Uma visita no quarto

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Naquela noite quando eu saí do banheiro, com a toalha enrolada no meu corpo e a cabeça ainda cheia de vapor, parei no meio do quarto ao ver Hyunjin sentado na minha cama. Ele estava relaxado, como se fosse o lugar mais natural para ele estar, mas eu me assustei. Quase deixei a toalha cair com o susto.

— Hyunjin? — minha voz saiu mais alta do que eu queria.

Ele me olhava do jeito que eu lembrava muito bem. O mesmo olhar que ele tinha naquela noite, a primeira vez que dormimos juntos, aquela vez que mudou tudo. A tensão era palpável, mesmo que nenhuma palavra tivesse sido dita. Hyunjin sempre tinha esse poder sobre mim, me deixava sem palavras e... sem fôlego.

Eu tentei disfarçar, me movendo para pegar uma muda de roupa, mas seus olhos não desgrudavam de mim, seguindo cada movimento que eu fazia. Era como se ele estivesse me devorando com o olhar, e eu não sabia se isso me deixava nervoso ou... animado.

— Sua voz está impecável em Lost and Found — ele disse, quebrando o silêncio enquanto esticava o corpo, ainda sentado na cama. O sorriso de canto de boca dele tinha algo a mais, um brilho de orgulho misturado com desejo. — Foi surreal. Eu precisava falar com você.

— E você precisou falar comigo enquanto eu estava... assim? — tentei soar casual, mas meu coração batia rápido no peito. A toalha que estava presa no meu quadril parecia mais solta do que deveria, e a forma como Hyunjin me olhava não ajudava.

Ele deu de ombros, a expressão despreocupada.

— Eu já te vi sem essa toalha — ele falou, baixando um pouco a voz, de um jeito mais sério, mas ainda com aquele brilho nos olhos. — Gostaria de ver de novo.

Eu me virei para encarar Hyunjin de verdade agora. Ele se mexeu um pouco, os olhos correndo pelo meu corpo, e eu senti o sangue correr para minhas bochechas.

— Hyunjin... a gente... — Eu comecei a falar, mas parei. As palavras pareciam presas na minha garganta. Ele sabia como me deixar nervoso, principalmente quando ficava me olhando daquele jeito, com os olhos escuros e intensos.

Ele se levantou devagar e se aproximou, parando bem na minha frente. Eu conseguia sentir o cheiro leve do cigarro que ele devia ter fumado antes de entrar no quarto, misturado com algo mais doce, talvez o perfume dele. Hyunjin sempre tinha aquele cheiro viciante.

— A gente o quê? — ele perguntou, baixo. A voz dele estava cheia de uma confiança que me deixava tonto. — Porque, sinceramente, Felix, eu tô pensando em outra coisa agora.

A tensão aumentou, e de repente eu me dei conta de como estávamos perto. Tão perto que eu sentia o calor do corpo dele se misturando ao meu. Ele olhou para baixo, para a toalha que mal se segurava no meu quadril, e então seus olhos voltaram para os meus.

— Hyunjin... — eu sussurrei, tentando encontrar uma resposta, mas estava perdido.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Hyunjin levou a mão até a minha cintura, os dedos tocando levemente a toalha. Era um toque quase inocente, mas ao mesmo tempo eletrizante. Me fez arrepiar por inteiro.

— Você não quer isso? — ele perguntou, os olhos fixos nos meus, esperando qualquer sinal de hesitação.

Eu deveria ter dito algo, qualquer coisa que colocasse uma barreira, mas, naquele momento, eu não queria. O jeito como ele estava perto, o calor do corpo dele, o toque leve dos dedos... me fazia perder a noção do que deveria ou não fazer.

Sem esperar mais, Hyunjin me puxou um pouco mais para perto, os lábios dele encostando nos meus devagar, explorando como se ele tivesse todo o tempo do mundo. Foi um beijo lento, mas cheio de desejo reprimido. Eu suspirei contra os lábios dele, o corpo relaxando instantaneamente. Tudo parecia tão certo e ao mesmo tempo errado.

Eu me rendi completamente.

Hyunjin não esperou mais. Em um movimento rápido e sem cerimônia, ele arrancou a toalha que ainda estava precariamente presa ao meu corpo, deixando-a cair no chão. Um arrepio percorreu minha pele nua ao sentir o ar frio do quarto, mas logo o calor das mãos dele sobre minha pele substituiu essa sensação.

— Felix... — ele murmurou com a voz rouca, enquanto suas mãos exploravam minhas costas, puxando-me para mais perto. Eu odiava o quanto ele me fazia sentir fraco, vulnerável... e, ao mesmo tempo, amava o jeito que ele me pegava, o jeito que me fazia perder o controle de tudo.

As mãos dele eram grandes e fortes, me agarravam com uma intensidade que me deixava tonto, enquanto os dedos se cravavam em minha pele. O toque de Hyunjin era tão urgente, tão possessivo, que cada parte de mim parecia reagir ao seu toque. Eu deveria resistir, mas no fundo, uma parte de mim queria ser consumido por ele.

— Porra, Hyunjin... — murmurei entre respirações pesadas. Minhas mãos, sem hesitação, começaram a trabalhar nas roupas dele, arrancando a camisa e jogando-a de lado, sem cuidado algum. Não tinha como conter mais o desejo que queimava no meu peito, o desejo que ele despertava toda vez que me olhava daquele jeito.

Eu empurrei Hyunjin para a cama com uma força que nem sabia que tinha, e ele caiu de costas, sorrindo daquele jeito sacana que só ele sabia fazer. Ele adorava quando eu tomava a iniciativa, isso era claro. As pernas dele se abriram, e eu me encaixei entre elas, meu corpo sobre o dele, e por um momento, nós dois paramos, apenas nos encarando.

— Você vai me enlouquecer, sabia? — ele sussurrou, a respiração pesada enquanto seus olhos corriam pelo meu corpo, como se quisesse gravar cada detalhe na memória.

— Cala a boca, Hyunjin — eu respondi, mas sem nenhuma real intenção por trás das palavras. Na verdade, eu sabia que estava completamente entregue a ele, e o fato de admitir isso só me fazia querer continuar.

Sem esperar mais, eu desci os lábios até o pescoço dele, mordendo levemente enquanto minhas mãos deslizavam pelo peito e barriga dele, explorando cada curva, cada músculo definido. Hyunjin arfou e inclinou a cabeça para trás, me dando mais espaço para continuar.

— Vai, Felix... — ele murmurou, a voz quase um gemido. E foi aí que eu perdi o resto de controle que ainda me restava.

Eu o cavalguei com toda a urgência que estava sentindo. Meu corpo pressionava o dele, e o calor era quase insuportável, mas de um jeito que nos deixava querendo mais e mais. A cada toque, a cada movimento, parecia que eu me perdia mais fundo no desejo, no prazer que nós dois compartilhávamos.

Hyunjin segurava minha cintura com tanta força que eu sabia que haveria marcas, mas eu não me importava. Pelo contrário, isso só alimentava ainda mais o que eu sentia. Ele me puxava para mais perto, sempre querendo mais, sempre me pedindo para ir além.

— Felix... — ele sussurrava o meu nome, repetidas vezes, com uma voz rouca que me fazia perder qualquer vestígio de controle. O jeito que ele falava meu nome, tão carregado de desejo, me fazia querer mais.

Nós nos movíamos em sincronia, os corpos suados e colados, o quarto inteiro preenchido pelo som de respirações pesadas e gemidos abafados. A cama rangia sob nós, mas isso pouco importava. Eu estava perdido naquele momento, perdido em Hyunjin e em tudo que ele representava para mim.

Horas se passaram como se fossem minutos. Eu mal conseguia pensar em outra coisa que não fosse o prazer que estávamos sentindo, o calor dos nossos corpos juntos, a maneira como ele me fazia sentir... completo.

No fim, nós dois caímos exaustos, os corpos ainda colados e suados. Minha cabeça descansava no peito dele, ouvindo o coração de Hyunjin batendo rápido, enquanto o meu próprio corpo ainda tremia do esforço. O sol começava a nascer, e seus primeiros raios de luz atravessavam a janela, iluminando levemente o quarto, nos banhando em uma luz suave e dourada.

— Caralho, isso foi... — Hyunjin começou a falar, mas sua voz estava tão baixa e rouca que ele desistiu de tentar completar a frase.

Eu só suspirei, incapaz de responder qualquer coisa. Tudo que conseguia fazer era fechar os olhos, me aconchegando mais perto dele, deixando que o calor do seu corpo me envolvesse completamente.

Era muito bom estar com ele.

You're my morning sun Onde histórias criam vida. Descubra agora