Um só

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Naquela noite, depois de todo o caos, nós todos nos reunimos para comer. Pedimos pizza e, por algum motivo, também tinha bolo. Acho que era a maneira deles de comemorar meu retorno. Era simples, mas pra mim, naquele momento, parecia o melhor banquete do mundo. Jisung estava na ponta da mesa, batucando com as baquetas como sempre fazia, e eu, com minha guitarra, dedilhava uma melodia que não existia, apenas me deixando levar. As risadas, as conversas... Era tudo que eu precisava. Todos estavam juntos de novo. Era um recomeço.

— Sabe, isso aqui tá melhor que qualquer show que a gente fez na turnê — eu disse, rindo, enquanto dedilhava alguns acordes e olhava para os caras.

— Você só tá falando isso porque tá comendo pizza pela primeira vez em um ano, Hyunjin — Felix comentou, me dando um olhar cúmplice. Ele estava do meu lado, sorrindo, mas eu sabia que havia algo mais nos olhos dele. Algo que ele não estava dizendo ainda.

Depois de mais algumas músicas improvisadas e risadas, a noite foi caindo, e um por um, os membros foram se retirando para seus quartos. Quando Chan foi o último a sair da sala, ele se virou pra mim e piscou.

— Aproveita, irmão. — Ele disse, com um sorriso sugestivo, antes de fechar a porta do dormitório.

Eu sabia o que ele queria dizer. E, porra, ele estava certo.

Olhei para Felix, que já estava meio corado, e estendi a mão pra ele.

— Vem cá. — Minha voz saiu baixa, rouca. Eu puxei Felix para meu quarto. Fechamos a porta atrás de nós e nos encaramos por um segundo. A saudade que sentíamos era palpável no ar.

Felix não disse nada, só se aproximou, me empurrando contra a parede e colando os lábios nos meus. Aquela urgência, o desejo, tudo voltou de uma vez só. Nossos beijos eram famintos, como se estivéssemos tentando recuperar o tempo perdido. As mãos dele subiram pela minha camisa, e eu só queria mais. Muito mais.

— Vem... — Felix sussurrou contra a minha boca enquanto me puxava para a cama.

Nós nos despimos rapidamente, as roupas caindo pelo chão, sem qualquer preocupação. Quando finalmente o puxei para o meu colo, meu coração batia tão forte que eu sentia que ia explodir.

— Porra, Felix, eu senti tanto a sua falta — eu disse, minhas mãos apertando sua cintura. — Não só disso, mas... de tudo.

Felix me olhou nos olhos, e por um momento, aquele olhar suave me atingiu de um jeito que palavras não podiam explicar.

— Eu também senti sua falta, Hyun... Eu senti falta de tudo em você — ele respondeu, sua voz falhando um pouco de emoção.

Então, nós fizemos amor. Eu entrei nele devagar, sentindo cada detalhe, cada centímetro dele me envolvendo. O sexo não era apenas físico. Era como se fosse um jeito de nos conectarmos de novo, de lembrar que, apesar de tudo, ainda estávamos ali. Juntos. Felix se movia sobre mim com uma precisão lenta e intensa, e tudo que eu conseguia pensar era em como era bom tê-lo de volta. Porra, era um alívio. Um alívio sentir o corpo dele junto ao meu, sentir o calor, a intimidade que só nós dois conhecíamos.

Depois que tudo terminou, nós ficamos deitados, enroscados um no outro, nossos corpos suados e saciados. O silêncio entre nós era confortável, como se não houvesse mais nada a ser dito naquele momento. Eu acariciava os cabelos de Felix, e ele, com a cabeça encostada no meu peito, começou a falar, baixinho.

— Eu... Eu não compus nada desde que você foi pra clínica, Hyun — ele admitiu, sua voz carregada de frustração e tristeza. — Eu tentei. Sentei com o caderno várias vezes, mas... nada saía.

Eu parei de acariciar seus cabelos e olhei para ele, surpreso.

— Por que não?

Felix levantou o rosto para me olhar. Seus olhos estavam marejados.

— Porque eu não consigo compor sem você. — Ele sussurrou. — É como se eu perdesse parte de mim quando você não tá por perto. Eu preciso de você... pra tudo.

Eu senti um aperto no peito. Não era a primeira vez que ele falava sobre nossa conexão, mas ouvir aquilo depois de tudo que passamos... Era diferente. Eu me inclinei e beijei sua testa, passando a mão em seu rosto.

— Eu tô aqui agora. E não vou a lugar nenhum — eu disse suavemente. — E quando você estiver pronto, a gente vai fazer música de novo.

Felix assentiu, e eu pude ver o alívio em seus olhos. Ele se aconchegou mais em mim, e eu fechei os olhos, sentindo o peso da responsabilidade, mas também do amor que compartilhávamos. Nós éramos mais que uma banda, mais que dois caras apaixonados. Nós éramos... um.

You're my morning sun Onde histórias criam vida. Descubra agora