imãs que não podiam ficar separados. O gosto de sal do suor dele se misturava com o calor que subia entre nós. Era como se o show fosse apenas o aquecimento, e agora… agora era o verdadeiro clímax.

Eu o empurrei contra o sofá do ônibus, minhas mãos passeando por suas costas, apertando sua cintura, minhas unhas arranhando a pele dele. Felix gemeu baixo, aquele som que sempre me deixava maluco.

— Hyunjin... — ele suspirou entre os beijos, as mãos apertando meu cabelo, me puxando para mais perto. Eu o beijei de novo, com mais força, minhas mãos descendo para suas coxas, levantando sua camisa.

— Eles não vão ouvir a gente — eu disse com um sorriso provocante. 

Felix sorriu de volta, mordendo o lábio.

— Isso é ótimo, porque eu não vou ficar quieto hoje.

Eu o empurrei no sofá de novo, e dessa vez, sem nenhuma gentileza. Ele riu, aquele riso meio debochado, cheio de malícia, que só fazia o meu sangue ferver ainda mais. Me ajoelhei entre suas pernas, puxando sua calça com pressa, e Felix levantou o quadril, facilitando para mim.

O ônibus balançava levemente, mas nem me importei. Eu só conseguia pensar em uma coisa: Felix. Ele estava ali, olhando para mim, os olhos escuros de desejo, e eu sabia que era meu. Cada parte dele era minha.

— Não se segura — eu sussurrei, antes de me inclinar para beijá-lo de novo. — Quero ouvir você.

Felix não precisou de mais incentivo. Ele se arqueou debaixo de mim, gemendo enquanto eu explorava cada centímetro de seu corpo. O barulho dos nossos corpos era misturado com os gemidos, a respiração pesada e o leve som do ônibus em movimento, mas aquilo era só um detalhe. Nada mais importava.

— Hyunjin... — Felix arfava, suas mãos apertando minhas costas. — Mais forte...

Eu o atendi sem pensar duas vezes. Nossas bocas estavam inchadas e vermelhas, os corpos colados, o calor era sufocante. Eu me movia com pressa, com força, sem me segurar. Cada gemido, cada respiração entrecortada dele só me fazia querer mais.

O som do outro ônibus era distante, os risos e a música abafados, mas eu sabia que eles estavam ocupados demais para sequer notarem o que estava acontecendo aqui. E bom, mesmo que notassem, duvido que fariam algo. Eles sabiam. Todos sabiam. Só não falavam nada.

Finalmente, quando a tensão entre nós alcançou o ponto máximo, Felix gemeu meu nome uma última vez, o corpo se arqueando sob o meu. Eu o segurei firme, meu coração batendo descontroladamente, a respiração pesada.

Caí ao lado dele no sofá, ambos suados, ofegantes, exaustos. Mas satisfeitos. Olhei para Felix, que tinha um sorriso de puro prazer no rosto, os olhos meio fechados, o cabelo completamente bagunçado.

E eu juro por tudo, ele era a coisa mais linda do mundo.

You're my morning sun Onde histórias criam vida. Descubra agora