Um fogo que arde

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Sabe como é… sair das drogas não é uma coisa simples. Todo mundo fala como se fosse fácil, mas não é. Não é só decidir parar e pronto, acabou. Tem dias que parece impossível. E na verdade, naquela época, eu não queria parar. A cocaína ardia minhas narinas, queimava como o inferno, mas ao mesmo tempo, fazia o mundo inteiro parecer menor, mais controlável. Eu precisava dela. Era isso ou desmoronar completamente. Naquela turnê, eu já estava perdido. E eu não tava nem aí.

Os shows estavam cada vez mais intensos. A cada apresentação, o público ficava mais louco, e nós também. A química no palco entre eu e Felix… porra, aquilo era real. E acho que parte disso vinha das drogas. Elas me faziam perder a noção, me faziam querer estar ainda mais perto dele. Aquela merda de adrenalina subia pela minha espinha toda vez que eu o via no palco, suado, a roupa molhada grudando no corpo, os cabelos bagunçados e a voz… aquela voz que não combinava nada com o corpo pequeno e delicado dele. Era grave, poderosa, e sempre me deixava maluco.

Em um dos shows de dezembro, eu quase perdi o controle de vez. Já estava muito louco, havia cheirado mais do que o normal antes de subir ao palco. As luzes, os gritos da multidão, o calor… tudo parecia mais intenso, mais vivo. A música explodia em meus ouvidos, o baixo vibrando no peito, e eu só conseguia pensar nele. Felix, como sempre, estava dando tudo de si. Ele corria pelo palco, jogava água no próprio corpo, e eu mal conseguia tirar os olhos dele.

Eu estava perdido no ritmo da música, minha guitarra pendurada no ombro enquanto eu caminhava na direção dele. Felix me olhou de canto, aquele sorriso malicioso de sempre estampado no rosto. Eu me aproximei demais, nossos corpos quase se tocando. O público gritava, esperando o que viria a seguir. E então, no meio da música, quando cheguei mais perto, Felix suspirou no microfone. Foi um suspiro longo, quase uma provocação, e o som dele ecoou por todo o estádio. Eu podia sentir o calor do corpo dele, cada gota de suor que escorria pela pele.

Por um segundo, eu pensei em beijá-lo ali, no palco, na frente de todo mundo. Quase fiz isso. Minhas mãos estavam tremendo de adrenalina, de desejo, de tudo. Eu queria aquilo, queria sentir os lábios dele nos meus, como tantas outras vezes. Felix me olhou de volta, mas antes que eu pudesse ceder ao impulso, ele apenas colou a testa na minha. Foi um toque suave, mas ao mesmo tempo, poderoso. Eu senti a respiração dele, quente e pesada, e o mundo pareceu parar por um instante.

A plateia explodiu. Todo o estádio foi abaixo só com aquele simples gesto. Milhares de vozes gritaram, como se tivessem acabado de testemunhar algo monumental. Felix sabia exatamente o que estava fazendo. Ele sempre sabia.

— Você é louco, Hyunjin — ele murmurou perto o suficiente para que só eu ouvisse, um sorriso brincando nos lábios.

Eu sorri de volta, ainda completamente fora de mim. Não sabia o que responder. Nem precisava. Aquele momento no palco tinha sido nosso. Apenas nosso.

A música continuou, mas eu mal conseguia pensar. Tudo o que eu sentia era a batida no peito e o calor dele perto de mim. Felix sempre conseguia me segurar, me fazer voltar ao chão. Mas naquela noite, eu estava longe demais, voando alto demais.

Depois daquele show, eu estava explodindo. A adrenalina corria pelas minhas veias como fogo, misturada com a cocaína. Não conseguia pensar em outra coisa. Fui direto pro nosso ônibus, aquele onde sempre ficávamos sozinhos, e Felix veio logo atrás, como sempre. Sabíamos o que ia acontecer. Aquele ritual já estava gravado em nós. Eu precisava dele. A cada show, parecia que a necessidade crescia, ficava mais intensa, mais incontrolável.

Assim que a porta se fechou atrás de nós, eu o puxei para perto, com força. Felix ainda estava suado, o cheiro dele misturado ao perfume e ao suor era uma combinação que me deixava louco. Ele sorriu, daquele jeito safado, sabendo exatamente o que eu queria. Sempre sabia. Sem perder tempo, começamos a arrancar as roupas um do outro, num desespero que era mais do que só tesão. Era como se o mundo estivesse prestes a acabar e a única coisa que importava fosse ele, o corpo dele.

— Hyunjin… — ele sussurrou enquanto desabotoava minha calça, os olhos brilhando. Ele também estava ofegante, ainda na onda do show.

— Cala a boca — eu resmunguei, minha voz rouca de excitação.

Felix riu, aquele riso baixo e provocante, e puxou minha calça para baixo. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ele já estava se livrando do resto das roupas, me encarando com aquele olhar de quem sabia o que vinha a seguir. E, caralho, ele estava delicioso. O corpo dele brilhava com o suor, os músculos tensos, os cabelos bagunçados caindo sobre o rosto. Ele estava entregue, as pernas abertas pra mim, e só aquilo já era o suficiente para me deixar completamente cego de tesão.

Eu me ajoelhei entre as pernas dele, a respiração pesada, e passei os dedos pela pele dele, sentindo o calor, a textura, o suor escorrendo. Ele gemeu baixo, provocando, e eu perdi qualquer controle que ainda me restava.

— Você vai me matar — murmurei, apertando o quadril dele com força.

— E você vai adorar — ele respondeu com aquele tom sacana, mordendo o lábio inferior enquanto me encarava.

Aquelas palavras foram o suficiente para me fazer perder completamente a cabeça. Eu me inclinei para frente e entrei nele de uma vez, com força, sem nenhum tipo de suavidade. Felix arqueou as costas, soltando um gemido alto, e porra… aquilo me enlouqueceu mais ainda.

— Isso, Hyunjin… — ele gemeu, a voz entrecortada pelo prazer. — Me fode.

E eu fodi. Como se a vida dependesse disso. Minhas mãos seguravam com força as coxas dele, afastando as pernas o máximo possível, enquanto eu entrava e saía dele num ritmo brutal, rápido. O ônibus balançava, o barulho dos nossos corpos se chocando preenchendo o pequeno espaço, misturado aos gemidos roucos de Felix e à minha respiração descontrolada.

Eu estava fora de mim. Cada movimento parecia elétrico, cada toque, cada investida me empurrava mais e mais perto do limite. A cocaína corria pelas minhas veias, acelerando tudo, tornando cada sensação mais intensa, mais vívida. Felix se segurava no encosto do banco, as mãos agarrando com força, os olhos semicerrados enquanto ele gritava meu nome.

— Hyunjin… mais… mais…

Eu não sabia o quanto tempo ficamos assim. Tudo virou uma névoa de prazer, suor, e a sensação de estar dentro dele. Cada vez que eu empurrava, parecia que meu corpo inteiro queimava. Felix era quente, apertado, e porra… eu não conseguia parar.

Eventualmente, meu corpo começou a protestar. Minhas pernas tremiam, e meu pau estava latejando de tanto esforço, mas eu não conseguia parar. Eu queria continuar, queria mais. Felix olhou para mim, um sorriso cansado, mas satisfeito, brincando nos lábios.

— Você vai me destruir — ele sussurrou, a voz embargada de prazer.

— Eu quero te destruir — rosnei, a voz falhando de exaustão.

No final, depois do que parecia uma eternidade, eu gozei com tanta força que quase apaguei. Meu corpo inteiro se contraiu, os músculos queimando, e eu senti como se cada nervo do meu corpo tivesse sido incendiado. Felix logo veio atrás, gritando meu nome uma última vez antes de se desmanchar debaixo de mim.

Eu caí sobre ele, exausto, o coração disparado e a respiração pesada. Por um longo tempo, nenhum de nós disse nada. Eu ainda estava dentro dele, suado, com o corpo colado no dele, e Felix simplesmente me abraçou, passando os dedos pelos meus cabelos molhados.

— Isso foi… porra — foi tudo o que consegui dizer, rindo baixinho.

Ele sorriu contra o meu pescoço, e eu estava sentindo o cansaço finalmente me atingir. Meu corpo inteiro doía, mas de um jeito bom. Felix era a única coisa que fazia sentido naquele caos todo.

You're my morning sun Onde histórias criam vida. Descubra agora