Escondidos entre as montanhas

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Depois da nossa apresentação, minha cabeça ainda estava girando. O calor do palco, a energia do público, o som das nossas vozes misturadas... Era como se o tempo tivesse parado enquanto cantávamos. Mal descemos do palco e eu senti a mão de Hyunjin me puxando pela roupa. Ele não disse nada, apenas me puxou para longe de todo mundo, em direção àquela área mais afastada do festival.

O lugar onde o festival estava rolando era diferente de tudo que eu já tinha visto antes. Um deserto, cercado por montanhas. Era como se estivéssemos no meio do nada, e ao mesmo tempo, no centro do universo. Hyunjin me puxou até ficarmos atrás de algumas pedras grandes, fora da vista de todos. O som da música ao fundo era abafado pela distância e pelo vento seco que soprava entre as montanhas.

— Hyun... — Eu tentei falar, mas ele já estava em cima de mim, as mãos agarrando minhas coxas com força, me prensando contra a pedra áspera.

Seu olhar estava selvagem, cheio de desejo e... algo mais. Ele não deu tempo para eu pensar em mais nada. Sua boca colidiu com a minha, dura e faminta, como se ele estivesse segurando isso desde o começo do show, talvez até antes.

Eu retribuí o beijo com a mesma intensidade, nossas bocas se movendo com aquela urgência familiar. Nossos corpos estavam colados, a respiração pesada e ofegante. Minhas mãos seguravam seu cabelo, os dedos enroscando nas mechas vermelhas nas pontas. Eu conseguia sentir o gosto salgado do suor e do calor, misturado ao gosto familiar da boca de Hyunjin.

De vez em quando, eu parava de beijá-lo e olhava rapidamente para os lados, nervoso de que alguém pudesse nos ver. A última coisa que eu queria era sermos pegos assim, mas Hyunjin não parecia se importar nem um pouco. Toda vez que eu me afastava, ele me puxava de volta com mais força, seus dedos apertando ainda mais a pele das minhas coxas, como se quisesse me prender ali para sempre.

— Ninguém vai ver, Felix — Ele murmurou contra minha boca, a voz rouca e baixa. — Só me beija.

E eu o beijei de novo. Nossas bocas se chocando com tanta força que, depois de um tempo, eu sentia como se estivessem inchadas e vermelhas. Eu podia sentir a urgência dele, o quanto ele precisava daquilo. E, para ser honesto, eu também precisava. Precisava dele. Naquele momento, nada mais importava.

Minhas mãos desceram pelo seu corpo, sentindo os músculos tensos sob a roupa, enquanto ele me empurrava ainda mais contra a pedra. O ar estava seco, quente, e minha pele parecia arder com o toque dele. Era como se o mundo inteiro tivesse desaparecido, e só restasse eu e Hyunjin, naquele canto isolado.

— Hyun... — Eu murmurei contra sua boca, quase sem fôlego.

Ele não respondeu. Em vez disso, desceu os lábios pelo meu pescoço, mordendo levemente enquanto suas mãos subiam pela minha cintura, tocando minha pele quente. Eu arqueei as costas contra o toque, um gemido baixo escapando da minha garganta.

Eu tentava controlar meus pensamentos, mas era impossível. O jeito como ele me tocava, o jeito como seus dedos deslizavam pela minha pele... Era como se eu estivesse perdendo o controle de tudo, de mim mesmo.

— Alguém pode... — Tentei falar de novo, mas ele me interrompeu com um beijo profundo, cortando minhas palavras.

— Não ligo. — Ele sussurrou entre os beijos, sua voz um pouco mais firme. — Só me deixe te sentir.

Eu não conseguia resistir. Não quando ele falava assim, não quando ele me tocava daquele jeito. Eu me perdi nele, no toque, no sabor, no calor. Nossas bocas se encontravam de novo e de novo, e o tempo parecia parar enquanto estávamos ali, escondidos atrás das pedras, como se fôssemos dois animais selvagens.

Eu podia ouvir o som distante do festival, a música, os gritos, mas tudo parecia tão distante. O único som que realmente importava era o de nossas respirações pesadas, o som dos beijos, o atrito das nossas roupas e o toque das nossas mãos explorando o corpo um do outro.

Finalmente, quando nos afastamos, ambos ofegantes, eu olhei para ele. Nossos lábios estavam inchados, e eu sabia que os meus estavam vermelhos, machucados pelos beijos intensos. Hyunjin me olhou com aquele sorriso travesso, os olhos brilhando de desejo e satisfação.

— Você me paga — sussurrei para ele, a boca roçando na dele.

Hyunjin riu, mordiscando o lábio inferior, os dentes raspando na argola prata.

— Eu te pago depois — Hyunjin sussurrou de volta e se virou para ir embora, me deixando sozinho nas pedras, mais descabelado do que eu já estava.

Ah, ele me pagaria mesmo.

You're my morning sun Onde histórias criam vida. Descubra agora